Guitar Hero: Warriors of Rock
Igual ao seu melhor mesmo.
Depois do fantástico primeiro contacto com Guitar Hero: Warriors of Rock, a expectativa atingiu níveis elevados. Quando praticamente tinha decidido desistir das guitarras de plástico, a nova e mais feroz sonoridade de Warriors of Rock apanhou-me desprevenido e conquistou-me completamente. Agora, face à versão final, olhar para o mais recente jogo na já mítica série não deixa de fazer relembrar as experiências que já passaram, até porque podem estabelecer parâmetros entre o novo produto. Se os dois primeiros jogos conquistaram quase de imediato o estatuto de clássico de culto, ao passar a chancela para as mãos da Activision a série Guitar Hero evitou tornar-se numa série de alguns e tornou-se numa série das multidões. Após a sua iniciação na nova geração em Legends of Rock (o primeiro feito de raiz para os sistemas HD), frente à concorrência de Rock Band foi forçado a acompanhar a evolução do género com World Tour e em Guitar Hero 5 finalmente conseguiu impor-se no campo das novidades mas não agradou na sua sonoridade.
Perante a imensa quantidade de títulos baseados na série que foram lançados pelo meio dos títulos principais, a imagem de Guitar Hero ficou demasiadamente desgastada e a insistência em manter-se em sonoridades mais comerciais e pop teimando em não regressar ao tom que lhe conferiu o prestígio, a Activision arriscava o caminho da saturação e do desinteresse. Perante isto a responsabilidade de Guitar Hero: Warriors of Rock é imensa, talvez demasiada e injusta, e num jogo em que o seu apelo inicial e imediato provém das mesmas bases que ditam a sua longevidade a médio e longo prazo, a sua lista de músicas, fiquei altamente curioso para ver o que Warriors of Rock tinha para oferecer não só à série como também ao género.
É precisamente aqui que reside o ponto que vai ditar a medida em que Guitar Hero: Warriors of Rock está pronto para vos arrebatar pois se por um lado consegue o que se pretendia, por outro fica-se por posturas de um passado recente que não agradaram a todos. Mas antes disso vamos primeiro abordar todo o centro de destaque desta nova entrega que foi um dos mais intrigantes aspectos preparados pela Neversoft desde que tomou as rédeas da série.
Uma das maiores novidades de Warriors of Rock, provavelmente a maior e uma que esperamos que tenha impacto no futuro da série, é o modo Quest. Moldando a fórmula que já vinha das origens da série, aqui o habitual modo principal assume contornos inesperados e sinceramente bem-vindos. O modo Quest conta-nos a história de um semideus do rock que foi aprisionado por uma besta e cuja libertação será feita pelo despoletar dos anciãos ensinamentos do rock e pela libertação da sua lendária guitarra. Isto faz com que agora todo o modo tenha uma história para contar e como para libertar este deus do rock os habituais personagens da série tem que libertar o seu eu interior, vamos jogar com um de cada vez e conhecer as suas motivações e forma de estar, sem a momento algum sair dos moldes tradicionais.
Para reforçar a sensação de que longe estamos dos tempos em que o jogador era forçado a jogar o que não queria para jogar o que queria, quase toda a lista de músicas está disponível, excepto algumas como as do fantástico 2112 dos Rush (que tem direito a cenário especial e a narração especial que intercala as músicas por membros da própria banda). Toda a história é narrada por Gene Simmons dos Kiss e num tom bem adequado, que a todos os momentos nos fazem lembrar o tratamento invocado em Brutal Legend, este introduz as personagens e mais do que um concerto, esta vai ser uma jornada por um ser superior. É uma nova abordagem que sem dúvida faz toda a diferença e torna este produto distinto de tudo o que vimos até agora no género.
Cada personagem tem agora atributos únicos e especiais que podem ajudar bastante a ultrapassar algumas músicas. Os atributos e capacidades únicas podem ir desde amealhar star power em maior quantidade, ter um multiplicador máximo maior, ou cativar o público mais depressa. Ao ganhar o número necessário de estrelas, tocamos uma última música com a versão guerreira desse personagem, que oferece uma espécie de atributos amplificados e que nos vão ajudar imenso na brutal batalha final, na qual somos realmente colocados em teste. Os cenários e a própria lista de música são reflexos tanto da personalidade do personagem como também ajudam a que cada novo "capítulo" tenha um "sabor" diferente e especial.
Uma vez libertado o guerreiro do rock que há em cada um destes personagens, vamos enfrentar um cenário especial que apresenta uma batalha na qual a nossa resistência é testada como nunca visto até à data. Todo este novo tom que quase parece invocar moldes típicos de outros géneros é mesmo o maior feito do jogo e introduz novas mecânicas que nos conquistaram.