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Football Manager 2014 Classic - Análise

Treinador no trabalho, na cama ou no autocarro.

Football Manager 2014 Classic é um título especial. Não é o primeiro jogo da série a transitar para o formato portátil, mas é o primeiro que realmente se conjuga com o original, aproveitando a funcionalidade de “cross-save” que permite continuar o jogo gravado do PC na PlayStation Vita, e vice-versa.

É também verdadeiramente o Football Manager portátil de nova geração, no sentido em corre pela primeira vez na PlayStation Vita. Para aproveitar o poder extra que a mais recente consola da Sony oferece, a Sports Interactive conseguiu incluir as partidas em 3D, utilizando o célebre 3D Match Engine do FM, algo que eleva sobremaneira a qualidade desta versão de bolso. Além disso, é o primeiro FM portátil com suporte para a língua Portugusa, facto de especial importância para nós.

Na análise à versão completa deste ano, lembrei que é um jogo de compromisso, não só exige conhecimento da modalidade, mas também longas e repetidas sessões de jogo para ser aproveitado da melhor forma. Foi para contornar um pouco esta limitação, especialmente considerando aqueles jogadores que não têm muito tempo livre, que a Sports Interactive criou o modo Classic, que se foca apenas no que é essencial do jogo.

Este modo foi a principal bandeira do jogo em 2012, e foi criado como forma de responder aos fãs de longa data, que já estarão no mercado de trabalho e não têm tempo ou paciência para alguns dos elementos secundários. Como tratar da nossa imagem para a imprensa, os mindgmes antes do jogo ou as palestras à equipa, capazes de aborrecer o mais entusiasta dos jogadores.

Deste modo, uma versão portátil é como o culminar desta filosofia de máxima conveniência. Pessoalmente, a única forma de jogar Football Manager lá em casa é utilizando um segundo ecrã, não consigo mais estar colado ao ecrã apenas a ver números a serem tratados, mas gosto que eles estejam no “background” enquanto me ocupo com outras tarefas no ecrã principal.

Neste sentido a versão da Vita é uma dádiva, permite-me fazer a mesma coisa, e ainda levar o progresso para a cama, ou para qualquer lado no exterior. No geral a experiência é praticamente igual à que encontrarão no modo Classic do PC, sendo que a grande diferença está, claro, nos “inputs” na interface.

Esta é a primeira versão portátil de Football Manager com que tenho contacto, e por isso o “choque” por assim dizer, terá sido maior. Inicialmente a mundana tarefa de seleccionar um jogador estava a tornar-se numa luta desigual entre o dedo e o ecrã táctil da consola, eu que nem sequer tenho dedos grandes. Depois lá me fui habituando e percebendo que mais vale ser gentil, aprendendo as especificidades dos atalhos e posições das opções nos menus, a coisa fica mais fluída.

O jogo oferece dois modos, o classic, e também o "challenge", desenhado para sessões de jogo mais curtas, controlando a equipa num cenário específico e com objectivos pré-determinados. Continuar uma série de vitórias, ou evitar a descida de divisão numa posição fragilizada são apenas dois exemplos. O Classic é ainda assim o modo "principal" desta versão, escolhemos o país, depois o número de divisões desejadas, sendo que o tempo de carregamento é proporcional ao número de ligas. Isto é indicado pelo próprio jogo, através de umas estrelas no fundo do ecrã.

Apesar de ser uma proposta mais simplista do que a que encontramos no jogo principal, existe a profundidade táctica que seria expectável de um jogo da série. Podemos definir a táctica, reajustar posições mantendo premido o botão L e deslizando o dedo pelo ecrã. Depois ainda existem ajustes relativos à mentalidade da equipa, ao estilo de jogo, e até o papel individual de cada jogador.

"Apesar de ser uma proposta mais simplista do que a que encontramos no jogo principal, existe a profundidade táctica que seria expectável de um jogo da série."

Esta última foi aliás uma das melhores novidades da edição deste ano de Football Manager, acompanhando a refinação da interface. A cada jogador é dado um papel específico, do que é esperado que este faça durante o jogo. Dependendo das suas características, um jogador é bem mais competente numa determinada tarefa, competência essa que é visível no painel “posições” do seu perfil.

Adicionalmente, ao colocar um jogador num determinado lugar, o menu das tácticas revela imediatamente uma barra, cuja cor indica a competência do jogador na posição, de verde-claro até vermelho. Tem ainda a potencialidade para o papel numerado por estrelas, podendo ir até a um total de cinco.

Outro dos elementos que transita para o formato de bolso é o comportamento dos empresários e fundos de investimento, que continuam com um papel activo nas movimentações de mercado, oferecendo propostas por partes parcelares dos nossos jogadores, tal como vemos a acontecer frequentemente nos dias de hoje. Infelizmente, ninguém me atribuiu o fundo Aníbal Stars para ter jogadores de borla, mas lá fui vendendo parte de uns "pernetas" a umas empresas interessadas na Colômbia.

Football Manager 2014 Classic é um título desenhado especialmente para os fãs da série que além de não terem mais paciência para todas as opções que ao longo dos anos foram sendo adicionadas ao jogo, também não passam muito tempo em frente ao computador apenas com o FM ligado. O motor de jogo 3D oferece a mesma imersão e controlo do jogo a decorrer que temos no PC, mas no lindíssimo ecrã da Vita. Permite assim complementar o jogo, ou funcionar por mérito próprio como produto “standalone”.

7 / 10

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