Journey
Em busca da luz.
Os género de jogos podem ser divididos pela paleta de cores, onde cada cor representa um tipo de jogo, um tipo de sentimento e emoção. Para Jenova Chen, co-fundador dos estúdios That game Company, que já nos trouxeram pérolas como flOw, e Flower, todos os jogos da actualidade apenas estão dentro de um padrão de cor. O vermelho. Tudo o resto é uma incógnita a ser explorada.
Para explicar este exemplo, Jenova deu imensos exemplos das actuais franquias, e embora tenha trabalhado em exclusivo para a PlayStation 3, e a apresentação do seu novo jogo Journey seja à porta fechada, dentro do espaço Sony PlayStation, não se coibiu de mostrar Halo, Link e outros jogos exclusivos de outras marcas. Jenova não fala sobre rivalidades, e no contexto de toda a paz, e ambiente espiritual de Journey, até este ponto foi passado completamente ao lado.
Falar de Journey é falar em primeiro lugar da essência de muita coisa. Porque é que os jogos são tão "vermelhos"? Onde andam os jogos que preenchem o espectro do azul, do verde, do branco, do rosa? Para Jenova, estas cores são todas elas emoções, sentimentos. E pergunta à audiência. "Porque razão ainda não existe um jogo que seja apenas uma obra cómica? Como no cinema? Porque razão tem que haver pontos, mortes, destruição, tiros?" É esse lado emocional, esse lado do oposto do vermelho que Jenova e toda a equipa do estúdio That Game Company quer explorar.
Num mundo cheio deste tipo de jogos, é difícil explicar outro tipo de conceito. As nossas mentes estão tão formatadas a um hábito de rotinas quase impostas que às vezes parece difícil ir além do actual e óbvio. Journey é um jogo estranho, parecendo mais como uma experiência videojogavel de introspecção que um produto de massas comercial. Como no cinema, existe mercado para tudo, e temos visto nos último tempos essa tendência a mudar, e isso são ventos muito bons.
Este movimento mais emotivo e preocupado com o ser humano e seu destino tem tomado uma maior voz em virtude dos jogos para download a preço reduzido. Antes um produto deste tipo, com preços a variar os 15€ não tinha forma de atingir as massas, mas com o advento das lojas digitais, com milhões de utilizadores ávidos de bons jogos, os projectos mais "independentes" têm conseguido o seu espaço, e claro público. E este é certamente o caso de Journey. Mas afinal o que é Journey?
Em Journey controlámos uma espécie de criatura isenta de corpo, apenas coberta com uma manta. O ambiente é no seu geral desértico, e a areia funciona como a plataforma de jogo. Como estamos num ambiente quase como um sonho, o comportamento da areia não é exactamente real, pois muitas vezes parece mais um mar do que um deserto (podemos surfar pelas ondas de areia). Tudo em Journey é simplista. Apenas usamos botões e o analógico. Um botão para saltar e outro para entoar um chamamento. A nível de motor de jogo, é impossível não olhar e ver uma camada de Flower nele. Troquem a personagem pela flor e a areia pelas plantas e conseguem ver o jogo. Não que isto parece um aproveitar de um motor de jogo, mas sim que tem muito a ver com o anterior jogo na sua forma de jogar. Até o próprio uso do SixaxiS.