Gran Turismo 6 - Análise
Paixão automóvel.
As corridas para principiantes, que constituem a porta de entrada na primeira categoria do modo carreira, voltam a ser constituídas por pequenas corridas de duas voltas em circuitos mais pequenos. A novidade é que ao vencer estas provas o jogador acumula estrelas, com as quais, a partir de um certo número, tem acesso a missões, corridas especiais e participação em licenças, designadamente o teste final enquadrado na respectiva categoria. Se vencer uma destas provas ganha imediatamente três estrelas. Todavia e apesar de haver nesta progressão um modelo ainda tradicional, nota-se que a PD injectou mais alguma frescura e diversidade de provas, procurando quebrar a monotonia típica das corridas com carros que apresentam pouca tracção. Uma das novidades é justamente o Coffe Break, que consiste numa série de mini-jogos que podem ser repetidos várias vezes e que normalmente são disputados em condições específicas, como por exemplo, o derrube de 300 pinos numa pista montada dentro de um enorme estádio. A condução é divertida, proporcionada por um carro diferente, embora não fiquemos com ele.
Noutro mini-jogo, o desafio-eco, o que se pede é que o jogador complete uma determinada distância usando apenas um litro de combustível. Nunca um jogo de condução conheceu tantos imprevistos ou situações insólitas como agora, mas em Nurburgring, com um Nissan GT-R das 24 horas, gerir um litro de combustível ao longo de 3 kilómetros é surpreendente. Consoante os troféus adquiridos, vamos acumulando pontos ou créditos, que servem de moeda de troca por novos veículos disponíveis nos concessionários. Os troféus de ouro não só são os mais valiosos como oferecem mais prémio monetário. Há sempre a possibilidade de recolher os carros oferecidos assim que obtemos determinada licença ou concluímos mais um segmento do modo carreira. Depois de disputar os campeonatos nacionais (a e b), o jogador entra na competição internacional (a e b), tendo por último a categoria Super, reservada para os carros mais potentes.
Mas ainda nas primeiras horas do modo carreira, começam a surgir interessantes provas, nomeadamente o Goodwood Festival of Speed, uma prova que todos os anos se realiza na região de Goodwood, numa imensa propriedade do Lord March, também ele um entusiasta dos automóveis. Começam por receber uma carta com o convite. Entre carros clássicos dos ralis e dos circuitos, ao longo de poucos kilómetros percorrem um troço memorável e não menos desafiante, sobretudo pela pouca largura do asfalto. Esta é uma das melhores inclusões em GT6 e que vem dar espaço para a PD arriscar no futuro em provas de montanha como Pikes Peak, entre muitas outras que promovem grande diversão e inclusão fascinante. A reprodução da pista e do espaço está impecável e logo de início são facultados 3 carros. A escolha é livre. Entre clássicos potentes como o Alpine, Ferrari Dino e carros mais recentes e mais potentes como o Mercedes SLS AMG.
Não é preciso competir muito mais tempo até encontrarmos outra surpresa; as provas lunares. Desta vez a PD levou por diante a ideia de levar os jogadores até à lua, o astro mais próximo da terra, que tem a particularidade de oferecer apenas 1/5 da gravidade que existe no nosso planeta. A bordo do Lunar Riving Vehicle é possível experimentar as sensações que apenas um punhado de astronautas sentiram até hoje. Trata-se de um evento mais interessante do ponto de vista do conceito e da aprendizagem, do que propriamente como evento competitivo. Todavia, a reprodução da lua, do buggy e a física de condução bem peculiar criam uma novidade que só por isso justifica a sua inclusão.
Ainda nas primeiras horas de jogo, os utilizadores de Gran Turismo poderão aceder a uma das categorias mais relevantes, o Vision Gran Turismo. Com ele a PD pretende aprofundar as ligações com as fabricantes de automóveis em termos de "concept cars", isto é carros que ainda só existem como protótipos, mas que servem de guia para aqueles que serão os carros do futuro. Até vão encontrar carros de marcas de roupa de desporto como a Nike ou a Air Jordan. É provável que muitos destes veículos criados exclusivamente para o jogo nem venham a existir, ou sejam diferentes, se vierem todos a ser construídos, do que podemos ver nesta secção. Contudo, a PD conseguiu uma importante ligação com a Mercedes-Benz, pelo que nas primeiras horas de jogo poderão ficar a conhecer o recente AMG Vision GT, revelado no salão de Los Angeles. Consiste num carro futurista e que ostenta um design arrebatador. O único problema que o carro apresenta é a ausência de interior. Mas assim que acederem ao modo este carro será imediatamente facultado, pelo que poderão tirar partido dele nas provas do modo arcade. Juntamente com a Mercedes-Benz, a PD trouxe para o jogo muitos outros protótipos de diferentes fabricantes, assim como vídeos alusivos à sua concepção, formando um compêndio muito seguro sobre o que pretendem os fabricantes para o futuro da indústria automóvel.
Quanto aos veículos de outras categorias, entre as quais se destacam os citadinos, gama média, gama alta, desportivos, super desportivos, veículos de competição de GT, GT3, GT1, passando pelos carros de rali, modelos oficiais e classe 1 e 2 de Le Mans, a oferta abrange uns impressionantes 1200 carros no total, devidamente descritos e com todas as especificações relevantes. É impressionante a quantidade de carros aqui disponíveis, embora nesta passagem para a sexta entrada da série, apenas 120 constituem estreia. Entre as novidades contam-se os carros do campeonato FIA GT3 e outros que compõem provas internacionais como as 24 horas de Le Mans ou as 24 horas de Nurburgring.
Nos concessionários as marcas encontram-se divididas por continentes: Ásia, Europa e América do Norte e a selecção dos carros está mais simplificada quer pela divisão de categorias em específico, quer pela disposição através de miniaturas que dessa forma torna mais eficaz a navegação entre as diferentes marcas. Pena que mais uma vez a Porsche seja a única grande fabricante ausente. Um jogo desta envergadura não merece que uma das mais importantes marcas de desportivos, que agora acabou de lançar o super desportivo 918 Spyder seja substituída pelo preparador exclusivo RUF. Talvez seja altura de a PD negociar com a Electronic Arts, a detentora dos direitos da marca, uma cedência que cada vez mais se impõe.
Em termos de distinção entre os modelos base e os carros Premium, isso ainda se faz sentir assim que acedemos ao interior dos carros do modelo básico. Neste caso os pormenores do posto de condução são menores, os efeitos da luz não existem, no entanto desapareceram as limitações em termos de performance ou impossibilidade de modificações. Além disso, os exteriores de todos os clássicos da categoria GT foram convertidos para visuais compatíveis com os modelos Premium, encontrando-se no mesmo plano todos os veículos.