Home em detalhe
Entrar numa casa com obras ainda em andamento.
Para vingar, aquilo que o Home precisa mesmo é de apoios, não só das produtoras, como também de empresas de entretenimento de uma forma geral. É necessário que existam conteúdos exclusivos relacionados com música, cinema, desporto, artes e sabe-se lá mais o quê. Muitos destes conteúdos terão que ser exclusivos e não coisas que se vejam em qualquer lado. Vejamos por exemplo a apresentação em exclusivo do trailer de X filme, ou as primeiras imagens deste ou daqueles jogos.
Algo que também é obrigatório é dar mais importância ao espaço pessoal de cada um, o apartamento. A parte engraçada dos apartamentos é a possibilidade de cada um de nós ter o seu espaço pessoal, diferente dos demais. Ora se neste momento os poucos móveis distribuídos são iguais para todos, não existe qualquer interesse em mostrar o apartamento. A não ser, claro está, que sejam comprados.
Pessoalmente, algo que gostaria de ver futuramente, seria a utilização da personagem do Home em outros jogos, seria mais uma forma de integração e criava uma maior ligação entre os jogadores. Isto, essencialmente nos jogos de família ou jogos de grupo e comunidade.
O Home em si tem um bom aspecto e, embora não seja um jogo, podemos dizer que tem excelente visual. As ferramentas de personalização são simples e intuitivas possibilitando uma rápida adesão a todos os elementos de modelação da personagem e do apartamento. Os espaços são bem desenhados e a implementação dos jogos arcada está muito bem-feita. Actividades como o Bowling e o Snooker são de fácil acesso e aprendizagem mas, são os momentos passados com os amigos, as palhaçadas, as danças (um pouco suspeitas), as teorias maléficas, as combinações de roupas estupidamente engraçadas e as correrias pelo cenário que fazem do Home um serviço de qualidade única. Agora, é imperativo que haja aqui um meio-termo – podem haver conteúdos pagos, mas também devem haver grátis – pois sem incentivos e novidades o serviço rapidamente ficará às moscas.
O problema aqui é que ao longo do desenvolvimento deste serviço e até mesmo no dia da sua distribuição, os utilizadores viveram uma novela e uma panóplia de acontecimentos e reviravoltas que foram completamente escusadas. Por tudo isto e por tudo o que já nos foi mostrado antes deste lançamento, é impossível olhar para o Home com a satisfação que gostaria. O facto de continuar em beta não é desculpa pois isso irá, possivelmente, acontecer por muitos e bons anos e, neste momento, faltam aqui ideias e espaços chave essenciais a este serviço.
Como é óbvio este é também um investimento a longo prazo e, como tal, não se pode esperar que as coisas apareçam todas de uma assentada só. Errar é normal, o que não é normal é não corrigir os erros, mas pelo menos quanto isso a Sony parece estar a ouvir a opinião da comunidade.
Com tudo isto quero acreditar que o Home se irá tornar um serviço de grande qualidade e valor, proporcionador de bons momentos entre conhecidos e desconhecidos, criando amizades que poderão ir bem além da consola. É certo que foi-nos oferecido uma migalha quando esperávamos um bolo inteiro, mas é preciso é que daqui para a frente o serviço evolua em vez de andar para o lado, só assim se poderá tornar uma imagem de marca da consola. Agora uma coisa é necessária – bom senso – é necessário transformar o Home num serviço para a comunidade e não numa máquina de fazer dinheiro, ou então, este terá os dias contados.