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James Bond 007: Blood Stone

Pedra no sapato.

É justo considerar-se Blood Stone como uma aventura e "shooter" na terceira pessoa. Porém, em nenhuma destas vertentes consegue transpor e desamarrar-se de outros semelhantes. O sistema de cobertura permite a Bond utilizar paredes e outros obstáculos do cenário para ganhar avanço e aproximar-se dos inimigos, podendo, uma vez próximo deles, efectuar um "takedown" e ganhar um ponto de pontaria. Trata-se de um mecanismo que abranda a acção, numa operação de "slow motion" que permite lidar com bastantes adversários e com sucesso num curto espaço de tempo. Ainda que este recurso facilite nas situações em que os inimigos abundam, a verdade é que muitas vezes acabamos por nem utilizar a técnica, optando por eliminar cada adversário na sua vez e dentro do esquema de alvo tradicional.

De um modo geral, nada de novo no confronto armado. Alguns inimigos desprotegem-se e aguardam pelos tiros letais, mas outras vezes cercam a imediação onde nos encontramos para fazer um golpe de surpresa. O processo é simples e rotineiro e enquanto a paciência não esgotar sempre se avança sem grande dificuldade.

Por outro lado, as tentativas para incorporar elementos típicos das plataformas redundam numa perda de sentido das mesmas a partir do momento que se apostou no aparelho de comunicações para descobrir o caminho certo. Abrindo o telemóvel é como se nos fosse facultado um manual de soluções completo que nos indica a proximidade do "checkpoint", onde estão os inimigos, que armas é possível recuperar. Dá para arriscar e ignorar essa benesse do telemóvel não muito "gadget". É o instrumento adequado para recolher informações e recuperar dados do adversário, servindo ainda para desmontar as câmaras de vigilância. Todavia, o processo de utilização é demasiado descarado e simplista e que acaba por redundar numa repetição contínua, ainda que para aceder a áreas limitadas ou objectos seguros seja necessário imprimir uma sequência certa de botões para desbloquear o mecanismo.

Cumprida a experiência em termos individuais, sobram as funções para vários jogadores em rede, subdivididas em três modos; Team Dead Match, Objective e Last Man Standing. Cada um oferece determinadas particularidades, mas em todos há imensos objectivos a fazer para no final alcançar pontuação adequada para subir de nível e ganhar novo equipamento e maquinaria bélica. Para ocupação de tempo suplementar depois aventura principal, cumpre minimamente, embora não se encontre nada que já não tenha sido visto noutras propostas.

O que realmente torna este jogo minimamente interessante e satisfatório é toda a reprodução do ambiente Bond, o espião que tripula automóveis potentes e autênticas relíquias, mas que também é chamado a executar tarefas arriscadas em localizações distintas e fascinantes, à margem de qualquer conhecimento governamental. As participações de Daniel Craig, Judie Dench e Joss Stone emprestam alguma consistência e credibilidade ao argumento, pois de outra forma e para uma campanha que se revela escassa, sem evoluções na jogabilidade, Blood Stone cairia no esquecimento. Faltou ambição à Bizarre Creations para erguer a franquia na hora da verdade. Assim, recolherá apenas o interesse de alguns fãs dedicados, com vontade para dar uma oportunidade.

5 / 10

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