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Horizon: The Frozen Wilds - Análise

Brincar na neve.

Embora traga novos conteúdos, incluindo uma nova área impressionante, a expansão podia ser mais ambiciosa e incluir novidades maiores.

Horizon: Zero Dawn permanece até agora como um dos meus jogos favoritos de 2017. A Guerrilla Games criou um mundo fantástico, envolvente e ambicioso com uma temática nunca antes vista. The Frozen Wilds, a primeira e última expansão para este jogo em mundo aberto da Guerrilla Games, recorda-nos destas qualidades e do quão talentoso é este estúdio holandês.

The Frozen Wilds não é uma expansão isolada, ou seja, precisas necessariamente de ter o jogo instalado na consola. Não é também uma continuação dos eventos finais, mas antes um capítulo intermédio que decorre antes do final. Isto implica que a expansão não terá o mesmo impacto, pelo menos em termos de história, que o jogo original teve. Depois daquele final, todos queremos saber o que acontece a seguir. Obviamente que as respostas às nossas questões só chegarão com a inevitável sequela, mas isto não quer dizer que a expansão não tenha valor.

Como um capítulo intermédio numa história que já conhecemos o desfecho, não são feitas grandes revelações, mas há novas informações que complementam o nosso conhecimento acerca do mundo de Horizon: Zero Dawn, seja através das cinemáticas, seja por meio dos documentos de texto e ficheiros de áudio que encontramos a explorar. Fora isto, a expansão acrescenta uma nova área a norte do mapa, novas máquinas e novos equipamentos para Aloy. Por outras palavras, é uma expansão que traz precisamente aquilo que já seria de esperar para um conteúdo adicional deste género. Não é que a expansão seja má, mas novidades de maior peso e com mais significância eram bem-vindas.

" Os efeitos de neve nesta expansão são os mais incríveis que já vimos num videojogo"

No jogo original já havia áreas com neve, mas The Frozen Wilds dá um passo em frente e acrescenta a região mais incrível que já vimos com este tipo de meteorologia. Os efeitos de neve nesta expansão são os mais incríveis que já vimos num videojogo. Em Março já tínhamos ficado espantados com a qualidade visual que a Guerrilla Games tinha conseguido alcançar num jogo em mundo aberto, mas The Frozen Wilds espanta ainda mais. Os efeitos da neve têm uma grande naturalidade, desde a neve a cair até à forma como as pegadas de Aloy ficam marcadas. Os pequenos pormenores estão muito bem conseguidos, e sempre que pararem para apreciar uma vista, vão reparar que agora Aloy treme de frio.

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Esta região, conhecida como The Cut, é lindíssima. As montanhas repletas de neve branca, que contrastam com um vulcão em erupção, os lagos congelados, a vegetação que emerge da grande camada de neve no solo... todos estes elementos estão numa simbiose constante para te deixar de queixo caído. Se antes já era difícil não parar a cada cinco minutos para tirar uma fotografia, em The Frozen Wilds é mesmo impossível. Tal como o jogo original, a expansão tem suporte para a PlayStation 4 Pro, mas mesmo na consola padrão, vão ficar surpreendidos com o quão avançados são os gráficos.

Mas no que toca a conteúdo, The Frozen Wilds não surpreende. A Guerrilla recorreu à mesma fórmula e estrutura de progressão que já tinha usado anteriormente. Assim que chegarem à nova região, vão conhecer uma nova tribo, os Banuk, que vão contar a Aloy que existe um Daemon na montanha em fogo. Esta será a quest principal da expansão, descobrir o mistério desta montanha e perceber o que está de errado nesta região. A quest principal não é muito longa se for feita em "linha recta", mas há diversas sidequests que aumentam a longevidade. Antes do lançamento a Guerrilla mencionou que The Frozen Wilds tem 15 horas de longevidade, o que nos parece correcto.

Scorcher, uma das novas máquinas.

Há também novas máquinas para enfrentar nesta expansão, mas não são muitas. No fundo, existem apenas duas novas máquinas, o Scorcher, uma espécie de lobo gigante que incendeia tudo por onde passa, e o Frostclaw / Fireclaw, uma máquina inspirada num urso com duas variações (uma com ataques de gelo e a outra com ataques de fogo). Mais uma vez, a Guerrilla mostra o seu domínio técnico no que toca a fazer videojogos. As novas máquinas, apesar de poucas, são impressionantes. O cuidado nas animações, no design sonoro e na imponência que estas máquinas apresentam são imediatamente visíveis e ultimamente mostram a diversidade que existe na jogabilidade.

"Realisticamente, a expansão é mais do mesmo"

Houve ainda um aumento no nível máximo (passou de 50 para 60) e a adição de novas habilidades para desbloquear. As novas habilidades servem sobretudo para aumentar a "qualidade de vida". Uma delas, que me pareceu absurda, serve para apanhar recursos enquanto estamos em cima da montada. É uma habilidade sem nexo, visto que apanhar recursos em cima de uma montada deveria ser algo inerente a Aloy, uma coisa que ela deveria saber fazer naturalmente. Resta dizer que, tudo o que desbloquearem na expansão, incluindo roupas, equipamentos e habilidades, pode ser usado nas restantes áreas. A única excepção são os novos efeitos de neve, que são exclusivos da nova região.

Portanto, respondendo à questão que todos têm em mente, será que vale a pena jogar The Frozen Wilds? Realisticamente, a expansão é mais do mesmo. Sim, há uma nova área lindíssima e com os efeitos de neve mais avançados que já vimos, novas quests, novas máquinas e novos equipamentos para Aloy, mas nenhum destes conteúdos traz novidades relevantes ou significativas perante aquilo que o jogo original já oferecia. Se é isto que procuras, não vais ficar desiludido. E por 19.99 euros, obter 15 horas de longevidade não é um mau negócio. No entanto, não é uma expansão obrigatória. Se não jogares, não ficas a perder nada importante.

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