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Jogos violentos afectam mentalmente os seus criadores

Produtores falam sobre as consequências do seu trabalho.

A violência e o sangue são recursos usados de forma habitual nos videojogos como forma de entretenimento, mas para as pessoas que trabalham nestes projectos pode tornar-se mentalmente esgotante estarem expostas a este tipo de conteúdo durante muito tempo.

O Gamasutra publicou um artigo onde alguns produtores falaram sobre a sua experiência na criação de jogos com elementos repugnantes e expuseram o seu ponto de vista sobre o assunto.

O artista Vic Deleon contou que durante a criação de Halo 3 teve que investigar todo o tipo de "coisas asquerosas", desde fotografias de tumores e lesões até vídeos de colonoscopia.

"A minha tolerância é muito alta, mas as náuseas invadiam-me repentinamente. Foram um par de semanas brutais," assinalou. "Não diria que estava traumatizado, mas sim obcecado, como quando uma criança vê algo realmente desagradável ou sangrento num filme de terror".

A experiência, como seria de esperar, não é igual para todos. O animador de Mortal Kombat, Steve Bowler, explicou que o seu trabalho é muito mais abstracto e que por isso é menos stressante. No entanto ele sugeriu que trabalhar em jogos muito violentos por longos períodos pode diminuir a sensibilidade das pessoas, mesmo não sendo artistas ou animadores.

"Eu estava a trabalhar num jogo onde iriam enforcar alguém publicamente," disse Mike Jungbluth, artista e animador de Shadow of Mordor e Black Ops. "Tive que investigar material de referência com pessoas enforcadas para representar fielmente a física da acção, e depois de um dia enfiado nisso fiquei definitivamente afectado". O produtor afirmou que não conseguia apagar essas imagens da sua mente e que isso fez com que durante muito tempo se mantivesse afastado emocionalmente da sua esposa e amigos.

A conclusão é que, em todos os casos, os produtores perderam um certo grau de empatia. No entanto o Gamasutra acredita que alguns jogos podem ter o efeito contrário.

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