Kid Icarus: Of Myths and Monsters - Análise

2012 é o ano que assinala o renascimento de Kid Icarus. O mês de Janeiro começou por trazer uma boa surpresa para todos aqueles que registaram dois jogos Nintendo 3DS de uma lista de elegíveis pela Nintendo. Puderam assim candidatar-se à versão clássica de Kid Icarus para a NES sob a forma de 3D Classics. Este segmento de jogos não só recupera o conteúdo de originais, na sua maioria oriundo da NES, como acrescenta um belo efeito 3D, melhor som e uma jogabilidade ligeiramente retocada para melhor se ajustar ao slide pad.

Agora que estamos a praticamente uma semana do lançamento de Kid Icarus: Uprising, um novo episódio exclusivo 3DS que deixou os fãs de Pit deliciados na E3 de 2010 quando foi revelado, temos acesso à versão de Kid Icarus lançada para o GameBoy no princípio dos anos noventa. Desta forma preparamo-nos para receber aquele que é conteúdo mais importante da série, depois de tantos anos de ausência. Por isso nada melhor que aquecer os motores e aceder à Virtual Console da 3DS onde poderão comprar e descarregar este pequeno tesouro da Nintendo.

Com efeito, Kid Icarus: Of Myths and Monsters é a sequela e primeira versão portátil para o GameBoy do jogo lançado para a NES/Famicom em 1986, que já aqui analisamos na sua versão 3D Classics. A primeira nota que irão reter é que Of Myths and Monsters é bastante similar ao original, com vários pontos de ligação entre si. O combate opera-se inicialmente através de flechas atiradas aos inimigos em várias direções, os níveis implicam exploração horizontal e vertical, a aquisição de power ups é conseguida acedendo a áreas secretas e mais uma vez são levados a transitar entre quatro mundos divididos por três níveis.

A diferença é que desta vez não temos uma dificuldade tão grande e isso começa por ser notório na forma como Pit reage aos saltos, o que acaba por tornar a experiência menos frustrante. Enquanto que no clássico da NES a passagem entre plataformas é uma tarefa mais árdua, não só pela precisão necessária para cada salto mas também pela necessidade de fintar os inimigos ou acertar-lhes com sucesso com poucos espaço de manobra, nesta versão do GameBoy os saltos são significativamente mais prolongados, o que basta para colocar a jogabilidade mais "friendly". Sente-se ao mesmo tempo que a personagem não está tão pesada, o que lhe dá mais algum tempo e capacidade de manobra nas passagens por plataformas mais afastadas entre si.

Pessoalmente prefiro por alguns motivos esta versão para o GameBoy. Não só é uma obra que capta bem todo o espírito e estrutura do jogo original, como resume bem a definição de jogo para uma portátil. Mas talvez por ser menos frustrante nas plataformas, torna-se mais interessante e competitivo explorar os níveis de modo a conseguir melhor pontuação através dos corações deixados pelos inimigos, que podem ser trocados por objetos valiosos nas shops que existem em cada nível. A Nintendo conseguiu encontrar nesta versão um desafio devidamente equilibrado, respondendo aos fãs que achavam o original para a NES demasiado frustrante.

Tal como no jogo anterior a movimentação de Pit faz-se em quatro sentidos, podendo atirar setas aos inimigos, que na sua esmagadora maioria são semelhantes ao original NES. Mas desta vez cada nível expande-se de forma considerável em termos horizontais e verticais, uma vez que agora já podem descer sem que perderem a vida por isso. Se não gostarem de explorar nestes moldes levará algum tempo até que encontrem a saída. É certo que explorar aqui é sinónimo de encontros com mais inimigos e cavernas secretas para combates especiais.