Final Fantasy XIII-2
Trovoada cheia de estilo.
Final Fantasy XIII pode não ter sido tão bem recebido quanto a Square Enix o pretendia. Nós aqui na Eurogamer, eu mais especificamente, adoramos o jogo e mesmo rompendo com os moldes tradicionais do género RPG em diversas formas, a sensação de algo diferente em tons de RPG de ação cinematográfico deixou-me rendido. A história interessante, o belo mundo e o viciante sistema de combate fizeram com que o jogo me conquistasse. Agora, cerca de dois anos após a chegada de Lightning, Snow, Serah, Sazh, Vanille e Fang entre outros mais, o mundo de Pulse e Cocoon está de volta pois à semelhança do que fez com Final Fantasy X, a Square Enix decidiu apostar numa sequela que nos conta o que aconteceu aos personagens e ao seu mundo após a derrota do Sanctum.
A demonstração aqui presente na E3 deu-nos a oportunidade de testar algumas das melhorias, alguns dos ajustes, e algumas das novidades implementadas na jogabilidade e segundo o que aqui é apresentado, a Square Enix gostou bastante de XIII. Ao ponto de manter a estrutura e jogabilidade praticamente inalteradas, à exceção de pequenos ajustes como referido. Ao longo da demo, que decorre 5 anos após os eventos vistos no final de XIII, seguimos por uma cidade na qual chovia abundantemente. O esquema linear era tão evidente quanto a tentativa falhada de o disfarçar mas tal foi parte fulcral da experiência Final Fantasy XIII.
A demonstração começa com a dupla Serah e Noel, o novo personagem e protagonista principal da demonstração, a surgirem através de um portal em Cocoon enquanto Pulse os sobrevoa nos céus. A viagem é interrompida pela chegada de um enorme monstro e desde logo temos contacto com o elemento que mais nos impressionou nesta sequela: o elevar do tom cinematográfico. O uso de CGI continua um mimo mas na demonstração apenas foi usado uma vez e o motor de jogo reinou supremo e incontestável. Melhorado com cores mais vivas e abundantes, personagens mais detalhadas e novos tipos de efeitos (como a chuva a bater no ecrã), Final Fantasy XIII-2 mostrou-se visualmente tão belo quanto o original foi na sua altura. O único problema a nível visual só mesmo o abundante aliasing.
Como referido, em termos cinematográficos XIII-2 está um mimo. A luta inicial contra a enorme criatura mostra que na jogabilidade tudo está tão simples e rápido quanto no anterior. Podemos continuar a jogar de forma simples, tanto quanto martelar um botão para ações automáticas e rápidas, ou podemos ser nós a manualmente tomar decisões navegando pelos menus. O uso do Paradigm Shift pareceu ficar esquecido ao longe de uma demonstração cuja dificuldade claramente foi baixada para facilitar a progressão mas na luta final a estratégia e o ritmo de alternância entre classes para melhor abordar os variados momentos de desafio foi necessário. Foi bom assistir ao regresso deste simples mas dinâmico e cativante sistema de combate.
As vantagens de colocar um adversário em stagger são novamente evidenciadas e ao longo da demo essa foi a estratégia, rapidamente colocar os inimigos em estado atordoado para aplicar maior dano e os deixar mais lentos. No seu núcleo XIII-2 é um jogo que se sente altamente familiar para todos os que conhecem o primeiro. Se não gostaram do sistema de combate vão continuar a não gostar mas se gostaram então vão adorar ainda mais. Isto porque em lutas especiais a Square Enix introduziu os momentos cinematográficos, nos quais uma ação se inicia e temos que pressionar o botão correto dentro da janela de tempo oferecida. São momentos que revelam bem as intenções da Square Enix em elevar o seu jogo aos tons frenéticos do que é visto nas melhores produções da animação Japonesa.
Ao contrário do anterior, os personagens não saltam automaticamente perante uma escada ou plataforma num nível acima do nosso. Somos nós que agora saltamos manualmente em qualquer ponto no ecrã e os inimigos deixaram de estar visíveis a todo o tempo. Isto não faz com que os combates se tenham tornado aleatórios, não, continuamos a decidir quando queremos lutar mas a Square Enix implementou uma novidade para tornar as coisas um pouco mais interessantes.
Sempre que entramos numa zona de perigo, surge um círculo a vermelho em seu redor e os inimigos dentro desse espaço aparecem. Noel sacou da sua espada e começamos a correr em direção aos inimigos enquanto uma roda surge em baixo. Essa roda tem um espaço a verde e a sua grande maior parte a amarelo. Temos que atacar um adversário dentro desse espaço verde ou amarelo para ao iniciar um combate beneficiar de Preemptive Strike ou até mesmo de melhorias da classe Synergist como velocidade aumentada e melhor defesa contra magias e ataques físicos.
Pouco foi dado a conhecer sobre a nova história mas do que foi mostrado parece mais envolvente e mais cinematográfica. Tons de maior aventura e se fosse possível estabelecer uma comparação poderíamos dizer que está para XIII como X-2 esteve para X, mais animado e mais relaxado. O design dos personagens continua igual a si mesmo, excêntrico e ousado em alguns pontos mas altamente cativante para os apreciadores da criatividade nipónica.
Final Fantasy XIII-2 não vai surpreender ninguém mas certamente está com bom aspeto. Esperamos que as melhorias e ajustes no esquema de ação o tornem tanto interessante quanto o estão a tornar acessível e que a história nos permita novamente sonhar. É um daqueles jogos que já parece ter um público destinado e espero que a Square Enix seja capaz de evitar alguns erros cometidos no passado e que aborde este jogo com toda uma seriedade.