Guitar Hero: Metallica
Os senhores que se seguem.
Quando a Activision revelou que Guitar Hero iria estar mais activo este ano do que nunca, não estava a brincar. O sucesso gozado pelo franchise é demasiado para ser ignorado e a Activision procura não uma aparente saturação mas sim diversidade. Há pouco mais de quatro meses tivemos World Tour, daqui a cerca de três meses vamos ter Greatest Hits, no final do ano vamos ter aquele que por enquanto é conhecido como Guitar Hero V e já surgem rumores de muitos outros jogos do franchise com lançamento para este ano. Entretanto, durante esta investida furiosa de Guitar Hero sobre o consumidor vamos ter Guitar Hero: Metallica, o próximo a ser lançado.
Se até agora se queixavam de pouco Metallica na série Guitar Hero, agora o melhor será começarem a perguntar por Guitar Hero: Pink Floyd pois tem uma boa dose de Metallica a caminho. Depois de homenagear os Aerosmith, a Activision achou que a próxima banda digna de um tributo em videojogo seriam os Metallica. Fãs regozijam em delírio pois não só vão ter um jogo dedicado à sua banda favorita como também esse jogo conta com James Hetfield, Kirk Hammet, Lars Ulrich e Robert Trujillo recriados digitalmente.
Para este novo jogo dedicado aos Metallica a premissa é a mesma vista em Aerosmith. Vamos seguir os Metallica como banda de apoio durante uma tournée, aquecendo os ânimos com temas de outras bandas também elas famosas. Isto pode vir a ser um dos maiores problemas do jogo e algo a ter em conta por todos os interessados. Enquanto uns optariam por um jogo apenas dos Metallica, apenas com a banda e com os seus temas, outros agradecem a inclusão de outras bandas para bem de uma maior diversidade e sons diferentes. Uma decisão da Activision claramente para evitar que o jogo se torne ainda mais restrito do que já é por natureza e algo que apenas vamos poder completamente avaliar no jogo final. O certo é que na demo disponibilizada no Xbox Live, apenas dois dos quatro temas são dos Metallica e a vontade por mais é enorme.
Nesta demo podem desfrutar de "Sad But True" e "Seek and Destroy" dos Metallica assim como "No Excuses" dos Alice in Chains e "Stone Cold Crazy" dos Queen. Tal como visto em Aerosmith, os Metallica apenas surgem nas músicas da banda e os locais mais famosos onde tocaram recriados no jogo apenas surgem quando vamos tocar os seus temas. Escusado será dizer que estes são os momentos mais altos do jogo e durante os quais podemos visualizar as distinções implementadas para recriar um ambiente mais de acordo com a banda.
No jogo vamos ter a possibilidade de tocar 28 temas dos Metallica e 21 temas de bandas que influenciaram os Metallica ou que simplesmente são da sua preferência. Pessoalmente preferia trocar os 21 temas de outras bandas por temas dos Metallica, principalmente quando existem graves falhas na lista de músicas dos Metallica presentes no jogo. Se os 28 temas, entre os quais verdadeiros hinos da banda como "Master of Puppets", "Fade to Black", "Unforgiven", "Enter Sandman", "For Whom the Bell Tolls" ou "Nothing Else Matters", facilmente deixam em êxtase os fãs, é também fácil ficar desiludido pelas ausência quase tão rapidamente quanto nos alegramos com as presenças. A ausência de temas como "..and Justice for All", "Blackened" e "Ride the Lightning" (curiosamente, ou não, todos disponíveis como conteúdo adicional para Rock Band) ou outros como "The Call of the Ktulu", "Harvester of Sorrow", "of Wolf and Man", "Untill it Sleeps", "Devil's Dance" e "Saint Anger" por exemplo, mostram que havia espaço para mais temas da banda. No entanto com isto assistimos ao regresso de grandes bandas como Queen, Alice in Chains, Slayer, Motorhead e outras mais que contribuem com os seus temas. Perdemos em Metallica mas ganhamos em "amigos" e é um dos pontos que mais aguardo para verificar no jogo, até que ponto não vai o jogador ficar a pedir mais Metallica.
Essa sensação surgiu com a demo, com todo o respeito para os Alice in Chains e para os Queen, este é o jogo dos Metallica e a vontade por mais temas da banda é enorme e o jogo em si parece estar facilmente susceptível a esse pensar. Especialmente porque um dos factores mais importantes do jogo, a lista de músicas presente, também o parece sugerir como anteriormente referido.
Continuando com o motor de jogo que nos trouxe os três anteriores, a Neversoft implementou no entanto algumas melhorias e mudanças para este novo jogo ir ao encontro do espírito da banda. Visualmente o destaque vai para a recriação dos quatro membros da banda com um toque meio cartoonesco e que se fazem munidos de animações bem fidedignas e bem reconhecíveis para os fãs da banda. Precisamente um dos pontos onde a Neversoft parece ter investido mais esforço, na recriação exacta do comportamento da banda em palco, uma forma de estar que já é mítica entre o seu público. Para tal temos também alguns novos efeitos específicos para esse propósito como um tremer do ecrã em determinados momentos de determinadas músicas e filtros de cor e iluminação concebidos para ir ao encontro do que a banda fez ao vivo ao longo da sua carreira. A Neversoft também aplicou algumas mudanças aos elementos de apoio no ecrã e agora temos as estatísticas, número de notas tocadas sem falhar e nível do multiplicador, do lado direito do ecrã e não no lado esquerdo como anteriormente. Outra das novidades está na inclusão, também do lado direito, de uma barra que nos indica quanto nos falta para chegar à próxima estrela, classificação final, acompanhada de uma estrela que nos indica o número de estrelas alcançado. Assim escusam de esperar pelo final da música para saber quantas estrelas obtiveram e caso procurem melhor pontuação, sabem imediatamente que precisam de se aplicar mais.
Nesse aspecto pouco mudou para este Guitar Hero: Metallica e pouco há a mudar quando uma fórmula provou ter o sucesso que esta alcançou. As únicas mudanças foram feitas a nível da dificuldade que agora está mais elevada. Tendo em conta que falamos dos Metallica, ter um jogo dedicado a eles é como dizer que vamos começar na última ou penúltima lista de músicas de um anterior Guitar Hero, como começar pelo mais difícil. No entanto a Neversoft não procurou o impossível ou o exagero como alguns poderiam temer e sabe que acima de tudo o jogo deve ser divertido. Dos quatro temas presentes na demo, apenas os dos Metallica conseguiram apresentar algum desafio e mesmo em Expert só mesmo "Seek and Destroy" obrigou a esforços de maior. Certamente que no jogo vamos enfrentar temas mais difíceis, e outros mais fáceis, mas é bom verificar que acima de tudo se procurou a diversão. Os que vão enfrentar maiores dificuldades são os bateristas que com a possibilidade de aplicar outro pedal, vão-se ver forçados a esforços redobrados e também o baixo deixou de ser um simples "acompanhamento" e oferece um bom desafio.
Guitar Hero: Metallica é um jogo que logo à partida está condicionado. Para além do óbvio agradar dos fãs da banda que partilham ambas as paixões, pode agradar aos que viram World Tour como uma experiência fácil, casual e demasiadamente para a família para o seu gosto. Será para estes que o jogo mais facilmente se perspectiva pois nem todos vão estar dispostos a pagar por 49 músicas o mesmo que pagaram por mais de oitenta..
Guitar Hero: Metallica é lançado no mercado Americano já a 27 de Março e chega à Europa a 05 de Maio para Playstation 2, Playstation 3, Wii e Xbox 360.