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House of the Dead Overkill: Extended Cut

Agora com Varla Guns.

As arcades podem ter chegado ao fim por força da escalada brutal das ligações on-line nos sistemas domésticos, à medida que as tabelas de liderança mundiais se instalaram e os jogadores passaram a escolher a casa como antro primordial de confronto. Contudo, o seu legado continua a gerar proveito, mesmo se as novas soluções de interação como o Wii remote, Move e Kinect sejam bem mais aptas a homogeneizar a oferta do que a atribuir-lhe um carácter distintivo, como sucedeu com a magnum de plástico azul, quando Virtua Cop era uma atracção nos salões. A menos, claro, que coloquem a Wii Zaper como alternativa.

De resto, a posição privilegiada da Sega durante anos a fio no sector ditou uma explosão assinalável de shooters. Virtua Cop, entre tantos, perfilava-se como um dos mais importantes bastiões da luta contra o crime organizado, mas House of Dead tinha o "gore" e o susto que só uma camada fina de zombies pode proporcionar quando lhes é dado um palmo de liberdade.

Entrelaçado na série House of Dead (é a prequela do original) mas com uma distinta composição, adequada a salvaguardar uma componente narrativa, Overkill foi a invenção "hollywoodesca" que a Headstrong Games concebeu em 2008, a título exclusivo, para a Wii. Não sendo de todo uma revolução no género, encontrou um flanco de notoriedade na forma como se conciliou com os filmes de série b (granulado no grafismo e os traços verticais de desgaste de película), pondo dois agentes em pé de guerra contra hordas de zombies.

Alcançado sucesso junto da crítica e da audiência, a Sega regressa com a mesma fórmula para a PS3 e para agitar a utilidade do Move como instrumento de combate, acautelando ainda um melhor arrumo visual e pondo em prática um acrescento denominado Extended Cut. Com dois níveis suplementares, novas opções, novas armas, uma série de desafios extra (assim como os indispensáveis troféus) e a possibilidade de ver em 3D (para quem tiver o televisor), é tempo de voltar a sentir alguma da febre e ritmo das arcades. Os "headshots" são o finalizador máximo do "gameplay", de bom feeling e gabados pelo narrador (uma espécie de voyeur de voz funda e embargada por anos de copos de whisky) ao ponto de os qualificar como demolidores.

Em termos visuais há uma substancial melhoria. De um modo geral a definição dos inimigos e cenários está melhor, por força de sombreados e contrastes mais acentuados, sendo isso visível nas explosões, particularmente quando se pega fogo às criaturas diletantes, mas também é verdade que a manta não estica muito mais e tornam-se evidentes as limitações, já que num outro motor gráfico este jogo teria outras pernas para andar.