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Inazuma Eleven Strikers - Análise

Avançados pouco certeiros.

Consoante derrotam as equipas, estas ficam disponíveis para jogar amigáveis e, além disso, podem a partir daí contratar os seus jogadores com os pontos Inazuma conquistados. Cada jogador tem um preço e, além de comprar jogadores, podem ainda gastar esses pontos em itens para melhorar características dos jogadores durante os intervalos ou novos equipamentos, por exemplo. Como é óbvio o principal interesse aqui é conseguir criar uma equipa forte, com os jogadores favoritos da série e evoluí-los de forma a melhorarem as suas características.

É durante os jogos que o podem fazer, pois com os pontos de técnica ganhos a cada embate os jogadores tornam-se mais poderosos e, além disso, fortalecem as suas relações. Se a relação entre dois for forte o suficiente poderão desbloquear novas técnicas conjuntas. Também aqui os mini-jogos estão disponíveis e facilmente se percebe que é este o seu real propósito. Escolhendo dois jogadores específicos para treinarem juntos fará com que a ligação entre ambos melhore. As típicas opções de escolha de equipa e disposição de jogadores estão naturalmente disponíveis e… nada mais.

O jogo é altamente incompleto e falta-lhe um verdadeiro modo que faça justiça ao nome que a série criou. Esta possibilidade de criar uma equipa é a tentativa mais próxima de chegar perto disso, mas não oferece nada de propriamente único e novo. Fica, por isso mesmo, toda a responsabilidade para cima das partidas de futebol. E já teriam que ser muito boas para salvar um jogo tão parco. Não o são. Existe uma óbvia passagem de toda a responsabilidade para cima dos efeitos especiais que caracterizam cada jogada, já que a jogabilidade é demasiado fraca para um jogo de futebol.

É pouco intuitiva, frustrante e completamente desequilibrada. Cada jogador tem uma jogada especial, seja de defesa ou ataque. O problema é que o jogo recorre demasiado a essa mecânica, tornando o produto final algo completamente artificial. Criar uma jogada construída é impossível, porque simplesmente não resulta em golo a não ser que usem o poder especial. Quando os usam, podem até rematar de uma ponta à outra do campo porque há sempre uma forte possibilidade de marcar. A jogabilidade é frustrante desde o início, pois há pouca lógica em muitos dos seus funcionamentos.

A marcação de faltas é completamente ridícula, não tem critério. Em 10 vezes que tiro a bola ao adversário 9 são em falta e na única vez que tiro segundo a lei é que é assinalada a falta. Os defesas usam o poder especial para tirar a bola por vezes fora do seu raio de alcance. As jogadas especiais até são engraçados numa fase inicial, mas o jogo rapidamente fica embrenhado em tanta animação, ao ponto de se tornar lento e desmotivante. Não há um equilíbrio no uso destas técnicas. O facto de ser praticamente impossível marcar um golo sem ser com um remato animado é ridículo.

O único pingo de estratégia que descobri é que, se rematarem muitas vezes com o truque especial, o guarda redes eventualmente vai-se cansar e começar a sofrer golos. Acho mesmo que o melhor será ter uma equipa com 10 avançados, que possam fazer um remate especial à baliza de qualquer ponto do terreno. E, por muito espetaculares que animações possam ser, num jogo que é só isto, é muito pouco. As animações são repetitivas e as falas idem. Os relatos raramente são personalizados e as expressões recicladas vezes sem contas tornam-se irritantes.

Inazuma Eleven Strikers é um jogo incompleto e descaracterizado daquilo que tornou a série popular na DS. Em teoria faz pouco e na prática, no campo de futebol, tende a falhar. É um jogo mais dedicado às partidas de futebol e é precisamente esse o cerne do problema. Para um jogo estilo arcade é demasiado lento, frustrante e desequilibrado. Em última instância, ficam apenas as animações espetaculares a que recorre vezes sem conta para recuperar dos fãs um entusiasmo anteriormente conquistado. Pois por aquilo que faz neste jogo, Inazuma Eleven Strikers é pouco até para os fãs da série.

4 / 10

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