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Guitar Hero: Metallica

Mestres dos instrumentos de plástico

Aliando a palavra diversão à palavra dificuldade, a Neversoft acrescenta ainda acessibilidade e continua a levar ainda mais longe as alterações efectuadas em World Tour criadas para servir esse sentido. Se em World Tour tornou-se possível alterar a dificuldade a meio da música ou o modo carreira deixou de estar separado pela dificuldade, entre outras coisas, em Metallica temos um esquema de progressão novo e algo inédito na série, todas as músicas disponíveis desde início no modo Quickplay. Se não estão interessados no modo carreira ou se pretendem apenas desfrutar dos modos online, não precisam de jogar o modo carreira pois todos os temas estão desbloqueados logo na primeira vez que metemos o jogo na consola. Esta parece ser a forma encontrada para mostrar que todos podem jogar a sua música favorita sem ter que passar pelos impedimentos e frustrações causados pela dificuldade.

O próprio esquema de progressão do modo carreira foi alterado para ser ainda mais acessível e ao invés do tradicional tocar e passar determinado número de músicas para ganhar acesso à próxima rondada, em Metallica a progressão tem como base as estrelas. Como é sabido, quando terminamos qualquer música recebemos um determinado número de estrelas e são elas que nos ajudam a progredir agora. Se precisarem de 7 estrelas para ganhar acesso ao próximo local e às próximas músicas, podem perfeitamente fazer tal em apenas duas músicas, por exemplo, evitando que joguem músicas que não gostem e desbloqueando tudo de forma mais fácil.

Mais uma vez a bateria ganha destaque e para ir ao encontro do talento de Ulrich, surge uma nova dificuldade máxima.

Muitos estariam com medo da dificuldade de tocar músicas dos Metallica em Guitar Hero mas a Neversoft garante que sim é difícil mas sempre divertido. Claro que estamos perante uma dificuldade no seu geral logo a partida superior à de World Tour mas a dificuldade é como em todos os anteriores. As primeiras músicas são bastante fáceis e conforme avançamos, mais difíceis se tornam e “For Whom the Bell Tolls” não se compara a “Battery” por exemplo. No entanto o trabalho realizado garante que a sensação de que estamos a tocar todas as notas é mais pura que nunca e a ligação entre o nosso trabalho e o jogo é recompensada com o devido treino e empenho. Maiores dificuldades vão ter os bateristas que até ganham acesso a uma dificuldade extra, Expert+, patrocinada pelo uso de mais um pedal para recriar o trabalho de Ulrich.

Outras grandes novidades implementadas pela Neversoft surgem como autênticos brindes e como um verdadeiro trabalho de carinho e atenção para com os fãs. Uma passagem pela secção de extras garante o acesso aos tradicionais vídeos bónus que aqui são impressionantes gravações dos Metallica ao vivo e que deixam qualquer fã entusiasmado. Podem aceder a um álbum de fotos que cobre a carreira da banda desde o seu início até aos dias de hoje, mas a maior novidade em termos de extras surge com os Metallifacts. Os Metallifacts são vídeos que podemos ver das músicas que já tocamos nos quais obviamente não jogamos e apenas assistimos à actuação virtual enquanto que na parte inferior do ecrã vão surgindo informações, dados e curiosidades sobre a música. Uma verdadeira preciosidade que enriquece o valor deste trabalho junto dos fãs da banda. Ao lado desta novidade surge também a possibilidade de podermos ver as letras para todas as músicas, um extra útil e interessante, especialmente para os cantores.

Kirk Hammett é à sua maneira uma espécie de monstro mas não se importa de partilhar as atenções.

Obviamente que um jogo como este acarreta com algumas restrições desde que nasce, já o referimos, mas é na forma como a Neversoft trabalha nessas restrições sem nunca esconder que este é um jogo para fãs da banda, e são esses que melhor servidos são, que o jogo consegue satisfazer os interessados. O catálogo de músicas é impressionante e a maioria dos mais conhecidos e amados temas da banda marcam presença. Poderia ser quase perfeito não fossem algumas ausências de peso e consideradas de elevada importância. Tal como dissemos na nossa antevisão, as bandas de apoio servem temas soberbos mas para um jogo dos Metallica seria ainda melhor que apenas temas deles fossem servidos mas assim podem ficar satisfeitos os que apelam a variedade e a outros sons que se enquadram dentro do panorama da banda principal. Até porque o jogo não é compatível com os conteúdos adicionais dos anteriores, somente com o álbum Death Magnetic, e as bandas convidadas fornecem um som diferente mas na mesma “onda”, a maioria pelo menos.

Para toda uma comunidade, Guitar Hero tornou-se numa forma de estar, numa espécie de religião e aliar esse comportamento a um jogo dedicado a uma das nossas bandas favoritas pode oferecer-nos momentos como nenhum outro jogo ofereceu antes. A união entre o som que as colunas libertam, a melhorada e apurada jogabilidade, o comportamento da banda virtual em palco, os locais onde tocamos e o sentimento que as músicas têm para nós podem ser fruto de uma experiência única e altamente recompensadora.

Guitar Hero: Metallica é um título absolutamente essencial para todos os que amam a banda e também os videojogos. Não é um título perfeito e algumas ausências na lista de músicas presentes são a lamentar mas mesmo assim consegue ser um dos melhores Guitar Hero feitos até à data pela Neversoft. É difícil sem nunca deixar de ser divertido, presta um fantástico serviço aos fãs e uma honrosa homenagem à banda.

8 / 10

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