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Guilty Gear Xrd SIGN - Primeiras impressões

Passamos algumas horas com o fantástico jogo de luta na PS4.

Apesar de ter iniciado as suas operações em 1988, foi em 1998 com Guilty Gear para a primeira PlayStation que o estúdio Japonês Arc System Works deu os primeiros passos para construir um currículo inacreditável no género de luta. Enquanto estúdios internos de companhias como SEGA, Bandai Namco e claro Capcom se tornaram em ícones dos beat'em ups, o ArcSys passou muitos anos a ser encarado como um estúdio de nichos mas com BlazBlue e Persona Arena conseguiu catapultar-se para os holofotes mundiais. Desde 2009, precisamente quando a primeira destas duas séries chegou, que o estúdio deixou a dormir a sua mais conhecida série mas em 2014 chegou a hora de Guilty Gear voltar ao activo.

Xrd SIGN foi a prenda de Natal que não consegui oferecer a mim mesmo mas o dia dos namorados encarregou-se disso. Lançado originalmente em Dezembro no Japão e América do Norte, continua sem data de lançamento oficial para a Europa portanto foi quase obrigatório importar o jogo. Agora, enquanto carrego apenas algumas horas de porrada no papo, partilho as primeiras impressões sobre o mais recente capítulo numa das mais fascinantes séries de videojogos de luta 2D. Aqui num novo estilo visual muito mais impressionante no qual o Unreal Engine 3 é usado de forma estrondosa. Será o Céu ou o Inferno? Está na hora da questão ser colocada de novo!

Guilty Gear, e as principais séries da ArcSys, são fantásticas porque nasceram da mente de Daisuke Ishiwatari. Tal como Yoshinori Ono está para Street Fighter e Katsuhiro Harada está para Tekken, Ishiwatari está para Guilty Gear, a mente louca responsável por todo um estilo único, completamente surreal e maravilhoso derivado da sua paixão pelo rock'n'roll. Se a banda sonora da série não for dica suficiente, todos os jogos, Xrd SIGN incluído, está imerso numa incrível quantidade de deliciosos detalhes relacionados com o gosto do produtor pelas guitarras eléctricas.

Basta olhar para Sol Badguy, protagonista principal da série. Tal como o seu nome verdadeiro, Frederick, a sua alcunha deriva de Freddie Mercury, vocalista da banda Queen (conhecido como Mr. Bad Guy) e foi construído como um alter ego do próprio Ishiwatari. O seu espírito rebelde e excentricidade coloca-o frequentemente em confronto com Ky Kiske e temos aqui uma espécie de rivalidade que se tornou símbolo da série. O seu nome deriva da banda Helloween e estes são apenas dois exemplos, Axl Low e Slayer são óbvios demais, de como a mente de Ishiwatari criou esta série para combinar um espírito rebelde, dinâmico, surpreendente e cheio de poder ROCK com os jogos de luta. A sua personalidade é altamente electrizante!

Guilty Gear Xrd SIGN é um espectacular regresso da série que tanto carinho e devoção espalhou pelo mundo ao longo de quase dez anos. Desde os primeiros instantes, ao som de Heavy Day (de referir que o próprio Ishiwatari é o responsável pela incrível banda sonora) que percebemos porque é que esta é a principal série deste estúdio. É que consegue combinar tudo de um forma inacreditável e quem for fã do género e da cultura Japonesa não irá resistir à combinação das lutas com o design de personagens, banda sonora, visuais e modo de história aqui presentes.

Tendo passado ainda poucas horas com o jogo, explorando o modo Story e Arcade, juntamente com os tutoriais e prática de combinações e especiais, o meu tempo é ainda curto. Tendo em conta a aparente profundidade do sistema de combate, cheio de regras para aprender e respeitar se quisermos triunfar, Xrd SIGN parece ser um jogo que cresce em nós. Inicialmente somos até completamente subjugados pela sua imponência e nem damos conta do que estamos a fazer.

Aos poucos e poucos lá vamos percebendo melhor a história e vamos conhecendo melhor os personagens, assim como os seus motivos. É um dos aspectos que fica aparente desde o início, a história é altamente importante para manter o jogador entretido e para nos ligar aos personagens deste universo. Grande parte do tempo, como até podem perceber neste vídeo em baixo, martelar os botões será prejudicial enquanto respeitar o jogo, utilizando o tempo necessário para conhecer os personagens e as possibilidades ao nosso dispor no gameplay, será muito oportuno.

Inicialmente existem demasiadas coisas ao ponto de muitos jogadores, mesmo os mais dedicados ao género, ficarem com a sensação de nem saberem por onde começar. Ishiwatari diz que este jogo foi feito para apelar a novos fãs e tornar a série mais famosa mas a verdade é que o sistema de combate ostenta imensa profundidade de forma que quanto mais jogamos melhor combatemos. Especialmente porque os visuais são espectaculares e algumas cenas especiais ficam incríveis.

Ainda existe muito, mesmo muito, para jogar em Guilty Gear Xrd SIGN mas assim que tiver investido o tempo necessário com o jogo voltarei com uma análise completa e detalhada. Entretanto, fiquem com um vídeo no qual passo 15 minutos a tentar compreender que o ritmo, timing, spacing e destreza no uso dos combos é um bailado que terá que ser concretizado através da prática. Os deliciosos visuais e o som frenético ajudam a electrizar qualquer um e a ficar sempre ansioso por mais. Diria que tem substância, imagem e poder. HEAVEN or HELL?. Hora de decidir!

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