Football Manager 2018 Touch - Análise - agora também na Nintendo Switch
Desafio a todos os treinadores de bancada.
Foi com uma dose elevada de surpresa que no passado dia 13 de Abril a Sega anunciou, sem qualquer comunicado prévio, a disponibilidade de Football Manager Touch 2018 para a Nintendo Switch. De um momento para o outro, os fãs da gestão futebolística e amantes do treino foram brindados com mais uma opção do badalado FM, uma versão "mobile" - Touch - próxima das versões iOS e Android, lançadas ao mesmo tempo da versão PC, Mac e Linux, em Novembro do ano passado. A surpresa aqui é que esta série nunca foi de grande ligação às consolas e permaneceu em mais de uma década como pilar nos computadores.
É por isso caso assinalável a sua introdução na máquina versátil da Nintendo já que esta é uma franquia não só muito popular como representa a grande parceria entre a Sega e a Sports Interactive, que ao longo dos anos se consolidou como uma referência no plano da gestão desportiva. FM é muito diferente da experiência tradicional do futebol virtual jogado em campo, através da qual somos chamados a controlar directamente os futebolistas Aqui há toda uma componente administrativa e técnica, um esforço de gestão que envolve inúmeros parâmetros no desenvolvimento de um clube. É praticamente o trabalho do dia-a-dia de um treinador/manager que passa para as mãos do jogador, envolvido num patamar de decisões fulcrais. Porém, quem nunca jogou FM ou não conheça a série só se for de outro planeta, porque é daquelas poucas séries muito irrigadas entre a comunidade "gamer".
Tendo em conta a natureza portátil (não só mas determinante) da Switch, esta versão Touch parece assentar com uma luva, ao permitir que o jogador possa navegar facilmente entre os menus e gastar o seu tempo a gerir uma equipa e definir a táctica de jogo enquanto está fora de casa. Nesse sentido é uma experiência bem conseguida e relevante, embora se perceba que este tipo de jogo tem melhor enquadramento/aproveitamento no PC, dada a comodidade de leitura num ecrã de maiores dimensões e capaz de tornar mais fácil a leitura das indicações e informações contidas nas divisões de um ecrã. Todavia e enquanto versão Touch de FM (superior às edições iOS e Android), é muito competente e tremendamente funcionável, para quem queira pegar e jogar.
Desde já importa sublinhar o que já referimos atrás. Ao invés de controlarmos directamente os jogadores em campo, somos chamados a gerir um clube, com todas as facetas dessa enorme tarefa. Das observações, às contratações, definição de esquema táctico, passando pelas orientações e substituições durante o jogo, há todo um trabalho desenvolvido a partir de uma síntese de informações. Como vem sendo hábito, neste avanço anual, é incrível a consistência de detalhes e informações alusivas a mais de 600 mil jogadores, todos da vida real e actualizados para a presente época.
Actualmente e para este ano, a produtora convocou para o "manager" algumas tarefas anteriormente delegadas nos olheiros. A isso acresce um maior conjunto de informação e dados sobre os jogadores que observamos, cruciais para definirem a sua eventual contratação. Existem também mais dados sobre os atletas, um sistema numérico que atribui mais amplitude e conhecimento. Além disso é possível receber mais actualizações a longo prazo sobre o jogador, incrementando o seu historial. No fundo são estes detalhes que ajudam a tornar FM único e uma aposta de referência no género indicada para quem procure trabalhar com dados e estatísticas como acontece no dia-a-dia dos clubes.
Contudo e apesar dos avanços em termos de informações e detalhes sobre os jogadores que contratamos, por vezes as suas quebras de forma e lesão produzem resultados dramáticos. É uma situação inevitável (a saída do Jonas no Benfica, por lesão, nas últimas jornadas, parece ter tido efeito ao nível da forma do plantel). Em FM este tipo de situações são crónicas, mas nesta edição parecem levadas a um novo expoente, quiçá dramático.
A apresentação dos jogos em 3D foi alvo de melhorias, com melhor iluminação e animações. Com isso foram removidos alguns "bugs" que prejudicavam as partidas e por isso os jogos estão mais fluídos e realistas. A interface do jogo foi substancialmente alterada, com algumas indicações e opções que anteriormente não se encontravam disponíveis. É, contudo, uma redefinição considerável. O sistema táctico e outras opções de gestão do clube permanecem
No essencial, esta é uma experiência bastante enriquecedora e profunda, com todo o dramatismo ligado aos despedimentos e descidas de divisão quando a construção da equipa não acontece da melhor forma ou os adversários gerem melhor os seus plantéis. Mas é também um jogo que dá alguns sinais de um repisar dos mesmos mecanismos que tornaram tão notável a série. Veremos de que forma a Sports Interactive melhora alguns dos atributos. Na Switch, a versão de FM Touch é bastante fluída, sendo agradável progredir entre os ecrãs de informação e opções técnicas com a simplicidade do toque. A apresentação das partidas em 3D é boa e toda a gestão se promove de forma bastante eficaz. Num sistema portátil como a Switch, é uma boa surpresa e alternativa ter nas mãos o melhor jogo de gestão de futebol. É o momento para os treinadores de bancada provarem o que valem e consolidarem os seus conhecimentos sobre o futebol.