Final Fantasy: The 4 Heroes of Light
Conta-me como chegou a ser.
Se existe plataforma na qual o género RPG parece nunca ter perdido fulgor e ainda manteve uma espantosa relação entre quantidade e qualidade, essa plataforma é a DS. Para além da luxuosa qualidade e quantidade dos demais títulos originais que foram saindo ao longo da sua existência, temos também a presença de vários remakes vindos das séries mais emblemáticas alguma vez concebidas. Várias gerações de jogos e jogadores foram igualmente homenageados enquanto que toda uma nova geração de jogadores ganhou acesso familiar a um poderoso catálogo que abrange as crescentes nuances dentro do género.
A acessibilidade que a DS permite, motivou as companhias a recuperar clássicos de outrora recorrendo à tecnologia de hoje e assim sendo, temos este Final Fantasy: The 4 Heroes of Light, um jogo criado na actualidade para ter um "sabor" de um RPG Japonês clássico de há vinte anos atrás. Tudo no jogo é simples e feito para relembrar de como as coisas eram feitas numa altura em que os videojogos ainda eram um passatempo de uma "meia dúzia" de indivíduos.
The 4 Heroes of Light conta-nos a história de Brandt, um jovem de 14 anos que para entrar para a maior idade tem como tarefa encontrar uma princesa raptada por uma bruxa. Recorrendo à ajuda do seu amigo Jusqua, ambos encontram Yunita, uma jovem soldado do seu reino que também procura salvar a princesa Aire. Estes são os quatro heróis da luz e mais do que vítimas do acaso, são os escolhidos pelos cristais para evitar que as trevas consumam o mundo. Todo o enredo é muito simples e apresentado em diálogos rápidos e sem rodeios. Não temos aqui a profundidade dos diálogos extensivos dos RPGs de hoje, o enredo decorre sem rodeios e sempre objectivo.
Outro dos pontos que o caracteriza e recupera o sentimento de outrora é na forma como o enredo é revelado e a progressão é permitida. Ao contrário da maior parte dos jogos do género feitos a pensar nas camadas mais jovens, aqui não recebemos directamente os objectivos seguintes nem sequer temos um constante lembrete do que fazer ou para onde ir. Podemos facilmente ficar perdidos sem saber para onde ir ou o que fazer se não conversar-mos com todos os personagens que vemos ao nosso redor e mesmo assim as informações são dadas de forma subtil e até em conversas ocasionais.
O esquema base em si é completamente tradicional, estamos numa cidade e as acções desenrolam-se para nos dar o próximo passo, vamos para o mapa mundo e entramos numa masmorra para desbravar caminho e conquistar o objectivo. Temos então que progredir para nova cidade e encontrar as pistas necessárias para novamente cumprir a sequência. O nome Final Fantasy é usado não só no esquema e estrutura de progressão como também é a influência principal para as batalhas que são travadas.