Guardians of Middle Earth - Análise
O género do momento chega às consolas.
É portanto muito comum ver os jogadores a trocar várias vezes de linha, e isto aliado ao facto da comunicação com os colegas ser praticamente inexistente, torna a ação mais caótica e imprevisível. Cada linha conta com as respetivas torres a defender o caminho para a base, assim como os grupos de unidades que automaticamente avançam no caminho oposto (soldados). O que existe de novo aqui é a possibilidade de efetuar o “upgrade” das nossas torres, aumentando a sua resistência, o seu poder de ataque, ou até aumentar o poder dos soldados que nos apoiam.
Existe também um mapa apenas com uma linha onde o caos é ainda maior e a ação se assemelha mais com um brawler do que propriamente com um MOBA. Aliás, mesmo no mapa principal, o elemento estratégico é muito discutível, apesar de algumas habilidades estarem desenhadas claramente para suportar o apoio aos colegas de equipa. A preocupação principal dos jogadores durante as batalhas está em controlar o máximo número de shrines possível, e garantir a subida de nível do guardião de forma constante, até ao máximo de nível 14.
Existe progressão a nível micro e macro tal como em League of Legends por exemplo, mas neste caso, o foco é maior no setup prévio às partidas. Não existe a tradicional loja dentro das batalhas, e por isso a adaptação ao adversário é muito mais limitada. Antes das batalhas iniciarem preparamos um Loadout, que é constituído por um conjunto de feitiços de comando, poções e um cinto que podemos colocar uma “relic”, que por sua vez segura umas gemas que adicionam valores ao guardião que escolhemos.
Este tipo de progressão é completamente dependente do nosso nível global, que à medida que vai aumentando, nos garante acesso a poderes de comando e gemas mais poderosas. É claramente um sistema que premeia o tempo global de jogo, algo estranho num género que depende tanto do equilíbrio à partida.
O meta-jogo de Guardians of Middle Earth vai depender imenso de conteúdo adicional no futuro, os badalados DLC, mas ao contrário de outros jogos do género, não está assente em micro transações. Tudo que existe para ser desbloqueado depende do gold que conquistamos jogando, assim como dos objetivos tipo achievements que o jogo suporta, e existem imensos.
O que tem tornado a experiência desastrosa são os problemas com a ligação, perdi a conta à quantidade de vezes que dei por mim a jogar com um lag terrível, só para uns segundos depois cair e voltar para o menu principal. Para piorar, não existem assim tantos jogadores de momento, o que torna as queues mais demoradas, e nos obriga a jogar no modo que completa as equipas com guardiões controlados pela IA. Várias foram as partidas que joguei apenas com 1v1 ou 2v2 humanos, com o resto da equipa completa por simples “drones”.
Não é a primeira vez que vejo um jogo nas consolas a ensaiar este tipo de modelo, mas é o primeiro que se apresenta de forma tão declarada e assumida. Conseguiu pelo menos recriar um dos aspetos que fez o sucesso do género nos PC, a simplicidade inicial. Com um nível de entrada amigável e objetivos claros, Guardians of Middle Earth vai precisar do apoio da comunidade e de um maior equilíbrio se quiser conquistar o seu espaço.
Seria injusto dizer que não tem potencial, mas de momento está desequilibrado, com poucos jogadores e com sérios problemas de conectividade aos servidores. Poderá parecer estranho para alguns jogadores, mas é ainda assim uma adaptação bem conseguida de um género com um gameplay tão particular, parece-me que merecia mais iteração, mas cá estaremos para ver como se desenvolve.