Iron Man
Ele é de ferro mas nós não!
Como fã desse mundo fantástico e maravilhoso dos comics, é sempre com interesse que encaro as adaptações dos seus heróis para videojogo. Adaptações essas que ao longo dos anos, infelizmente, se tem provado desinteressantes e até frustrantes, salvo raras excepções. Depois de tantos fracassos e ideias mal apresentadas, será que a SEGA conseguiu criar uma excepção? Por muito que fosse a nossa vontade dizer que sim, a verdade é que esta é mais uma quase inevitável adaptação de um filme para videojogo que falha.
Homem de Ferro dá-nos a conhecer Tony Stark, um multi milionário que enverga uma armadura criada por si, tornando-se assim no herói conhecido como Homem de Ferro. Após ser capturado por terroristas que pretendem usar armas criadas por si, Stark cria a armadura para escapar e mais tarde defender a sua empresa e o mundo.
Para todos aqueles que sintam vontade em expandir a diversão para lá do cinema, devemos dizer desde já que um dos grandes problemas do jogo é a sua jogabilidade. Adaptada de uma maneira que apenas pode ser encarada como, a única possível na portátil Sony, no entanto não deixa de ser difícil de dominar e só mesmo com muito hábito se consegue melhor controlo sobre o jogo. O analógico é usado para mover a personagem, as direccionais servem para alternar entre armas, o L e o R servem para levantar voo ou voar e disparar, respectivamente, enquanto que os restantes botões servem para controlar a câmera. Vão precisar de tempo para se habituarem a todo o esquema de controlo e mesmo após algumas horas ainda correm o risco de não conseguir trocar de arma ou mover a câmera para o lado errado. Isto torna-se especialmente maçador quando enfrentam vários inimigos e começam a carregar nos botões errados porque ainda não assimilaram o esquema de controlo, mesmo quando já vão na quarta ou quinta missão.
Outro factor que em nada ajuda o jogo, é a elevada repetição dos mesmos objectivos. Basicamente, devem ir de um ponto a outro, derrotando pelo caminho os inimigos e cumprindo uns supostos objectivos secundários, que em nada o são porque simplesmente se colocam no nosso caminho e nem temos que os procurar. Isto devido aos níveis demasiadamente lineares nos quais apenas podemos seguir por um caminho restrito. Apesar de por vezes o jogo nos dar uma falsa sensação de liberdade.
Num jogo com tão pouca inspiração e de pouco interesse, nem mesmo o visual se desprende da mediania. Mesmo estando perante uma versão portátil, já vimos bem melhor nesta consola, acabando as armaduras por ser o melhor aspecto, em contraste com os níveis pouco detalhados e altamente repetitivos. Estes factores acabam por afectar negativamente a longevidade pois a difícil jogabilidade, o constante repetir das mesmas acções e os níveis muito lineares acabam por rapidamente retirar qualquer prazer em jogar que poderíamos ter.
Homem de Ferro apenas pode ser sugerido aos fãs mais acérrimos do comic da casa das ideias. Talvez por força do próprio protagonista o jogo acabe limitado, a verdade é que falha em todos os aspectos.