Invizimals: A Aliança - Análise
Estão na parede! Cruzes-credo.
O grande trunfo deste Invizimals A Aliança é o facto de ter sido a própria plataforma que o suporta a dar o salto, no caso da PSP, para a PSVita. Se muitos produtores se mostram relutantes em fazer a transição enquanto a Vita não tiver uma base instalada comparável à antecessora, no caso da Novarama, essa situação não tem o mesmo peso.
Isto porque para um jogo centrado em realidade aumentada, o facto de a Vita trazer uma câmara incluída é uma garantia de que todos os possuidores de uma consola, são potenciais compradores, qualquer criança com a portátil da Sony é um potencial caçador de Invizimals. E se há coisa que esta série faz como nenhuma outra, é aproveitar as funcionalidades extra da Vita, não apenas a câmara.
Depois há o outro lado da moeda, um jogo de realidade aumentada a correr numa portátil, quase vai contra a própria natureza da plataforma. Senão vejamos, tenho que transportar uma consola portátil (que não é pequena), as cartas de leitura (AR Cards), procurar uma superfície adequada, verificar a iluminação e finalmente manter a consola na posição adequada para interagir com o conteúdo do jogo. É mágica a ideia de procurar monstros pelo mundo, mas a tecnologia que suporta essa ideia ainda apresenta muitos obstáculos.
Isto para dizer que acho o conceito por trás da série excelente, inova porque explora novos caminhos, retira muita inspiração dos sistemas de progressão que vemos no espaço mobile, e em termos de filosofia é muito semelhante a Pokémon. Conseguiu prender a minha atenção muitas vezes, digamos que abre facilmente a porta ao compromisso, mas depois também nos retira da experiência com uma frequência irritante.
Claro que não sou propriamente o público-alvo do jogo, mas mesmo assim, há várias coisas que o jogo faz bem, diria mesmo que se não fosse por um tom exageradamente infantil, seria capaz de apelar a muita gente de barba rija. Toda a aventura em A Aliança é acompanhada por cenas pré-gravadas com atores verdadeiros num cenário futurista, que te acompanham na aliança, para defender os Invizimals de uma estirpe feita de metal.
"Qualquer criança com a portátil da Sony é um potencial caçador de Invizimals."
Uma inteligente estrutura que mistura uma espécie de série infantil com bonecos animados em formato de videojogo. Bastante adequada ao público mais jovem, mas com um tom tão infantil, que por vezes parece que estão a falar para um bebé. Isto não teria grande mal, se depois o próprio gameplay não exigisse um nível de entrada intransigente, o preço a pagar por querer explorar várias vertentes no mesmo jogo.
Há uma série de tipos de jogo para lá das tradicionais batalhas, nomeadamente no que diz respeito às capturas. Existem momentos para cantar, perseguir Invizimals, procurar superfícies de cor específica, fazer cócegas, jogar flippers, seguir ruídos, gritar, e até jogar à estátua, tudo isto dentro do mundo dos Invizimals, para onde entramos para as capturas através do portal sombrio.
Todas estas mecânicas envolvem a interação com o "hardware", seja na procura de superfícies específicas, tocando nos painéis, ou cantarolando algo para o microfone da consola. Quase todas exigem um período de habituação, para "apanhar o jeito" ao tipo de "puzzle", sendo que algumas conseguem ser uma tortura sem as condições óptimas, por isso chamei intransigente ao nível de entrada. Em cima disto, praticamente todos os desafios que o jogo tem para oferecer são baseados em execução, o quebra-cabeças mental é muito raro.