Kane & Lynch 2: Dog Days
Sangue, violência e palavrões.
O sistemas de cobertura também não está isento de problemas. É comum estarmos protegidos e simultaneamente estarmos a levar tiros. A adicionar a isto, não existe a opção de saltar ou rebolar pelo chão, podemos ao menos saltar por cima dos obstáculos. Outra falha é não existir ataques corpo-a-corpo, apenas podemos fazer reféns e depois matá-los, mas não é a mesma coisa. O que me surpreendeu mais, pela negativa, é não existir granadas. Os substitutos para esta arma útil em qualquer TPS são extintores e botijas de gás, que quando precisamos deles nem sempre estão presentes.
Tudo o que vão fazer do princípio ao fim é matar pessoas. De certa forma, todos os TPS podiam ser descritos dessa maneira, mas em Kane & Lynch 2 isso é verdade. O jogo é imensamente repetitivo (a não ser que vocês gostem mesmo de matar pessoas), nao há variedade. A única coisa que vão fazer para além de carregar nos gatilhos é abrir portões em que surge uma animação, julgo que devem servir para carregar secretamente a secção seguinte. Ao menos os momentos de acção são muito bons, a polícia entra de surpresa arrombando as portas, os vidros começam a partir-se, a confusão instala-se. O ambiente do jogo é bom, é pena que o seu potencial inteiro não tenha sido aproveitado.
O modo história é curto, deve durar no máximo umas 6 horas. Depois de acabarem sozinhos, talvez tenham interesse em experimentar em modo cooperativo, tanto online como em splitscreen. Se arrajarem um companheiro o jogo torna-se mais fácil, no entanto a experiência será basicamente a mesma. Apesar de ser um modo “cooperativo” não vão encontrar muitas zonas para entre-ajudas, o máximo que podem fazem é combinar quem vai pela esquerda e quem vai pela direita.
Para além do single-player, têm os modos online: “Fragile Alliance”, “Undercover Cop” e “Cops and Robbers”. Todos eles têm muitas semelhanças.
Em “Fragile Alliance” os jogadores assaltam uma localização, matam os guardas e roubam o dinheiro que estão a guardar. O objectivo é chegar ao ponto de resgate antes que o tempo acabe, pelo caminho vão encontrar várias vagas de polícias. Se algum jogador perder torna-se automaticamente um polícia. Quem for ganancioso pode trair os outros jogadores ao matá-los e ficar com o seu dinheiro. O primeiro a chegar ao ponto de resgate pode dividir o dinheiro com o condutor para deixar os outros para trás. Este modo pode ser jogado offline, só que tem um nome diferente, chama-se “Arcade.” Tudo o que ganharem neste modo será transportado para os modos online, por isso não perdem nada.
O “Undercover Cop” é igual ao modo anterior. A diferença é que um jogador é seleccionado para ser um polícia infiltrado, a sua missão é impedir que o roubo tenha sucesso.
Ao contrário dos outros modos anteriores, em “Cops and Robbers” os jogadores podem escolher ser polícias ou ladrões. O nome do modo diz tudo, os polícias tentam apanhar (neste caso matar) os ladrões, e os ladrões tentam fugir aos polícias.
Embora o online seja quase uma obrigatoriedade hoje em dia, porque muitos jogadores o exigem, era preferível que a IO Interactive tivesse deixado um pouco de lado o multijogador e tivesse investido mais na história/campanha a solo, pois acho que continua a ser a parte mais importante de um jogo.
Com todas as suas falhas, Kane & Lynch 2 consegue ser um jogo razoável. Foram deixadas arestas por limar e existem campos em que é demasiado básico. O que me deixa desiludido é que isto podia ser de facto um jogo muito bom, mas infelizmente é apenas igual a muitos outros. Há coisas que me agradaram outras nem por isso. No final de contas, cabe a cada um decidir se gostam do jogo ou não, tal como disse no começo, isto é um jogo que divide opiniões, cada um tem a sua.