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Grand Slam Tennis 2 - Análise

A febre dos grandes torneios.

Pode ter demorado quase dois anos, mas finalmente chegou para a PS3 e Xbox 360 a sequela do original lançado para a Nintendo Wii em 2009. Aquando do lançamento de Grand Slam Tennis a EA Sports previa lançar idêntico jogo para as outras consolas, mas isso não aconteceu. A opção passou por fazer um jogo novo e nesse percurso a Nintendo Wii acabou por ser preterida, talvez porque a intenção da EA fosse desenvolver os jogos de acordo com a potencialidade das consolas. Enquanto que a versão Wii de Grand Slam Tennis se compatibilizou exclusivamente aos comandos por movimentos e apresentou os tenistas por via de uma composição altamente caricatural, já a sequela revela uma previsível entrada no realismo e na captura de movimentos, ao mesmo tempo que a jogabilidade se situa algures entre o arcade e a simulação.

Com Grand Slam Tennis 2 é por demais evidente que a EA Sports quer disputar o espaço que até aqui tem sido dominado pelos dois maiores concorrentes, Virtua Tennis 4 e Top Spin 4, os jogos chave do segmento. É certo que a EA Canada está menos experimentada na edição dos jogos de ténis, pelo que é expectável que a margem de progressão ainda seja grande. A ideia com que ficamos após testarmos Grand Slam Tennis 2 é precisamente de um jogo que ainda se mostra limitado, faltando-lhe um modo carreira mais diversificado e mais algum trabalho para garantir uma jogabilidade equilibrada pois tanto podemos ter jogos bastante acessíveis e ganhos sem grande complicação como a dada altura a dificuldade sobre de escala e liquida quase todas as hipóteses de sucesso graças a uma inteligência artificial que não dá a mínima chance.

Este jogo tanto é compatível com os comandos por movimentos como também pode ser jogado de forma mais tradicional, embora no recurso ao comando permita jogar assumir comandos inovadores. Mas se a versão para a PS3 permite fazer do Move uma espécie de raquete, já a versão para a Xbox 360 não está adaptada ao Kinect, sendo assim um dissabor para os fãs da marca de Redmond que julgavam ter aqui mais um jogo "friendly" com a captura de movimentos.

O glamour do Grand Slam

Quatro torneios constituem a principal atracão do jogo e aproximadamente duas dezenas de tenistas mundiais e lendas do Grand Slam emprestam corpo, rosto e genuína emoção às partidas de ténis. De Wimbledon ao Open de Nova Iorque, a reprodução dos torneios que perfilham o Grand Slam é uma das mais valias. Mas se à partida este conteúdo é por si suficiente para despertar a atenção dos fãs dos jogos de ténis, também é por aí que nos apercebemos da dimensão algo reduzida do jogo. Depois de esgotados os torneios de Wimbledon, Roland Garros, Australian Open e US Open terão apenas mais quatro torneios não oficiais, Shangai, Geneva, Dubai e Brighton, torneios que contam com apenas um court e sem os tradicionais campos de apoio.

A apresentação de Grand Slam Tennis 2 através dos menus será toda familiar para os conhecedores de outros produtos da marca. As grelhas são quase uma reprodução do que podemos ver nos produtos da série FIFA, sendo muito idênticas em termos de design e estrutura. Isso não é mau, até pelo contrário, já que a organização do quadro de opções é boa e leva-nos diretamente aos modos de jogos principais. Outra coisa não seria de esperar da EA senão uma definição humana e bastante detalhada dos tenistas atuais integradores do ATP assim como as senhoras do WTA, sem esquecer as lendas como Boris Becker, Pete Sampras, John McEnroe e Martina Navratilova, entre outros. Mas aqui há tenistas que estão melhor reproduzidos que outros. Nadal e Federer, por exemplo, estão bem modelados. Já Pete Sampras não tem o rosto tão fiel ao original e não parece tão alto como é na realidade. Não obstante alguns tenistas se encontrarem melhor modelados do que outros, há uma definição geral dos atletas bastante boa, mas mais poderá ser feito no futuro.

Às figuras centrais que emprestam rosto ao jogo, será acrescentado mais um ou vários tenistas criados no modo editor. Este tenista criado a gosto pelo jogador será opção válida para o modo carreira. Pode ainda ser utilizado em partidas amigáveis e também nos jogos on line. A pontuação que alcançarem no final de cada jogo, contra o computador ou em rede, contará para a progressão do tenista em vários parâmetros como velocidade, resistência e força, características que afectarão a evolução do jogador.

O modo carreira é a principal atracão do jogo. Nele o jogador será convidado a cumprir 10 épocas de Grand Slam, supondo que esse será o tempo útil de atividade profissional de um tenista. Na prática o jogador poderá disputar os torneios especiais antes de participar em renomeadas provas como Wimbledon ou Roland Garros. É aqui que o modo carreira contraria aquela que seria a progressão normal de uma futura estrela do ténis. Depois de passar pelos torneios preliminares vencendo os adversários numa dificuldade escassa, é possível ganhar os grandes torneios eliminando na final adversários que lideram o ranking, o que acaba por ser algo contraditório a menos que o tenista rookie seja sobre-dotado. Não sendo esse o caso fica a clara impressão que os produtores podiam ter sido bem mais engenhosos na construção do modo carreira. As finais acrescentam sempre alguma emoção, mas nas primeiras temporadas não será complicado subir no ranking mesmo que joguem contra os adversários cotados no topo do ranking. Nas temporadas imediatas o equilíbrio será maior, mas a rotina de progressão é a mesma.