God of War III
No fim...apenas o caos.
Como referido, é no sistema de combate que God of War III mais familiar permanece, mas no entanto, algumas novidades, refinamentos e minuciosos detalhes conseguem manter tudo atractivo e tão bom quanto sempre foi. Kratos vai adquirindo novas armas que lhe permitem combater as criaturas que lhe fazem oposição. Tal como nos anteriores, o jogador pode alternar as combinações entre golpes normais e fortes, e consoante vamos ganhando novas armas, mais combinações podemos fazer pois alguns inimigos são mais facilmente derrotados com determinada arma.
Todas as armas principais e secundárias conquistadas por Kratos são feitas em sequências verdadeiramente épicas que certamente vão marcar quem as joga. As lutas contra os deuses são de tal forma brutais que é praticamente impossível não ficar espantado com o gore que o jogo consegue exibir. Após obtidas as armas, ganhamos acesso a novas áreas que nos dão mais um pequeno vislumbrar de mais uma pequena peça de uma enorme tapeçaria que descobrimos aos poucos.
Torna-se quase impossível não descrever os locais por onde passamos, pois toda a sua construção é altamente importante para explicar como a aventura desafia o jogador e como o mantém constantemente ansioso por continuar a jogar e a conhecer novos locais, estando deliciado com o local no qual se encontra. Especialmente quando pelo meio é forçado a enfrentar um dos inimigos de maior porte e outra das famosas características surge, os Quick Time Events. Quando necessário, o jogador tem a possibilidade de pressionar o botão correcto na altura devida para aplicar devastadores ataques que nos deixam estarrecidos a olhar para o ecrã com o pensamento de como algo tão visceral consegue ser tão espantoso. Na serventia das formas cinematográficas, a presença destes indicadores é mais subtil, e agora temos momentos de escala admirável devido ao motor de jogo que pelo meio alterna para perspectivas de belo efeito sem a momento algum retirar o controlo de Kratos ao jogador.
Falando no motor de jogo, se estavam preocupados com o desempenho registado na demonstração jogável disponível na PlayStation Store, podem colocar as vossas preocupações de lado. God of War III decorre de forma altamente suave e sem quaisquer problemas relacionados com a jogabilidade. Tudo é tão suave e fluído quanto os fãs desejam mas não pensem que nas cerca de 10 horas necessárias para terminar o jogo (dificuldade Normal) vão passar o tempo todo em combate. Em God of War III os puzzles estão de volta e alguns são como o monte que escalamos, gigantescos. Alguns são progressivos e de resolução a longo prazo, e até relacionados com as armas, mas a maioria é de efeito imediato como habitual. Este segundo elemento característico da série, surge de uma forma que consegue espantar pois é uma das formas mais surpreendentes de marcar o ritmo num jogo do género.
God of War III não é um jogo muito longo, como referido são precisas 10 horas na primeira vez que se joga com praticamente todos os itens coleccionados e quase todas as melhorias de personagem obtidas, mas a todo o momento sentimos conforto no jogar. O ritmo é fluído e constante (sem quaisquer ecrãs de carregamento ao longo da aventura), não existem áreas para “encher” e os puzzles oferecem um alto equilíbrio no peso entre a acção e aventura. Mesmo que nalguns seja preciso mais do que uma tentativa, o sistema de checkpoints é altamente competente de forma a que nem sequer se lembrem da palavra frustração. Isto é especialmente agradável quando estamos a ter dificuldade num qualquer boss mais teimoso. O trabalho aqui apresentado tem esse grande mérito de desafiar o jogador estando constantemente a incentivar com requintes de competência sem a momento algum se preocupar que a duração podia ser maior.
Para os que pretendem obter mais do jogo, para além do convite irrecusável a repetir a dose, God of War III emula os exemplos de outros no género entretanto lançados. Para além da existência de Troféus que vão mesmo apelar aos jogadores mais dedicados e adeptos de um bom desafio, o jogo também oferece tarefas adicionais ao jogador, e ainda a arena de combate. São uma espécie de salas de desafio nas quais somos convidados a por em prática a nossa destreza com vários parâmetros a respeitar. Desde restrições nas armas ou no tempo, ou até no tipo de inimigo, são desafios adicionais que servem para prolongar um pouco mais a jogabilidade mas não são algo que se possa considerar essencial.