Flip Wars - Análise
Reverso da medalha.
Pela mão da Over Fence chega à Nintendo Switch um jogo com algum potencial entre os títulos de multiplayer local, desde logo ao permitir que até quatro jogadores (em rede ou por via local) entrem em competição sobre um tabuleiro quadriculado. Do ponto de vista da apresentação, até aparenta algumas proximidades com Bomberman. No entanto, os seus conceitos são muito diferentes. Flip Wars é um jogo mais simples, fácil de aprender e de jogar, ao alcance de qualquer um, mas que nem todos poderão dominar da mesma forma.
Em Flip Wars, tal como o título sugere, o jogador comanda uma personagem que circula sobre um tabuleiro. Ao saltar e aterrar com o rabo muda a cor dos quadrados que estejam em linha horizontal e vertical. O objectivo passa por colorir com a sua cor a maior quantidade de quadrículas, ao mesmo tempo que adquire poderes especiais e uma maior facilidade na locomoção. Contudo, há que ter em conta as investidas do adversário, pois se um dos outros criar uma linha que atinja a nossa personagem ela é imediatamente expulsa e arremessada do palco.
O esquema é muito simples e básico. O breve "tutorial" explica tudo caso ao fim de algumas tentativas ainda estejam com dúvidas. Algumas técnicas como o "quick dash" tornam-se úteis quando queremos efectuar um desvio de última hora, mas o fundamental neste jogo passa por chegar ao fim do tempo com a maior área pintada da nossa cor. Claro que os itens que recolhemos como velocidade e invencibilidade, conferem poderes adicionais e uma vantagem que não podemos de todo desperdiçar, mas basta que saiam por uma vez da área para perderem tudo.
As partidas são muito disputadas e quase frenéticas. Se jogarmos aleatoriamente não temos grandes oportunidades de sucesso. Com alguma organização e sentido de posicionamento é possível flanquear os adversários, mas teremos mesmo que ser rápidos. Existem três modos de jogo: Panel Battle, que consiste numa luta pelo maior número de quadrados pintados. Knock Out premeira o jogador que expulsa para fora da área de jogo o maior número de adversários. Por fim temos o Life Battle, que é basicamente uma luta até ao derradeiro sobrevivente.
Contempladas algumas opções de jogo, entre os 12 tabuleiros, todos com as suas mecânicas, é impossível não sentir uma sensação de repetição, que depressa nos deixa saturados e sem grandes motivos para continuar a batalhar. Alguns conteúdos estão bloqueados, com a indicação de que em breve estarão disponíveis, como as partidas a contar para o ranking online e as batalhas locais (neste momento só podem partilhar o jogo com outros jogadores usando a mesma Switch), o que não é muito abonatório para uma experiência que vem de trás do pelotão. Esta limitação é significativa e conjugada com a simplicidade de mecânicas, por divertido que seja nalguns momentos, não é um jogo que nos conquiste e nos deixe a desejar mais.