Immortals of Aveum poderá tornar-se numa das surpresas do ano
Ação cinematográfica com magia na primeira pessoa.
Poderá soar estranho, mas quando chegarmos a meio de 2023, a Electronic Arts será responsável por colocar nas lojas três dos mais cinematográficos jogos singleplayer da primeira metade do ano. Após o remake de Dead Space e o iminente Star Wars Jedi: Survivor, desenvolvidos por estúdios internos, a EA lançará Immortals of Aveum da Ascendant Studios.
Antes de falar do jogo em si, é importante falar da liderança criativa na Ascendant e como isso poderá significar coisas muito boas para Immortals of Aveum. O estúdio foi criado por Bret Robbins, diretor deste novo jogo e que no seu currículo conta com um forte historial de jogos de ação com forte teor cinematográfico.
007 From Russia with Love, Dead Space, Call of Duty: Modern Warfare 3, Advance Warfare e WW2 são jogos onde trabalhou como um dos principais criadores. Após isto, decidiu abrir o seu próprio estúdio para trabalhar numa visão muito específica, um jogo de fantasia e ação, jogado na primeira pessoa e altamente cinematográfico. A sua ideia foi pegar nos conceitos padronizados dos FPS, mas adaptá-los para um contexto de magia.
Com o encerramento da Telltale Games, Robbins viu a oportunidade para recrutar imenso talento habituado a ciar narrativas cinematográficas e rodeou-se de veteranos capazes de o ajudar a dar vida a este sonho, um jogo que agora é conhecido como Immortals of Aveum.
Desenvolvido por mais de 100 pessoas com conhecimento no desenvolvimento AAA, a Ascendant assegura que a arte surge em primeiro lugar e trabalham com paixão pelo que fazem. Isto chamou a atenção da EA Originals e após jogarem a demo, o pessoal da EA ficou totalmente rendido ao conceito de um "FPS com magia" cuja narrativa e mundo desfrutam de enorme apelo.
Desenvolvido por um estúdio indie como um jogo de ambição AAA, Immortals of Aveum está a ser construído com o Unreal Engine 5.1 e será lançado a 20 de julho para a PlayStation 5, Xbox Series e PC com o uso das mais avançadas tecnologias criadas pela Epic Games, como a iluminação Lumen.
Em Immortals of Aveum serás Jak, um Battlemage que desbloqueia os seus poderes num evento traumático. Ele é recrutado pelos Immortals para defender Aveum na Everwar, uma guerra pelo controlo total da magia. Este é o pontapé de partida para o jogo e é suportado por três pilares: ser o Battlemage, um feiticeiro repleto de estilo e que executa diversos feitiços ao invés de usar armas, sendo este o segundo pilar, e o terceiro é uma história cinematográfica com set-pieces ambiciosas capazes de dar que falar.
Jak tentará travar a Everwar e salvar Aveum com a ajuda do Exército da Luz, isto será apresentado ao longo de uma experiência de elevado tom cinematográfico e cujo gameplay característico dos FPS como Call of Duty foi adaptado para o uso de feitiços. A fatia prolongada de gameplay que vimos focou-se em mostrar o foco nas cutscenes para a narrativa, com a ação a decorrer com grande dinamismo em cenários de escala épica.
Enquanto Treyarch, Jak pode usar as magias das 3 cores (azul é uma espécie de tiro direto e de longo alcance, vermelho é curto alcance ao estilo de uma caçadeira num FPS característico, e verde são projéteis que se dispersam e com alcance médio). Ele também pode usar um escudo para se proteger e até pode disparar feitiços com o escudo ativo, mas o seu movimento fica mais lento. Como seria de esperar, ele pode usar feitiços que o ajudam no movimento e no combate. Um dos exemplos partilhados foi o "Shatter" que envia picos para uma zona e causa dano aos inimigos.
Immortals of Aveum usa as cores dos feitiços para as combinar com as cores dos inimigos e isto indica o tipo de feitiço (disparo) que deves usar nesse tipo de inimigo específico. É uma forma de incentivar-te a usar diferentes disparos e de dinamizar a dificuldade com uma forte ajuda da componente visual. Com os Talentos, as habilidades que podes desbloquear numa árvore, podes personalizar o teu estilo de jogo ou aumentar o teu poder, uma vez que a Ascendant permite que escolhas uma variedade de parâmetros para desbloquear.
O gameplay que vimos posicionou Immortals of Aveum como um FPS de grande dinamismo, mas com profundidade através de pequenos elementos que incutem a necessidade de abordar com alguma estratégia os combates. Não será uma espécie de jogo arcada a martelar botões. A pontaria será importante, mas também será necessária agilidade para reagir ao que se passa no ecrã, alternar entre disparos e usar habilidades.
Ao longo destes 30 minutos de gameplay ficou mais do que evidente que a Ascendant se focou nesse conceito de "FPS de magia singleplayer altamente cinematográfico". Movimento dinâmico, combates com estilo, magia, um ambiente de fantasia, narrativa cinematográfica e o desejo de introduzir algo fresco num género tão popular são mensagens transmitidas de forma eficaz nesta apresentação.
Além disso, Robbins explicou que "não somos o Harry Potter", o objetivo é dar ao jogador uma personagem poderosa para que te possas divertir e sentir que controlas alguém com imenso poder, apesar dos desafios conseguirem fazer com que Jak se sinta ameaçado. Tornar o gameplay diferente com o uso de magia e dar um toque próprio a mecânicas comuns nos shooters, como cobertura, foram alguns dos desafios que a equipa enfrentou e parecem ter conseguido alcançar com sucesso.
Assistir a esta apresentação de Immortals of Aveum foi sentir que este jogo merece, pelo menos isso, mais atenção e um pouco de curiosidade. Numa indústria na qual é cada vez mais tentador apostar em sequelas e seguir uma fórmula para não correr riscos, a Ascendant está disposta a ramificar conceitos e isso faz com que mereça atenção. Se vai conseguir entregar um jogo divertido capaz de conquistar é algo que ainda não sabemos, mas pelo menos merece a nossa atenção.