Passar para o conteúdo principal

God Eater prepara o seu assalto à Europa

Bandai pondera ainda o futuro.

Yusuke Tomizawa, produtor em God Eater, é uma figura pacata e altamente concisa nas suas palavras, mas ainda assim não esconde o seu lado divertido e não deixa de revelar o seu entusiasmo pela sua grande paixão que é esta propriedade intelectual. God Eater da Bandai Namco chegou à Europa pela primeira vez em 2011, com a versão Burst do original para a PSP. Esta espécie de Monter Hunter futurista, teve ainda direito a uma sequela em 2013 para PSP e PS Vita mas esta ficou-se somente pelo Japão.

Passado um ano, o Japão recebeu a versão Rage Burst da sequela para PS Vita e PlayStation 4 e no ano passado recebeu God Eater Ressurection, um remake do original, para PS4 e PS Vita. São estes dois jogos mais recentes que estão a caminho da Europa neste Verão. Apesar de ser uma série de nichos no Ocidente, a verdade é que God Eater é um caso sério de sucesso no Japão e já vendeu mais de 3 milhões de unidades. Foi um impulsionador de vendas para a PSP e PS Vita, aquando do lançamento dos seus jogos, e é uma referencia para os amantes do género.

Neste Universo pós-apocalíptico, a humanidade vive à beira da extinção, ameaçada pelos aragami, impiedosos monstros focados unicamente na destruição, e somente quem consegue envergar as God Arc, as únicas armas capazes de destruir os aragami, poderá entrar na Fenrir e se tornar num God Eater. Feito a pensar nas portáteis e num mercado que vibrava com Monster Hunter, não é difícil encontrar similaridades no design e estrutura do gameplay com a série da Capcom. O certo é que resultou bem e facilmente entendemos porque a Bandai Namco quer expandir a série para o ocidente.

God Eater é um jogo de ação a alta velocidade com uma história rica que nos permite viver uma grande aventura ao lado dos nossos companheiros. Podemos criar uma equipa de quatro personagens e existem duas formas de ataque. A espada transforma-se numa arma de fogo para cobrir ataques a longo alcance mas também se transforma num escudo. Na demo que foi apresentada, vimos Tomizawa a enfrentar um enorme aragami, que exigia a combinação de diferentes ataques e constante movimento do jogador.

Ver no Youtube

Enquanto JRPG de ação com contornos que lembram um hack n slash, God Eater 2 Rage Burst conta ainda com um sistema chamado Blood Crave que nos pede para respeitar diferentes condições. Seja causar determinado dano ou executar acções específicas, a equipa fez de tudo para que um sistema fluido e veloz não se tornasse num monótono martelar constante de botões. Existem táticas a aprender, jogo de equipa para dominar, habilidades a utilizar, e acima de tudo mecânicas que pretendem aprofundar uma experiência que de outra forma correria o sério risco de se tornar banal.

Nesta caça aos monstros futurista, os controlos são simples e apesar da qualidade gráfica evidenciar a natureza e anos dos títulos, a fluidez e espectacularidade de alguns sistemas, conseguem evidenciar a força de God Eater. Para a Europa, o jogo seria lançado a 30 de Agosto, fornecendo acesso gratuito a God Eater Ressurection na sua compra e custará no PC €49.99, €69.99 na PS4 e €39.99 na Vita.

Na Europa receberá apenas vozes em Inglês e legendas em seis línguas diferentes e não foram esquecidos os incentivos especiais. Quem reservar o jogo terá direito a fatos de tales of Zestiria, sword art Online e Tokyo Ghoul. Uma das melhores novidades que foram partilhadas é que todas as actualizações lançadas para a versão japonesa após o lançamento, estarão incluídas no disco base que chega às lojas. Mais à frente falaremos dessa controversa decisão de deixar as vozes originais no Japão.

Os dois jogos na série God Eater vão procurar oferecer uma experiência dramática com uma história envolvente, algo que a Bandai Namco acredita que o ajuda a ser diferente. Vários jogos no género, sempre imensamente popular, preferem deixar isso de lado. Os jogos God Eater não. Especialmente porque conjuga de bela forma com a tal aposta na ação de alta intensidade. Mesmo que a componente visual não vá de forma alguma esconder as humildes raízes, os valores do gameplay de tudo farão para compensar.

A série começou em 2011 na PSP mas agora estamos numa nova era que nos permite melhorar os gráficos, o máximo possível, para enriquecer a experiência e a tornar mais apelativa nos sistemas mais recentes. Os controlos não mudaram muito desde os tempos da versao original, uma escolha feita para recriar a sensação que os jogadores originais sentiram. Uma das maiores diferenças é que a PS4 permite que ouçam vozes da sede nas colunas do DualShock 4.

Sendo uma série tão acarinhada e repleta de dedicados jogadores, existem fãs que passaram mais de mil horas com os dois jogos que chegam em Agosto. Qualquer um deles oferece perto de 100 horas de jogo e mesmo sendo uma experiência feita a pensar nas portáteis, de forma alguma a longevidade foi colocada em risco. Quanto mais eficientes se quiserem tornar, mais tempo e dedicação terão que investir.

Como referido, agora falaremos sobre a sensível e controversa decisão de localizar as vozes para inglês, e deixar as vozes japonesas de fora. Durante uma entrevista que seguiu a apresentação, Tomizawa explicou que entende o gosto dos fãs pela anime com as vozes originais mas devido a problemas nos direitos, não conseguiram usar as vozes japonesas. Procuraram compensar com um maior esforço na localização em inglês e esperam conseguir minimizar o impacto.

Algo que me deixou bastante intrigado sobre a chegada dos dois jogos ao Ocidente, foi a possibilidade de abrirem a porta para um novo jogo na série e o produtor não negou sentir tal desejo. Sobre uma possível continuação da série, Tomizawa diz que nada está a ser feito de momento mas que teria todo o gosto em o conseguir. Aliás, a vinda dos dois jogos para a Europa é para que todo o mundo fique em pé de igualdade caso a Bandai Namco decida levar a série em frente.

Quanto ao que gostaria de ver nesse hipotético God Eater 3, Tomizawa diz que adoraria tirar proveito dos sistemas mais recentes, especialmente da PS4 devido à sua crescente popularidade no Japão. Para reforçar os valores da série, também gostaria de acompanhar algumas das funcionalidades mais recentes em jogos do género que saíram depois dos seus jogos e acredita que seria capaz de desenvolver um bom God Eater 3.

Perante jogos feitos para uma portátil e sistemas caseiros, PS4 e agora também PC, perguntamos a Tomizawa sobre a sua plataforma preferida, onde prefere jogar God Eater. Tomizawa acredita que a PS4 e o PC são as escolhas óbvias, devido ao seu poder extra, mas se a versão PS Vita se adequar ao teu estilo de vida, não hesites em optar pela portátil. Foi a resposta politicamente correcta que salvaguardou todas as versões.

God Eater 2 Rage Burst e God Eater Ressurection vão chegar com a sensação de atraso mas o empenho e seriedade da Bandai Namco faz-nos ficar confiantes que mais vale tarde do que nunca, especialmente quando podemos dar a mensagem que estamos interessados nestes pequenos mais encantadores títulos.

Lê também