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Heavenly Sword

Será um clássico?

O primeiro grande jogo da PlayStation 3 acaba de chegar mas será que tem tudo para se tornar um clássico?

Heavenly Sword, carrega a responsabilidade de se assumir como o primeiro grande título para a consola, e a expectativa é muita e o interesse elevado. Mas colocando de lado a antecipação e campanha promocional em seu redor, vamos tentar avaliar o jogo por aquilo que é e por aquilo que nos propõe.

Podemos desde já adiantar que, por muito que fosse a nossa vontade em o considerar um clássico e o primeiro jogo a obrigar a compra da consola, um problema afecta o jogo. A longevidade do jogo é curta, em cerca de 8 horas ou menos terminam, e mesmo após o terminarem o valor de repetição é fraco. Nem os extras são motivo para voltarem ao jogo e só mesmo os mais persistentes vão encontrar motivação para enfrentar o modo de dificuldade superior. Heavenly Sword, é um colosso de feitos positivos que tem aqui a sua maior falha, no entanto tudo o que tem de positivo apresenta como nenhum outro até agora.

Como podem ver nas excelentes prequelas animadas, Heavenly Sword conta a história de um Guerreiro Divino que desceu dos céus para derrotar o Rei Corvo. Após derrotar o Rei Corvo, desapareceu e para trás deixou a Espada Divina, uma espada não podia ser empunhada por um comum mortal pois criava uma sede de sangue em todos os que a usavam, criando um rasto de violência, morte e agonia por onde passava. Qualquer comum mortal que usasse a espada seria consumido por ela e em poucos dias morria mas isso não impedia que milhares matassem para a ter. O cenário de sangue e morte prolongou-se até ao dia em que um clã de guerreiros resolveu proteger e esconder a espada que vinda dos céus mais parecia um legado infernal. O clã protegia a espada acreditando que o mundo seria salvo quando a profecia se cumprisse.

Essa profecia ditava que o Guerreiro Divino iria renascer para salvar o mundo e acabar com as guerras, o problema é que esse guerreiro nasceu rapariga, Nariko.

Nariko, uma jovem rapariga de longo cabelo vermelho, a personagem principal desta história, foi obrigada a viver com o fardo de ser uma afronta à profecia. Odiada e culpada pelas tragédias que se abatiam sobre o seu clã, Nariko cresceu e treinou com Shen, o seu pai e chefe do clã, para ser uma guerreira forte num clã que continuava a lutar para impedir que a espada caísse nas mãos erradas.

A procura pela espada tornou-se o maior objectivo de um jovem príncipe, de nome Bohan, que com a sua crescente cobiça e sede de poder desejava a espada mais do que tudo e mesmo quando se tornou rei não parou de a procurar.

Uma heroína com o objectivo de salvar o seu clã, uma espada vinda dos céus, um clã que luta por um mundo melhor, um homem dividido entre o dever como mestre e o dever como pai e um rei cuja ganância e crueldade o levam a procurar poder a todo o custo.

Heavenly Sword, apresenta um argumento digno de um filme e desde o início até ao fim que ostenta todo o aparato de uma experiência cinematográfica do mais alto nível. Desde a apresentação que dá início ao jogo que ficamos com a certeza de que este não é um jogo qualquer, mas para que a surpresa não vos estragar a surpresa, não vamos revelar nada sobre os acontecimentos.

No entanto, podemos elogiar a excelente narrativa extremamente fluída e cativante, que cria uma enorme vontade de querer saber mais. Fruto de um argumento muito bem elaborado, alvo de elevada atenção e claramente projectado para uma dimensão cinematográfica. A narrativa é mesmo um dos pontos mais fortes, e é uma delícia ver o desenrolar dos eventos em sequências muito bem construídas. Sem dúvida uma das suas melhores características apenas manchada por algumas pequenas incoerências.