Horizon Forbidden West: Burning Shores - O florescer da sexualidade de Aloy
Uma dupla imparável.
Horizon Forbidden West recebeu a expansão Burning Shores cerca de um ano após o seu lançamento, mas ao contrário do original, chega apenas para a PlayStation 5 e deixa de fora os jogadores PS4. Este novo conteúdo dá continuidade à narrativa principal, expande um pouco mais o horizonte de acontecimentos sem dar uma resposta cabal no que se seguirá num panorama mais vasto. É uma ramificação criada para prolongar a experiência, com alguns novos desafios e curiosidades que ficaram por revelar de forma mais concreta e explicita.
Para se iniciar Burning Shores temos de terminar a campanha original de Forbidden West. Partimos para sul na direção das terras quentes e verdejantes de Los Angeles. É aqui que vamos encontrar uma nova aliada, Seyka, e em conjunto vamos lutar por um objetivo comum. É também introduzido um novo vilão, e como é óbvio, a narrativa não estaria completa sem a presença daquele personagem incomodativo e idiota. E é esta a premissa para este DLC, uma nova área para explorar, uma nova tribo, novos amigos e até algumas novas máquinas. Temos também a adição de mais conteúdos para expandir o gameplay, desde armas, armaduras e outros artigos particulares.
Começando pela narrativa, sinceramente, penso que poderia existir mais conteúdo de qualidade, é um tanto repentina e de desenvolvimentos demasiado acelerados, com alguma falta de profundidade nas relações entre os diversos intervenientes, onde alguns dos diálogos são algo desconcertantes, não se adaptam à velocidade dos acontecimentos. Também notei uma peculiar direção, como se houvesse a obrigatoriedade de se deslindar um pouco mais sobre Aloy em termos da sua sexualidade. Mas não me vou alongar aqui para não vos estragar a experiência, apenas direi que é parte importante desde DLC, e em certos pontos coloca o resto da história para segundo plano.
Quanto ao que nos é dado em termos de jogabilidade e desafios, temos uma apresentação robusta, dá continuidade ao original. A qualidade desta apresentação não surpreende, continua a ser um dos melhores títulos do género. O gameplay permanece fabuloso, desde as mecânicas até aos desafios apresentados pelas diversas máquinas, e temos novas obviamente. Também temos, como referido em cima, novas armas e armaduras, que dão aquele toque de variedade já conhecido em Horizon. Muito para se explorar nestes pontos e sobretudo é bom saber que a qualidade é mantida. De salientar que são introduzidas novas possibilidades gameplay, que vão adorar assim que as executem.
Burning Shores não é um DLC propriamente longo, pode-se terminar em 5 horas nas calmas, se jogarmos apenas a linha narrativa principal. A nossa jornada é praticamente sempre acompanhada por Seyka, uma característica que em momentos me incomodou, os diálogos são constantes e dá para assistir a uma constante interação sentimental entre as duas personagens, em muitos casos forçada, para fazer sentido a linha escrita por quem criou a narrativa deste DLC. A presença constante de Seyka também interfere em pontos de jogabilidade, ela muitas vezes coloca-se à frente do nosso campo de visão. Em momentos de maior furtividade também se observa que a IA não está bem aprimorada, Seyka passa na frente de inimigos sem ser detetada. Adicionalmente, temos locais extra a explorar e outras tarefas secundárias, prolongam a estadia e dão aquela satisfação de novidade. São propostas comuns em Horizon, nada que possa surpreender.
Não há muito mais a dizer sobre Burning Shores, é um conteúdo com interesse, vale sobretudo pela espetacularidade visual que a Guerrilla Games mais uma vez conseguiu entregar e pelas novas possibilidades gameplay. A sua narrativa é algo forçada, com revelações um tanto discutíveis e até uma forma perdida nas relações entre personagens. Agradecia mais profundidade para que me importasse mais com as escolhas introduzidas. É obviamente imperativo para quem adorou Forbidden West.
Prós: | Contras: |
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