King Arthur: The Role-Playing Wargame
Em nome do Rei Artur.
Como já devem ter reparado, estamos perante um jogo exigente, com várias variantes a influenciar as nossas decisões. Os ingredientes para um grande jogo estão todos aqui, mas certos problemas, relacionados com a jogabilidade, com uma certa confusão na progressão do jogo (apesar dos objectivos, damos por nós a vaguear pelo jogo sem saber bem o que fazer), a elevada exigência do hardware (o jogo está muito pouco optimizado), deixaram King Arthur à porta de uma grande nota.
Em relação à jogabilidade, no mapa principal funciona na perfeição, com uma visão panorâmica de todo o terreno, onde uma simples passagem do rato por cima de uma localidade revela toda a sua informação. O grande problema é mesmo nas batalhas, começando logo pela câmara de jogo que por vezes complica muito a jogabilidade. Quando chegamos aos limites do mapa a câmara fica bloqueada, não conseguimos ver as unidades, somos mesmo obrigados a mudar o ângulo de visão, rodando a câmara. Outro grande problema, já aqui referido, está relacionado com o desempenho do jogo em termos de performance, a fluidez é inacreditavelmente baixa, dificultando em muito a jogabilidade. Durante batalhas caóticas o frame-rate chega a cair para 10FPS, incompreensível para uma máquina equipada com um Intel Core Duo E8400 e com uma potente ATI Radeon HD 4890 com 1GB de memória. O lado bom de toda esta exigência está no seu visual, que é muito interessante. O mapa principal está muito belo, com excelentes efeitos de nevoeiro e tudo bastante detalhado. O terreno onde se desenrolam as batalhas está também ele muito rico em pormenores, com boas texturas, excelentes efeitos de luz, boa recriação das tempestades e unidades com imensos detalhes.
Em relação às batalhas em si, é de referir que são um pouco desanimadoras, quando comparadas com as de Total War. Como é evidente, as unidades têm os seus pontos fortes e suas fraquezas, como por exemplo os arqueiros, que têm que se manter distantes dos inimigos para serem eficazes. Muitas vezes um ataque desenfreado com todas as unidades ao mesmo tempo resulta, incompreensível, havia uma batalha que não conseguia vencer, mesmo estudando bem o inimigo e avançando estrategicamente com as unidades, já em desespero, avancei com todas as unidades ao mesmo tempo e venci a batalha, é triste mas foi o que aconteceu. Mas nem tudo é mau, pormenores como a influencia do terreno nas unidades estão bem conseguidos, a água (rios, charcos) diminui a velocidade de deslocação das unidades, as tempestades dificultam muito a acção dos arqueiros e até os bosques alteram o rumo de uma batalha, aumentando a defesa das unidades que lá se encontram.
O campo de batalha possui pontos estrategicamente colocados que deverão ser capturados, estes atribuem capacidades extra que podemos utilizar nessa batalha, como feitiços, aumento da força do nosso exército e o mais importante de tudo, ajudam a manter a moral no campo de batalha, sendo esta vital para o sucesso da mesma. Quando a batalha termina, aprisionamos os líderes do exército inimigo que são mantidos na prisão, podemos posteriormente tortura-los para obter informações sobre o seu reino, ou os libertar como sinal de tréguas. Como seria de esperar, somos também recompensados com experiência que irá ser utilizada no Inverno para melhorar as características dos heróis e dos restantes membros do exército.
King Arthur: The Role-Playing Wargame é daqueles jogos que ficam perto de uma nota de destaque, mas erros e problemas diversos deixam cair por terra tal ambição. A campanha é muito confusa, sendo um ponto que poderia estar bem mais simplificado, outro problema grave está relacionado com o desempenho do motor de jogo, que é mau. Estou certo de que se estes pontos tivessem sido revistos estaríamos perante um excelente jogo, com uma longevidade colossal, variantes para todos os gostos e muito por onde explorar. Mesmo assim é bastante interessante, depois de se entender a sua filosofia ficamos agarrados. Recomendo a todos os fãs do género.