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GRID 2 - Antevisão

Uma perspectiva diferente no género

Nunca fui bom nos simuladores automóveis, é verdade que isso também é muito uma questão de preferência, sempre gostei mais de jogos de condução estilo Mário Kart, Burnout ou Trackmania. A frustração faz parte dos simuladores mais reais como Gran Turismo ou Forza, é necessário conhecer o carro antes de poder começar a testar os limites, mas por algum motivo sempre me faltou essa motivação para testar o meu limite num simulador. A minha mulher diz que isso se deve ao facto de não ter carta de condução, talvez, mas também nunca a tirei porque não acho grande graça a automóveis, nunca precisei e nunca foi febre que me atingisse.

Isto não significa que não tenha jogado dezenas de simuladores até hoje, ainda que me cativasse sempre mais a parte de melhorar e personalizar os diferentes carros, do que a dureza da competição em si. Acredito por isso que o meu período de entrada em qualquer simulador automóvel seja mais longo do que o do comum dos jogadores, e por isso o meu primeiro contacto com este Grid 2 teve sentimentos mistos.

Apesar de não ser um verdadeiro simulador, os carros em Grid 2 não utilizam qualquer tipo de assistência automática e requerem bastante prática para dominar. A Codemasters trabalhou de perto com os construtores dos veículos para garantir que cada carro transmita o "feel" que o caracteriza na realidade, enquanto garantem que não se tornam incontroláveis para o jogador comum.

Apreciei a simplicidade da apresentação do jogo, que quando iniciado na consola, nos coloca imediatamente ao volante de um Mustang Mach 1 Twister Special, numa pequena prova pelas ruas de Chicago que serve em teoria para demonstrar as nossas habilidades ao volante. Foi certamente hilariante desfazer o carro todo, ficar em último, e no final dizerem-me que causei boa impressão às pessoas certas, e podia esperar um telefonema. Quê? Até um achievement me deram, que me ficou na memória devido ao nome, "Here's my number, so call me maybe", como a música.

Independentemente da minha capacidade em controlar o Mustang, o carro era deveras nervoso, capaz de ficar a andar aos círculos se abusarmos um pouco que seja no drift. Estranhei um pouco esta ser a escolha da Codemasters para carro de prática, a introdução ao jogo, mas mais tarde quando se abre toda uma escolha de veículos mais pesados percebemos a intenção. Depois de cerca de três horas com Grid 2, todos os carros que me passaram pelas mãos foram uma benção comparativamente ao primeiro.

"Apesar de não ser um verdadeiro simulador, os carros em Grid 2 não utilizam qualquer tipo de assistência automática e requerem bastante prática para dominar."

O engenheiro Patrick, pelo menos julgo que era esse o nome dele, fala constantemente connosco enquanto conduzimos, de forma a primeiro ensinar a controlar o drift do carro, depois para pequenos conselhos sobre como devemos abordar certos segmentos, ultrapassagens e a velocidade recomendável. Depois da surpreendente performance em Chicago temos uma sessão de treinos na Indianópolis Motor Speedway, onde já podemos testar em maior pormenor todas as particularidades da condução do Mustang.

A partir daí o modo carreira abre-se num calendário com diferentes eventos que vamos desbloqueando aos poucos, mas como nesta versão preview não estão todos disponíveis, é difícil perceber exatamente como será a progressão pelas provas. Por exemplo as pistas iniciais ainda não são definitivas, e depois até temos acesso a eventos que serão específicos já para a parte final da carreira. Podemos optar por diferentes modos de dificuldade, e pelas consequências que queremos que os embates tenham no carro. Podem escolher que os danos nos veículos sejam apenas cosméticos, felizmente.

A mecânica de Flashback permite-nos recuar no tempo e abordar uma curva de modo mais seguro caso o resultado tenha sido mau à primeira, mas apenas um número limitado de vezes durante cada prova. Isto pode parecer "noob friendly", mas a verdade é que é uma óptima mecânica para educar o jogador na arte de condução. Voltando atrás e tentando uma nova abordagem permite-nos ter feedback imediato sobre o que fizemos mal.