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Game Pass custa à Xbox mil milhões de dólares por ano

Microsoft acredita que este é o futuro dos videojogos.

Crédito da imagem: Xbox

A introdução do Game Pass pela Microsoft representou uma mudança fundamental na sua estratégia. Lançado poucos meses depois de Sarah Bond ter entrado para a empresa, este serviço baseado em subscrições alterou fundamentalmente a forma como a Microsoft se relaciona com os jogadores. Tal como salientado num artigo de Dina Bass e Cecilia D'Anastasio para a Bloomberg, o Game Pass representa um afastamento dos lançamentos de sucessos de vendas para um fluxo de receitas mais consistente gerado por uma vasta biblioteca de jogos, acessível através de consolas, PCs, dispositivos móveis e até smart TVs.

De acordo com o artigo da Bloomberg, a vontade da Microsoft de gastar mil milhões de dólares por ano para garantir jogos para o Game Pass revela o forte investimento da empresa no serviço. Este esforço inclui o pagamento de taxas fixas de milhões de dólares às pequenas editoras para que os seus títulos sejam incluídos, juntamente com a distribuição de uma parte das receitas da subscrição. Para as produtoras mais pequenas, esta exposição e rendimento garantido podem ser importantes.

As grandes editoras, no entanto, mostram-se mais céticas em relação ao modelo do Game Pass. Executivos como Strauss Zelnick, CEO da Take-Two Interactive Software, questionam a viabilidade de incluir grandes títulos no Game Pass no lançamento. Apesar dos esforços agressivos da Microsoft para expandir a biblioteca do Game Pass, a presença da Take-Two na plataforma continua a ser limitada. Esta atitude cautelosa foi partilhada pelo antigo CEO da Activision, Bobby Kotick, que se opôs anteriormente à inclusão de lançamentos de Call of Duty no Game Pass no dia do lançamento. No entanto, após a aquisição da Activision pela Microsoft, essa posição mudou, com Call of Duty a ser incluído no nível mais elevado do serviço de subscrição.

Para além do impacto nos produtores e editores, o Game Pass teve um impacto nos consumidores. Com 34 milhões de subscritores, a Microsoft conseguiu cultivar com êxito uma base de utilizadores fiéis. De acordo com o artigo da Bloomberg, os utilizadores do Game Pass gastam mais 50% em jogos do que os não assinantes, o que indica que o serviço melhora o envolvimento geral com o ecossistema de jogos.

No entanto, embora o Game Pass tenha impulsionado o crescimento e o envolvimento, também reflete as mudanças estratégicas mais amplas que estão a ocorrer na Xbox sob a liderança de Bond. O foco nas subscrições, juntamente com a decisão da Xbox de lançar alguns jogos exclusivos em plataformas rivais como a Nintendo e a PlayStation, provocou reações divergentes por parte da base de fãs da Xbox. Para alguns, estas mudanças representam uma "quebra de confiança" no modelo tradicional de jogos para consolas, embora Bond e a direção da Xbox acreditem que esta diversificação é fundamental para atingir um público mais vasto.

A estratégia do Game Pass, embora dispendiosa, continua a ser fundamental para a visão da empresa de um futuro em que os jogos são mais acessíveis e integrados em todas as plataformas.

O investimento de mil milhões de dólares em jogos lançados por outras entidades para o Game Pass mostra a convicção da Microsoft de que o modelo de subscrição é o futuro dos jogos.

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