Hyrule Warriors - Antevisão
Adivinham-se grandes batalhas.
Anunciado numa Nintendo Direct no final de 2013, Hyrule Warriors chegou como uma surpresa. Pela primeira vez teríamos um cruzamento da série The Legend of Zelda com elementos das séries Dynasty e Samurai Warriors, da Koei. As dúvidas sobre que série ficaria com a parte de leão, correspondente ao grosso das mecânicas, dissiparam-se assim que o primeiro vídeo do jogo foi reproduzido e no qual vimos Link combater em campo aberto dezenas de inimigos que cercavam o herói de Hyrule. A confirmá-lo, a origem da produção como um trabalho/parceria entre a Team Ninja e a Omega Force, cabendo à Nintendo uma função de supervisão. Para a Koei e Nintendo esta é uma das parcerias mais relevantes mas nem por isso das menos arriscadas. Embora a Koei detenha um registo impressionante de produções ligadas às séries Dynasty e Samurai Warriors, saber até que ponto diferentes universos poderiam "encaixar" na mesma atmosfera foi a questão que permaneceu nos meses seguintes, até poucos dias antes do lançamento nipónico, ocorrido em Agosto passado e a poucos dias do lançamento em nosso território.
Posto isto, e com tão pouco tempo a mediar até à estreia, queremos que esta antevisão funcione como um ponto de partida para a análise que iremos publicar na próxima semana. Não pretendemos, agora, tecer conclusões mas antes oferecer um breve vislumbre daquilo que podem contar, nomeadamente os principais elementos e mecânicas-chave do jogo. Não obstante a nossa posse do jogo desde há algumas semanas, restringir-nos-emos aos primeiros mapas do jogo, deixando para a análise uma apreciação mais criteriosa.
Hyrule Warrios mede-se diante das produções ligadas ao género "hack'n slash", basicamente um modelo de jogo no qual uma personagem enfrenta hordas de inimigos como se estivesse numa batalha medieval. Por vezes, lembra alguns jogos de acção algo próximos como Devil May Cry ou se quisermos, Bayonetta 2, outra grande novidade para a Wii U no mês de Outubro. Mas Hyrule Warriors é mais Samurai e Dinasty e também é Zelda, nos cenários, na narrativa, nas personagens, na nomenclatura, no desenho dos inimigos, enfim, os fãs de Hyrule terão aqui muito por onde pegar, sobretudo nos episódios mais recentes como Skyward Sword, mas também outros Zeldas.
Em conjugação, Hyrule Warriors oferece-nos a possibilidade de escolher diferentes personagens como Link, Impa e Sheik, com a particularidade de cada um deles oferecer uma arma específica, proporcionando assim diferentes combinações de golpes. Mal entramos no jogo a opção mais apetecível é o modo Legends, com uma narrativa para seguir e que, mais uma vez, põe Link e seus camaradas de batalha, no encalço da princesa Zelda. Mas aqui não vamos encontrar os tradicionais puzzles e um modo de abrir o jogo típico das aventuras de Link. A entrada é imediata para o combate, e para uma área bastante alargada, ilustrada num mapa que revela a disposição das tropas fiéis a Hyrule e os inimigos.
Na prática o jogo divide-se em missões, a que não faltam as cenas animadas e muitos diálogos, através de balões. Mas o mais importante é a série de objectivos que há para cumprir dentro de cada missão. Por regra é estabelecido um tempo limite e no quadro de opções que antecede o combate podemos escolher a personagem, a arma, e até melhorar os seus atributos, através dos "badges", como se estivéssemos num jogo de role-play. O processo de transformação do equipamento é bastante simples e depende dos items que tenhamos adquirido no final das batalhas. No quadro de preparação podemos também conhecer as condições de vitória e derrota naquele mapa.
Assim que passamos ao combate rapidamente penetramos no ritmo, e embora inicialmente tenhamos a impressão de alguma facilidade e objectivos relativamente simples de cumprir, não tarda até que sejamos postos à prova, e a desenvolver um novo nível de eficácia. As dificuldades surgem quando os inimigos recuperam determinados postos que capturamos, ou quando algum boss intermédio ou de fim de nível se instala na área e nos obriga a realizar uma série de golpes bem sucedidos antes de ser engolido por uma nuvem escura.
Os golpes e movimentos à disposição da personagem são inicialmente acessíveis, particularmente eficazes sobre hordas de inimigos que sucumbem ao movimento da nossa espada. Contudo, podemos sempre efectuar "lock on" sobre um inimigo general ou sobre adversário mais forte. Neste caso o combate requer mais alguma perícia, articulação entre ataque e defesa e aproveitamento do momento certo para conseguir a estocada final. A fluidez de jogo é impressionante, mesmo que à nossa frente tenhamos um batalhão de inimigos. A nossa personagem movimenta-se sob uma agilidade espantosa e, quando necessário, arreda pé desenfreadamente de modo a cobrir facilmente largas distâncias. Isto permite-nos manter alguma superioridade de combate, mas o incremento da dificuldade será o maior obstáculo à realização das missões.
Hyrule Warriors apresenta cenários bem conhecidos e todas as tropas inimigas oferecem memórias de passagens anteriores, algo que levará os fãs da série Zelda de encontro a momentos que ficaram guardados no baú. A interacção com o ecrã do GamePad é assegurada através de indicações a realizar como objectivos e estados de saúde dos companheiros que estejam connosco no mesmo mapa. Graficamente, Hyrule Warriors é um jogo cuidado e em termos sonoros encontramos as músicas tradicionais da série Zelda. Veremos até que ponto o modelo da série Warriors se articula com a série Zelda, no que é o desejo dos produtores em ligar de forma marcante tão diferentes universos.