Ghost Recon: Shadow Wars - Análise
O esquadrão fantasma na nova dimensão.
As missões são sempre antecedidas por um breve resumo da situação atual da guerra presenciada e ainda o plano de ações a tomar em combate. Cada uma das missões pode ser cumprida em 3 níveis de dificuldade distintos, estando para cada um dos quais reservada uma pontuação que servirá posteriormente para aumentar a patente do jogador. Ao longo da aventura serão apresentadas, progressivamente, as várias personagens com que, inevitavelmente, acabarão por combater.
Cada uma destas personagens tem uma posição distinta em batalha, trazendo uma série de características únicas à mesma. Existem seis no total: sniper, silencioso, médico, artilharia pesada, engenheiro e soldado. Habilidade secundárias permitem ainda a cada uma utilizar uma série de engenhos tais como lança-rockets, granadas ou uma arma automática fixa. À medida que vão cumprindo as missões são recebidos pontos que permitem evoluir cada uma das personagens, para aumentar dados como o dano causado ou a vida.
O jogo funciona sempre de forma equilibrada e traz um constante sentimento de recompensa. Sempre que causam danos ou matam um inimigo, a personagem em questão ganha pontos de poder. Quanto esses pontos atingem os 100% uma habilidade especial, que envolve geralmente causar mais dano, é desbloqueada. Por outro lado, muitos dos cenários são compostos por localizações a conquistar, como se fosse um jogo de conquista. À medida que conseguem obter várias zonas do mapa no vosso poder ganham pontos que podem ser gastos para adquirir habilidades especiais - ataque aéreo, possibilidade de ganhar pontos de poder extra para as personagens ou ainda a possibilidade de utilizar duas vezes a mesma personagem num mesmo turno.
O maior problema de Shadow Wars é que, sem se tornar amplamente desinteressante, tende tornar-se aborrecido devido à pouca intensidade dada ao desenvolver dos acontecimentos. As missões são, por si, enormes, sendo necessário por vezes investir numa mesma missão até cerca de uma hora. Da mesma forma, também o ritmo com que o enredo se desenvolve é lento, fazendo com que por vezes seja difícil manter o interesse na aventura. Se inicialmente existem uma série de técnicas a descobrir, a certa altura já estarão calejados, pelo que o interesse em toda a aventura acaba por recair sobre o enredo. Não que este seja algo do outro mundo, mas os diálogos entre personagens bem construídos e dinâmicos conferem algum interesse a todo o ambiente apresentado.
Se estiverem fartos de atuar de forma exímia e ponderada no modo campanha - já que condição para o falhanço da missão é qualquer uma das personagens falecer - podem dedicar-se ao modo Skirmish que apresenta uma série de missões personalizadas para objetivos alternativos, como, por exemplo, ter uma equipa de artilharia pesada contra snipers. O único objetivo é dizimar a equipa contrária e poderão, também aqui, receber pontos para evoluir a vossa patente.
Shadow Wars não tem modos Online, mas conta com uma modo multijogador na mesma consola. O que faz sentido, já que a batalha se dá por turnos. É a típica ação estilo jogo de Xadrez - funciona bem e é divertido. Desenrola-se da mesma forma que qualquer outro modo de jogo já que o combate por turnos assim o possibilita. Cada um fica com uma facão composta por soldados de distintas classes, sendo o objetivo prevalecer sobre o inimigo. É uma boa forma de trazer para a batalha mentes reais ao invés da IA a que estariam habituados.
Não é um título lotado em modos de jogo e opções. É no entanto dos mais sólidos que por aí andam. Se apreciam o combate por turnos aplicado ao estilo de estratégia em tempo real então Ghost Recon Shadow Wars é uma excelente opção, não só porque é o único do género disponível até à data na consola, mas também porque faz por merecer esse interesse.