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LEGO Batman 3: Beyond Gotham - Análise

Um rasgo de alegria entre os super heróis.

Sempre fui um adepto de LEGO, não daqueles que são fanáticos que enchem o quarto de construções, mas sempre gostei de brincar com os LEGOS, e depois, claro, destruir as criações. O LEGO tem o dom de ajudar as crianças, e não só, crescer em termos de pensamento abstrato, da manipulação de objetos, no fundo em criar um imaginário em volta das criações.

A versão que tivemos a oportunidade de testar foi a PlayStation 4, e como já tínhamos visto nos jogos anteriores para a nova geração de consolas, cada vez mais os jogos se aproximam dos filmes de animação. The LEGO Batman 3 Beyond Gotham poderá ser considerado o melhor jogo da série, que já leva anos e anos dentro da indústria. Só para terem uma ideia, num ano saíram quatro jogo da série, apesar de alguns, tais como o do filme de animação, não corresponderam às expectativas dos fãs.

Poderei dividir a série LEGO em duas facetas, aquela para os fãs e aquela para os jogadores "normais", sem ligação direta com LEGO. Por outro lado, o LEGO é apenas o objeto para a concretização do videojogo, pois o que importa realmente é a ligação dos universos licenciados que usam o LEGO como forma de arte para se transformarem e saírem da sua zona de conforto. Pessoalmente é nesta ligação de mundos que The LEGO Batman 3 Beyond Gotham brilha, sendo super divertido jogar, progredir e ver as cinemáticas.

The LEGO Batman 3 Beyond Gotham não foge da formula criada já há muito tempo pelo estúdio Traveller's Tales, mas que resulta sempre. A progressão é feita à moda antiga com checkpoints entre missões e arenas, com zonas para podermos gravar. O jogo não é muito difícil, principalmente nos confrontos com os inimigos, onde basta andarmos aos murros e usar de super poderes para limpar rapidamente a arena. Aliás, andar aos murros e pontapés é o que mais iremos fazer, pois para amealhar objetos, poderes, abrir portas e destruir coisas, iremos dar uso a todos os nossos poderes.

Não podemos bater em Conan O'Brien. Algumas clausula?

Existe muito por onde explorar, nomeadamente referente aos super poderes de cada personagem, que aqui se verificam em cada fato vestido, sendo possível alterar de forma rápida entre fatos. Muitos dos fatos usados são transversais entre personagens, e isto é importante para podermos ultrapassar diversos puzzles. Como estaremos sempre a trocar de personagem, e nunca andaremos com os mesmos em cada zona, temos que perceber o que cada um pode fazer com cada fato. Se o Batman tem o fato Power Suit para poder explodir com coisas, na sua ausência e na necessidade de explodir portas e objetos temos que saber quem tem esse mesmo fato, que neste caso seria o Cyborg com o seu Demolition Suit.

Temos sempre que levar em conta o tipo de objeto que temos em frente, pois para cada um deles existe uma forma de o destruir, o que obriga a estarmos sempre a trocar de personagem e de fato. Este é um dos pontos menos bem conseguidos, pois muitas vezes, e perante uma paleta de cores tão preenchida no ecrã, não sabemos para onde ir e o que fazer. Não é que os puzzles sejam complicados, mas não é tão óbvia a zona de "contacto" ou o que temos que destruir. Por isso mais vale gastar um pouco de tempo e destruir tudo à nossa frente. Algumas peças destruída serão usadas para construir armas, objetos, plataformas ou todo o tipo de LEGOS que nos ajudarão a passar em frente.

Para além dos inimigos que apenas são carne para canhão, temos de forma rotineira diversos bosses para eliminar. Aqui o nível de dificuldade é também baixo, bastando perceber o que temos que fazer, com uma doze de paciência, e conseguimos ultrapassar. Esta ligação entre missões, cinemáticas, bosses, puzzles e troca constante de personagem, e são imensas, faz com que o jogo seja tudo menos aborrecido. É um prazer jogar com estes super heróis, usar os seus super poderes de forma cómica e as deliciosas cinemáticas com as deixas cómicas que colocam um sorriso rasgado de orelha a orelha.

The LEGO Batman 3 Beyond Gotham é super divertido e as missões são muito variadas. Estamos sempre a fazer coisas diferentes, estão sempre a acontecer coisas novas no jogo, e o enredo, apesar de ser o banal "Estamos perante a destruição do nosso Planeta Terra por um terrível tirano", que neste caso é o Brainiac, não deixa de resultar. É o perfeito pretexto para juntar a Justice League, e todos os seus super heróis pela mesma causa.

Outro ponto alto do jogo são as animações das personagens e todo o aparato visual. O estúdio Traveller's Tales sabe como ninguém como pegar nas personagens conhecidas tais como Batman, Joker, Robin, Super Homem e Flash e os colocar de forma brilhante na pele de um LEGO. Aqui todos os tiques são levados ao extremo para dar aquele toque cómico, quer às falas, bem como animações. Os ambientes estão muito bem recriados, com pormenores gráficos deliciosos, que enchem o ecrã com cores vivas, animadas e super divertidas de se ver.

Por outro lado, a construção dos níveis poderia estar melhor, nomeadamente na sua profundidade. Não é perceptível à primeira vista quais as camadas de profundidade que poderemos aceder, bem como às vezes é difícil controlar o salto em profundidade para cairemos de forma correta na plataforma em frente, causando a constante morte.

Muitas, mas muitas personagens conhecidas.

As cores vibrantes e muitas coisas a acontecer ao mesmo tempo, por vezes, deixamos de perceber o que está a acontecer e onde está a nossa personagem ou nave. Existe um nível no espaço onde temos que andar em volta de uma nave, jogando à moda antiga num side-scroll. Aqui a nossa nave é muito mais pequena de cor preta e é difícil de perceber onde está quando outras naves mais pequenas e explosões estão acontecer.

LEGO Batman 3: Beyond Gotham coloca a série de novo na rota certa, apesar de não arriscar muito em relação aos anteriores jogos. É um jogo muito divertido, com uma longevidade bastante aceitável e como diversas coisas para desbloquear e fazer. O número de personagens jogáveis é colossal, elevando ainda mais o tempo e dedicação ao jogo. É um obrigatório para os fãs de comics e pessoalmente perfeito para os mais pequenos, mas nem tanto, pois alguns puzzles obrigam a alguns conhecimentos.

8 / 10

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