Games Convention 08
Indústria dos jogos marchou na Alemanha de leste.
Há uma semana fechavam as portas da Leipziger Messe, o enorme centro de conferências situado à saída da cidade alemã de Leipzig, que durante cinco dias acolheu a Games Convention, o maior evento europeu dedicado à indústria dos videojogos e que forma juntamente com a E3 e a Tokyo Game Show o roteiro dos principais eventos repartidos pelos mais importantes mercados; norte-americano, europeu e japonês.
Neste que foi o sétimo ano da GC, há quem veja na edição 08 uma das melhores de sempre. Com mais espaço para expositores, mais visitantes e elementos da imprensa, diversos recordes foram derrubados, cimentando a ideia que neste momento e no périplo dos eventos organizados pela Europa, nenhum consegue assinalar tamanha magnitude e interesse das editoras. Durante cinco dias consecutivos, imprensa e público sintonizaram as antenas para a cidade situada a leste da Alemanha, no estado da Saxónia, e puderam aceder aos jogos que vão estar prontos por altura do Natal, bem como a muitos outros que têm lançamento agendado para o próximo ano.
Desde LittleBigPlanet, Pro Evolution Soccer 09, Call of Duty: World at War, Race Pro, Fallout 3, Street Fighter IV, Heavy Rain e Guitar Hero, é quase infindável a lista dos jogos que estavam distribuídos pelos grandes hangares do centro de exposições, mesmo à mão de semear. Outros, porém, ainda em progresso, só puderam ser percebidos visualmente pela imprensa, mediante explicações dos respectivos produtores, que fizeram deste evento mais um importante ponto de reunião, negócios e proximidade com o público, a garantia das suas obras. Produtores norte-americanos, japoneses (Kojima, Inaba e Yoshinori Ono de Street Fighter IV passearam por lá) e europeus oriundos de toda a Europa sentiram a necessidade de marcar presença no velho continente, promovendo muitos jogos com saída já para os próximos meses, num último “tour de force” que ninguém quer deixar escapar, definindo datas de lançamento e apresentando as últimas grandes novidades dos seus jogos.
No entanto aquilo que mais faltou neste evento foram os anúncios bombásticos. A isso juntou-se o desinteresse da Nintendo que mais uma vez absteve-se de, pelo menos, abrir um expositor, e a Microsoft que, salvando o anúncio de um comando para a Xbox 360 melhorado (o botão direccional está mais preciso), não organizou qualquer conferência, apostando, em alternativa, por divulgar em sessões privadas com a imprensa, os jogos internos com lançamento programado até ao Natal.
Só a Sony manteve o interesse em organizar uma apresentação, um plano de ataque para os próximos tempos, voltando a sublinhar a importância do pequeno e icónico Sackboy (estava abundantemente espalhado pela cidade alemã em grandes placards nos edifícios da cidade) numa perspectiva imediata, revelando uma PSP com novas funcionalidades já para Outubro, entre outros apontamentos relevantes, mas convencendo em definitivo a plateia quando se viu Heavy Rain, o jogo de David Cage da Quantic Dream, que depois de um assinalável Fahrenheit volta a fazer de tudo para mexer com as emoções dos jogadores.
A falta de grandes novidades num evento que se voltou mais para a exposição e possibilidade de dar a milhares de entusiastas o acesso imediato aos jogos que vão receber até ao Natal, pode ser consequência do escalonamento actual dos eventos. Recorde-se que a E3 teve lugar no continente norte-americano pouco mais de um mês antes, pelo que o efeito novidade a girar em torno de imensos títulos esgotou-se nesse mês de Julho. Por outro lado as editoras tendem a organizar os seus próprios eventos ao longo do ano, escolhendo as datas para comunicar as novidades. Lembremo-nos da divulgação de Street Fighter IV, que se fez notícia num banal dia no final de 2007 através de um portal criado pela Capcom que mostrava apenas um trailer com Ryu e Ken lutando por entre uma densa névoa escura.