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Forza Motorsport 7 - primeiras impressões

Sétima a fundo na Xbox One X.

Apesar das sucessivas indicações pré E3 que apontavam para um novo capítulo na série Forza Microsoft, foi preciso aguardar pela conferência para conhecermos Forza Motorsport 7, desde logo através de um trailer que mostra a parceria da produtora com a germânica fabricante de automóveis Porsche, que também deu a conhecer, em Los Angeles, ao mesmo dia e hora, o novo carro topo de gama em configuração para a estrada, o modelo GT2 RS.

Precisamente um dos veículos disponíveis numa demonstração que a Turn 10 preparou para a E3, através de um incrível simulador, com sistema hidráulico, capaz de reproduzir com elevada precisão as incidências de condução de um automóvel de elevadas especificações. FM7 é também um jogo de elevada performance, uma trajectória de evolução que atinge nesta altura um expoente máximo ao correr tanto no PC como na nova XBox One X, a 4K e sólidos 60 fotogramas por segundo.

E saber que em Setembro teremos acesso à versão final, deixa-nos ainda mais maravilhados quando confrontados com a qualidade do jogo, tanto no capítulo do grafismo como da jogabilidade e condições dinâmicas que afectam as corridas. Saímos por isso da E3, depois de termos jogado a demonstração, convencidos quanto à habilidade do estúdio em aperfeiçoar e levar até novas metas esta popular franquia, que entre utilizadores do PC e da Xbox é acompanhada por milhões de utilizadores.

A alteração das condições atmosféricas é maior no decurso das corridas.

Um desafio à condução automóvel

A demonstração de FM7 na E3 é composta por 3 partes: uma corrida na nova pista do Dubai, nas imediações da cidade do médio oriente, uma prova de competição dos veículos da categoria GT no Nurburgring, apenas na secção onde se disputa o grande prémio de Fórmula 1 e, por fim, uma prova na pista italiana Mugello, aos comandos de um camião. Todas oferecem uma perspectiva peculiar, especialmente a competição no circuito alemão, que a dada altura é atingida por uma tempestade de proporções gigantescas, cobrindo de água o asfalto, enquanto o céu enegrecido por nuvens como que oferece as condições ideais para separar os verdadeiros pilotos dos aspirantes a competidores.

Já no Dubai, é a força motriz do novo Porsche, que quando conduzido sem assistências se transforma numa fera indomável. Da primeira à última curva a pressão no acelerador activa uma sonoridade que propaga pelo espaço como um bálsamo para os sentidos. O silvo do Turbo a entrar em acção quando se engrena uma mudança superior (controlar com o novo volante da Fanatec, através das patilhas, é como aceder à mais realista experiência), conjugado com a força sentida no volante, por vezes de forma brusca, traduz uma precisão e imediatismo notáveis.

Desligando todas as assistências, do controlo de tracção ao ABS, passando pela opção que activa a funcionalidade simulação, manter o veículo em pista é um desafio hercúleo. Não impossível mas seguramente muito difícil e merecedor de grande treino se quisermos atingir resultados. De comando na mão, optamos por equilibrar as assistências, reforçando a manutenção do carro em pista, dentro da trajectória definida. Não é uma condução tão fulgurante e explosiva mas consegue marcar um bom ponto de partida, deixando-nos olhar para aspectos como o ambiente ao redor do asfalto.

As condições de visibilidade tornam-se mais difíceis.

A pista fictícia criada no Dubai é como uma montanha russa de longa duração. Há rectas, curvas longas, outras lentas, túneis, zonas onde um leve lençol de areia como que serpenteia por entre as linhas delimitadoras da pista. Aviões levantam voo adiante, a luminosidade é perfeita e os arranha céus parecem acariciar as nuvens (geradas aleatóriamente) que sobrevoam o circuito, onde não falta uma zona montanhosa "up the hill" de exigente abordagem. É impossível não nos determos por instantes na abordagem dada pela Turn 10 ao Rio de Janeiro, com um dos mais bestiais circuitos.

Em pista os carros de elevadas prestações travam argumentos e prosseguem impávidos no seu ritmo. A força do motor gráfico é assinalável. Por dentro os ponteiros nos manómetros, em constante movimento oscilatório, denunciam o aperto constante exercido sobre os pedais. Por fora é o brilho dos veículos e a atenção ao mais ínfimo detalhe, numa luxúria gráfica, que nos transporta até ao âmago da beleza automóvel e pura performance técnica. FM7 é sinónimo de Xbox One X e se a Microsoft pretende um argumento para vender a consola no primeiro dia, o simulador da Turn 10 é a mais sólida garantia de sucesso no aproveitamento das capacidades da máquina.

Condições atmosféricas dinâmicas

As condições dinâmicas constituem um especial ponto de aperfeiçoamento, uma vez que são geradas aleatóriamente, percorrendo a pista e oferecendo sombras que vão mudando de sítio. Contudo, as corridas ainda decorrem em ambientes pré determinados, a horas fixas, podendo verificar-se uma mudança de condições atmosféricas, eventualmente de forma abrupta. Aos comandos de um Nissan GTR preparado pela Nismo aventuramo-nos sob uma chuva diluviana em Nurburgring. A insistente queda de água cria acumulações em certas zonas e torna-se mais difícil manter a ligação perfeita do carro ao asfalto. O cenário escurece e a dado momento como que somos promovidos a um cenário dantesco, a requerer o melhor do mito Ayrton Senna. Relâmpagos descem dos céus, luzes acesas de tarde no edifício das boxes e visibilidade quase impossível. Como que se emoldura em breves instantes o quadro mais drástico, para de uma forma progressiva recuar e dar lugar a uma melhor claridade.

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No circuito italiano Mugello as condições atmosféricas perfeitas mantêm-se, suscitando interesse a condução dos camiões, capazes de engrenar até 8 mudanças de velocidade. São veículos diferentes, com particular incidência no estilo de condução. É talvez a corrida onde conduzimos sem nos sentirmos a descobrir algo que não tenhamos já experimentado, apesar da certeza quanto a FM7 em recuperar mais provas e campeonatos de diferentes géneros.

A Turn 10 está a renovar o modo carreira, desde logo ao permitir uma progressão através de diferentes campeonatos e provas, envolvendo um processo de selecção de acordo com o nosso interesse, com maior margem de escolha. O modo Vista permanece como uma opção para ver de perto as máquinas e seguir ao detalhe todos os pormenores. Mas antes da corrida poderão abrir o carro e, de uma forma virtual, percorrer cada secção do carro. Ao todo mais de 700 carros, todos com o mesmo nível de qualidade visual, um acordo com a Porsche que trará o 919 Hybrid às lides virtuais (o GT2 RS já dispensa apresentações e será a capa do jogo), pinturas personalizadas, agora com a integração de semelhante editor na personalização dos fatos.

Forza vista permite ver os carros ao detalhe, mas antes da corrida poderão observar os pormenores do interior. Mais de 700 carros na versão final.

FM7 é claramente um dos meus jogos favoritos da E3 e uma demonstração da Turn 10 em desenvolver e afinar cada vez mais o seu simulador de corrida. O estúdio consegue tirar proveito das novas tecnologias e ao mesmo tempo servir-se de todo um conhecimento e legado anterior, incrementando as bases e ao mesmo tempo a definição do futuro da série. É até ao momento a experiência definitiva na Xbox One X e eventualmente o jogo capaz de levar muitos fãs e adeptos da simulação a pensar na nova consola da Microsoft.

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