Golden Sun: The Lost Age - Virtual Console - Análise
Por novos continentes.
O primeiro Golden Sun, desenvolvido pela Camelot, foi também o meu primeiro jogo para a Game Boy Advance. Um rpg de estrutura tipicamente tradicional, com combates por turnos, uma narrativa eivada de personagens heróicas, vilões inesperados, reviravoltas e alguns desenvolvimentos como a influência da religião, num tratamento a que os jrpg's nipónicos nos habituaram durante imenso tempo. O design tipicamente 2D convenceu, embora significativamente aquém do fantástico Chrono Trigger, então só conhecido na sua versão SNES. A componente mais surpreendente de Golden Sun deveu-se à presença dos Djinni, uma série de criaturas relacionadas com diversos elementos como terra e fogo, que auxiliam as personagens principais em combate.
A sequela, The Lost Age, vai buscar os acontecimentos do primeiro jogo e retoma a partir desse ponto, construindo uma narrativa com base nos antagonistas do jogo anterior. Durante a primeira hora de jogo, após um conjunto de eventos, paulatinamente entramos na onda da nova jornada. Pelas semelhanças em termos gráficos, apresentação e design, as equiparações com o primeiro título são inevitáveis. The Lost Age reaproveita imenso conteúdo do primeiro jogo, modifica alguns aspectos e melhora outros, mas de um modo geral diria que são títulos com uma proximidade muito grande, o que justifica a intenção original da Camelot em criar um só jogo com as duas narrativas. Isso não foi possível e por isso foram lançados dois jogos, com algum tempo de intervalo entre os dois.
À semelhança de outros jogos desenvolvidos pela Camelot, leva algum tempo até o jogador entrar no activo, isto é, entrar em novas dungeons, movimentar estátuas, utilizar a "psynergy" justamente para deslocar objectos e assim sucessivamente. Estes momentos de maior exploração são interrompidos por batalhas rotineiras que se desenvolvem em acesos combates por turnos. A equipa, composta por Félix, Kraden, Sheba e Jenna, irá viajar de barco até um novo continente, conhecido por Indra.
O sistema de combate não oferece grandes novidades. Continua a primar por um modelo muito similar ao do capítulo anterior, sendo que o destaque vai mais uma vez para os Djinni e para a sua articulação entre os diversos membros da equipa através dos quatro diferentes elementos: terra, ar, fogo e água. O processo de utilização destes pequenos monstros que nos auxiliam em batalha assume diversas implicações: uma alteração de estatísticas de personagens, golpes especiais próprios e convocação de um espírito capaz de um ataque superior. Esta opção tem no entanto uma desvantagem: limita a actuação do assistente para o turno seguinte.
Resumindo, Golden Sun: The Lost Age é um bom jrpg, na senda do original. Talvez demasiado próximo, muito igual graficamente, com muitas mecânicas importadas o que não significa que não seja entusiasmante e cativante. Os fãs do original não terão dificuldades em se adaptar a este novo capítulo e provavelmente terão aqui uma jornada bem desafiante.