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Le Tour de France 2012: The Official Video Game - Análise

Um Tour com falta de pedalada.

Quanto às restantes operações, o analógico permite virar para a direita e esquerda, o quadrado serve de travão, o triângulo permite selecionar e ingerir comida como fruta ou gel energético e o botão círculo acrescenta uma pedalada mais vigorosa, ideal para lançar ataques, sendo que neste caso o esforço consumirá rapidamente a energia imediata. Os fatores da resistência e energia imediata para lançar uma forte pedalada são assim essenciais para manter as opções de ataque que servem melhor o propósito estabelecido para cada etapa, entre entrar em fugas bem sucedidas até à meta, subir para a cabeça do pelotão e preparar uma perseguição aos fugitivos para fazer uma chegada ao sprint. Este é todo o trabalho ativo direto

Contudo, a ponte que há entre o trabalho tático e de comando do ciclista oferece pouca comodidade. Sempre com o botão x pressionado de modo a garantir velocidade ao ciclista, abrimos por via do R1 e L1 o quadro das indicações, para duas funções que são distintas. É um trabalho de equilíbrio de grande complexidade, no qual temos ainda que seguir a indicação da pista e curvar o ciclista ou moderar a sua velocidade em curva. Por outro lado algumas indicações não são acatadas imediatamente pelos colegas e temos de voltar a insistir recorrendo novamente ao quadro de opções para conseguir que os colegas ou restantes membros da equipa atuem no sentido previsto.

Por outro lado, quando a etapa entra em modo repouso e passamos a acompanhar a etapa através de um quadro com informações constantes, não podemos dar mais indicações aos ciclistas e aí só nos resta esperar que as decisões tomadas durante o período de comando surtam efeito para que, numa segunda e derradeira fase de comando, possamos continuar a tirar proveitos de fugas ou aproximações à montanha. No fundo estas são partes da etapa que podem passar mais ou menos depressa, sem que tenhamos qualquer possibilidade de comando remoto.

Comparativamente com o jogo da edição passada, Le Tour de France 2012 oferece mais alguma variedade em termos de comportamento de inteligência artificial das outras equipas. As respostas são imediatas aos nossos ataques e as equipas adversárias como que se moldam e tomam iniciativas imediatas à nossa estratégia. Se estivermos próximos da meta, isolados do pelotão e com mais um ciclista, podemos inclusive formar uma aliança para garantir uma chegada ao sprint, sabendo que a vitória caberá ao que ainda tiver mais forças poucos metros antes da meta.

A introdução de outras variáveis como quedas e furos podem ser corrigidas ou minimizadas através do apoio da equipa, solicitando a ajuda de colegas que nos venham rebocar de modo a reentrarmos para o objectivo apontado.

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A Cyanide melhorou ligeiramente o aspeto gráfico dos ciclistas e cenários, contudo o mesmo continua pobre e bastante cru. Não seria um fator tão preponderante se a aposta fosse inteiramente para um produto baseado num modelo de gestão. Porém e com uma aposta numa vertente ativa e realista não é particularmente atrativo encontrar estradas que se repetem e detalhes quase minimalistas. Há algum público na estrada a promover o entusiasmo tão típico e na montanha algumas pessoas agitam bandeiras e invadem literalmente o asfalto, mas onde é que estão as inscrições de estímulo desenhadas no asfalto? As quedas só em pontos extremos acontecem, principalmente se curvarem mal numa descida, já que o contacto com outros ciclistas e espetadores é recorrente e afeta pouco a marcha. A animação dos ciclistas também é fraca.

A adição do modo multiplayer permite partilhar as 21 etapas com mais jogadores, ainda que estas estejam limitadas em termos de distância a cumprir. A variedade do tipo de etapas, como de alta montanha, chegada ao sprint, misto ou rolamento é outro fator a ter em conta. No fim a tabela dos mais rápidos merece consulta. Tivemos bastante dificuldade em encontrar mais jogadores ligados à rede para dar uso ao modo e a sua extensão, algo limitada, não se revela muito mais do que uma simples alternativa ao modo individual.

Não esperem muito deste Tour de France 2012. Para este ano a Cyanide melhorou alguns aspetos no jogo, acrescentando uma opção para vários jogadores em rede, mais opções de estratégia e uma ligeira melhoria dentro do campo visual, mas nada que seja suficiente para retirar o jogo de uma constante mediania. Sem surpreender ou sequer se transcender nalguns aspetos, poderá seduzir os fãs da modalidade e da prova por uma questão de curiosidade, mas depois de agarrado oferece pouco e revela-se algo frustrante na conjugação entre gestão da equipa e comando individual. A Cyanide tem um produto em mãos com potencial, mas terá de pedalar mais para fazer desta uma experiência virtual digna de subir ao pódio em Paris.

5 / 10

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