Guitar Hero: World Tour
Quando a competição dá lugar à cooperação.
O novo desafio para os que já se pensavam como mestres do Guitar Hero chega com a nova guitarra e com o seu painel sensível ao toque. Nalguns dos solos mais poderosos, as notas mudam para um tom mais escuro e surge uma linha roxa a uni-las, é a indicação que caso queiram podem mudar para o novo painel e despoletar essa necessidade desenfreada de imitar aquilo que os vossos ídolos fazem, mas ao estilo Guitar Hero. Nestas secções podem deslizar a mão ou apenas efectuar tapping mas para algumas vão precisar de usar as duas mãos e será preciso que se habituem ás transições. Será um novo e bom desafio para todos os que pensavam que já sabiam fazer tudo, no que à guitarra diz respeito.
Desde há muito que ganhei enorme respeito pelos bateristas, uma posição que pode ser ingrata e cujo mérito nem sempre é reconhecido. Guitar Hero: World Tour livra-se da necessidade de um Drum Hero, presta a homenagem a este instrumento e ao mesmo tempo remodela-se completamente colocando no centro das atenções a bateria. A minha relação com a minha guitarra é saudável e recomenda-se, sempre lhe fui fiel e nunca lhe menti, por isso mesmo não posso esconder o enorme prazer e a fantástica diversão que é jogar na bateria.
Desde o primeiro contacto que um certo magnetismo com contornos de fascínio toma conta de nós e desejamos imediatamente começar a explorar este novo instrumento. Explorar no sentido de deixar de ser marreta e aprender com um mínimo de habilidade a tocar nele. Coordenação precisa-se e a certa e determinada altura já nem sabia onde estava enquanto pedia desculpa à coitada quando não acertava nos botões. Aqui não há o “simples” ficar parado enquanto se abana a cabeça e os dedos mexem, aqui todo o corpo é chamado a mover-se, quase todo. Enquanto os braços entram num exercício de temporização e acerto, vamos explicando a nós mesmos que é preciso usar o pedal.
É um desafio completamente novo que não só muda completamente a forma de encarar o franchise como nos dá o dobro da diversão e potencialmente o dobro da longevidade. Será preciso muito tempo, dependendo da habilidade de cada um, para dominar a bateria e por entre algumas sessões o cansaço físico pode começar a instalar-se. É um novo elemento que entra em cena e fará toda uma diferença quando tiverem os amigos lá em casa.
Todo este esplendor que estes instrumentos nos causam, atiram quase de uma forma instantânea para as malhas da ingratidão o microfone. Certo que não faltará quem queira assumir o papel de Dom. Sabichão Cantante mas face à magia da bateria e da nova guitarra aliadas aos novos elementos da jogabilidade que lhes foram adicionados, o microfone acaba por ser quase como um elemento complementar. Não poderia deixar de marcar presença mas dificilmente será de eleição e quantos de vós se vão querer armar em estrela da voz perante os amigos enquanto os estes fazem a chamada telefónica para o senhor estilo? De qualquer forma, podem intercalar os instrumentos durante o modo carreira à vossa vontade, podendo completar a carreira apenas com um deles e depois com o outro.
Tudo fica ainda mais valorizado e mais apetecível graças aos temas e artistas aqui presentes. Fora os nomes já mencionados, temos nomes como Jimi Hendrix, Van Halen, Wings, 30 Seconds to Mars, Joe Satriani, Foo Fighters, Blondie, Interpol, Black Rebel Society, Metallica e muitos muitos mais. São mais de 85 temas de grandes nomes que proporcionam uma variedade admirável que serve quase todos os gostos sendo também de salientar que todos se apresentam nas suas versões originais. Factor que favorece e contribui para a melhor qualidade sonora que o jogo apresenta. O som majestoso que os instrumentos agora despejam originam uma experiência ainda mais fantástica onde o head-banging precisa-se.