Kirby Fighters 2 Review - Jogo de luta fofinho
Um "Smash" reduzido e sem grande complexidade.
Se bem se lembram, em Kirby Triple Deluxe (2014, 3DS) havia um mini-jogo chamado Kirby Fighters, que depois subiu a título autónomo: Kirby Fighters Deluxe, também para a 3DS e funcionando como uma expansão do mini-jogo original. Pois bem, a Nintendo e o Hal Laboratory, coadjuvado pela Vanpool, voltaram a unir esforços, desenvolvendo mais um upgrade desta vez intitulado Kirby Fighters 2. É uma evolução por degraus, baseada em novos modos de jogo, arenas e arranjos na jogabilidade, ainda que com bastante simplicidade, ao ponto de ser um fighting game sem grandes complexidades e que até uma criança pode jogar sem perder o interesse. Não é a primeira vez que a Nintendo lança iniciativas deste género. Estarão lembrados, por exemplo, das aventuras de Captain Toad, que começaram como mini-jogo em Super Mario 3D World e acabaram, pouco tempo depois, como título autónomo.
Quem pegue em KF2 vai descobrir um "fighting game" claramente inspirado nas batalhas caóticas de Super Smash Bros. Várias personagens em cena, muitos movimentos e combos em simultâneo e uma luta pela sobrevivência ou pelo domínio dentro de um dado tempo dedicado ao confronto. Os modos de jogo não são particularmente distintos do que há noutras ofertas, nem sequer estamos a falar de um jogo que possa ombrear com o peso e conteúdo de um Smash, já para não falar noutras produções do género, porquanto não é muito diversificado. É outra realidade. Porém, KF2 é comercializado por um preço bem abaixo da média (20 euros) e só disponível no formato online, exclusivo eShop, portanto.
Mas ao entrar no estatuto de título individual, apesar do preço tentador, há certos atributos dos quais os jogadores esperam usufruir como forma do seu voto dado na escolha do jogo. E aqui é que encontramos alguns desequilíbrios. Para começar, KF2 é um "fighting game" com uma jogabilidade bastante simples, comedida até, sem grandes golpes e habilidades quando comparado com um "fighting game". Por outro lado é baseado na personagem Kirby, com até 17 semelhantes dotados apenas de diferentes habilidades. Face a um total de 22 lutadores (alguns desbloqueáveis à medida que jogam), sobra pouca diversidade, para além do esquema de botões e comandos bastante reduzido, importado dos movimentos de Kirby e que facilmente se aprende numa tarde a jogar.
Um pouco mais interessante é o conjunto de cenários. No total são 19 temas, bastante diversificados e alguns deles com uma série de elementos retro associados que os utilizadores mais veteranos seguramente apreciarão. Existe bastante detalhe mas sobretudo um aspecto de desenho animado, pelo colorido, bem na onda dos jogos de plataformas Kirby. É um aspecto do jogo que se encontra bem conseguido e que a juntar às melodias e temas musicais injecta um ritmo quase frenético aos combates, marcados também por muitos efeitos especiais e de luz sempre que são aplicadas habilidades especiais.
No que respeita aos modos de jogo não há de facto muita diversidade. O "Story Mode The Destined Rivals" funciona como uma série de torres consecutivas onde começamos por lutar da base ao topo através de batalhas (capítulos) de dificuldade crescente. É um modo que tanto serve um como dois jogadores e que detém uma espécie de composição "role play" ao permitir a melhoria de certos atributos e habilidades especiais entre os dois parceiros, através de um "timming" que permite a ambas as personagens atacar os rivais como se estivessem num "third person shooter". Pelo meio podem melhorar diversos indicadores, fortalecendo a personagem para os combates derradeiros e temíveis.
Digamos que é uma opção que entretém mas que infelizmente se esgota ao fim de algumas rondas. Há desbloqueáveis e a promessa de jogar com Kirby's dotados de outras habilidades mas que rapidamente proporciona um sentido de repetição, especialmente pela quantidade de batalhas que terão que travar em cada capítulo. O último é constituído por meia centena. Sem dúvida feroz mas repetitivo à exaustão.
As batalhas conseguem imprimir algum interesse, não só pelas habilidades e dificuldade crescente, mas nos objectos que vão sendo "atirados" e com os quais se ganha mais alguma interacção. Ainda que haja alguma variedade, depressa chegamos a um conjunto de rotinas que urge definir à partida, o que acaba por limitar o alcance. Mesmo assim e como dissemos, enquanto descobrimos o jogo e avançamos pelas torres há momentos de interesse neste "brawler" embora seja difícil categorizá-lo como um "fighting game" de primeira.
O Battle Mode permite que até quatro jogadores partilhem a mesma arena, uma opção marcadamente estilo "Smash". Os jogadores que perdem uma vida adquirem a forma de um fantasma, mas temporariamente. Kirby ainda flutua no cenário e assim que aplicar um golpe regressa à forma colorida, enquanto que o Single-Handed mode é, tal como o nome indica, uma opção para jogar apenas com um Kirby ao longo de uma série de batalhas. Para lá da opção online e local play não há muito mais a fazer. Medalhas e coleccionáveis, assim como um indicador de percentagem revelam o que está por fazer. Um incentivo ao desbloqueio mas não se pode dizer que seja um jogo forte em conteúdos.
Digamos que o preço se ajusta à dimensão da experiência. Um "brawler" marcadamente simples, sem grande complexidade e que tanto pode ser desfrutado por adultos fãs de Kirby como por miúdos que não conhecem esta bola rosa carismática da Nintendo. É verdade que tem algumas das batalhas mais fofinhas que já vi num jogo de luta, e a representação do universo Kirby está assegurada, com um colorido transbordante e uma série de efeitos especiais, mas não se pode dizer que seja uma experiência capaz de resistir muito no tempo ou capaz de convencer grandes audiências.
Prós: | Contras: |
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