Horizon: Zero Dawn - O domínio das máquinas
Guerrilla Games sai da zona de conforto.
Pela primeira vez a Guerrilla Games não vai fazer um jogo de guerra. E não fosse o longínquo Shellshock: Nam '67, seria também a primeira aventura fora do universo Killzone. É, portanto, um momento importante para o estúdio. O momento para mostrar que é capaz de criar algo novo e refrescante. Uma lufada de ar fresco para uma equipa que passou mais de 10 anos agarrada à mesma franquia.
Horizon: Zero Dawn é em quase tudo diferente de Killzone. É um jogo em mundo aberto, é um RPG de ação e joga-se na terceira pessoa. O jogador controla Aloy, uma caçadora que vive num mundo pós-apocalíptico. As máquinas, que tomam a forma de gigantes aparentemente saídos de um universo pré-histórico, convivem com as formas de vida comuns - humanos e animais. O mistério que dá vida ao jogo tem génese numa forma de corrupção que invade os circuitos das máquinas e as torna verdadeiras ameaças. Aloy deve descobrir o que se passa.
Esta destemida personagem pertence a uma tribo. Pelo mundo do jogo há vilas que servem de base para toda a aventura. É nelas que o jogador pode obter mantimentos, armas e roupas. Os vários itens têm características diversas. Roupas diferentes podem ter proteção contra determinado elemento, como fogo ou dano físico. O mesmo acontece com as armas, que podem constituir uma vantagem importante contra determinados inimigos.
A moeda de troca no jogo são os chamados Metal Shards, sendo que alguns artigos só poderão ser adquiridos com componentes especiais. Há todo um incentivo para que o jogador procure melhorar o equipamento, já que os vários itens têm diferentes níveis de raridade - e isso sente-se no campo de batalha.
Aloy tem uma habilidade especial descoberta através do estudo de tecnologias ancestrais - com o carregar de um botão é possível descobrir as fraquezas das máquinas. Aqui entra toda a parte estratégica do jogo. Na demonstração que pudemos experimentar foi possível defrontar vários inimigos. A cada momento da aventura pode ser necessário abordar uma dada estratégia. Fugir, atacar de forma direta ou tentar espalhar armadilhas pelo cenário. Os inimigos aparecem com vários níveis de avaliação e por vezes poderão mesmo ser demasiado fortes para o jogador.
Há diferentes tipos de munições para utilizar, explosivos ou, por exemplo, a arma que permite prender os inimigos ao terrenos de jogo. Tudo isto faz com que o combate se torne empolgante. No meio de uma batalha o jogador pode chegar à conclusão que o melhor é fugir, ou então decidir que precisa de reforços. Para isso é possível "domesticar" as máquinas, invadindo-lhes os circuitos, e depois montá-las. Sempre que estiverem "domesticadas", vão atacar o inimigo para ajudar Aloy.
Tal como já foi mostrado em alguns trailers e demonstrações, há uma grande variedade de criaturas, maiores ou mais pequenas. No meio de uma das cenas mostradas, um dos civis diz: "Que Deus tenha piedade, as máquinas não terão". É um testemunho esclarecedor da posição das pessoas perante estas criaturas.
Os diálogos são uma parte importante da história. É possível ter conversas com os civis, que mudam as suas atitudes perante Aloy, e eventualmente, dão acesso a missões especiais. Ainda assim, os produtores explicam que o principal objetivo deste sistema de conversas é que o jogador descubra novos dados sobre o passado deste mundo. Há pequenos acampamentos para descobrir ou grandes vilas. Os cenários vão desde desertos a selvas. A equipa de produção promete ainda uma longa lista de missões à margem da história principal.
Horizon: Zero Dawn surpreendeu na primeira vez que foi mostrado, e jogá-lo só renova esse sentimento. É bonito, misterioso e, acima de tudo, divertido de jogar. Se for capaz de transportar tudo isso para a versão final, não caindo no erro de recorrer demasiado à repetição de conceitos, a Guerrilla terá aqui um novo mundo a que se agarrar nesta e nas próximas gerações.