Indústria portuguesa de videojogos está em ascensão
Grandes perspetivas para o futuro.
Numa interessante entrevista com a GamesIndustry.biz, Diogo Rato, Diretor Executivo da Associação de Produtores de Videojogos Portugueses (APVP), analisou o cenário diversificado do setor de desenvolvimento de jogos em Portugal, dando uma visão valiosa sobre sua evolução, desafios e perspetivas para o futuro.
A presença portuguesa na recente Game Developers Conference (GDC) demonstrou a ascensão de Portugal na esfera mundial da indústria dos videojogos, com uma delegação composta por mais de 50 delegados de 20 empresas que deixaram uma forte marca. Graças ao pavilhão de abertura de Portugal na GDC e a uma grande receção organizada pelo Consulado Geral de Portugal, o nosso país destacou-se no palco internacional.
Rato lança luz sobre a extraordinária trajetória de crescimento da indústria, apoiada por dados convincentes que indicam um aumento constante do número de estúdios de jogos e das receitas geradas desde 2010. Rato traça as raízes do desenvolvimento de jogos indie em Portugal até à década de 1980, citando títulos pioneiros como Elifoot como precursores do sucesso do sector nos dias de hoje.
Vários exemplos de importantes iniciativas, incluindo a entrada estratégica da Miniclip no mercado português em 2010 e as subsequentes aquisições de estúdios, desempenharam um papel fundamental na definição do sector e na promoção da sua profissionalização. Além disso, a criação da APVP constituiu um importante motor de defesa e apoio da indústria, facilitando o crescimento sustentável do sector no nosso país.
Apesar dos resultados alcançados, Rato reconhece que o sector enfrenta desafios constantes, como a escassez de profissionais de nível superior e o apoio limitado do governo. No entanto, continua otimista quanto ao potencial de Portugal enquanto centro tecnológico em expansão, tirando partido das suas vantagens competitivas para atrair talento e investimento.
Com a criação do Gaming Hub, o ecossistema de desenvolvimento de jogos em Portugal passa a ser um ponto de viragem, pois proporciona uma plataforma de colaboração para o desenvolvimento de startups, estúdios e investidores. Enquanto Portugal prossegue os seus esforços na indústria dos jogos, Carlos Rato sublinha a importância de promover a colaboração, a inovação e o intercâmbio de conhecimentos para libertar todo o potencial do sector e posicionar o país como um centro global de excelência no desenvolvimento de jogos.
"O Gaming Hub é o primeiro do género em Portugal e foca-se na capacidade de escalar as startups e estúdios e criar sinergias entre todos os mentores, investidores e outras empresas do sector. O novo espaço inclui 12 salas privadas e 12 espaços de coworking divididos em dois pisos, tendo como âncora a Fortis Games, que ocupa um dos pisos na totalidade, estúdios de jogos como a OnTop Studios, Phat Fingers, The Gang, [e] fornecedores de tecnologia de jogos como a Didimo e capitais de risco focadas no gaming."