Lego Indiana Jones: The Original Adventures
Chamas a "isto" arqueologia?
Num lançamento apropriadamente próximo do novo filme da saga; Lego Indiana Jones: The Original Adventures cobre os três filmes originais, estando o jogo dividido em dezoito níveis, seis por filme. Seis episódios que chegam para cobrir os momentos mais marcantes de “Os Salteadores da Arca Perdida”, “O Templo Perdido” e “A Grande Cruzada”, sendo cada nível precedido por um pequeno filme vagamente inspirado pelos eventos das películas originais, mas que tenta essencialmente ser cómico.
O jogo em si peca pela repetição. Após os níveis iniciais em que nos habituamos ao género de puzzles com que somos confrontados, pouco ou nada se inova nos desafios que nos são colocados. Destrói aquelas caixas para encontrar a chave; destrói aquele barril para encontrar a pá, para desenterrar uma caixa que contém peças lego e deve ser levado para outro lugar claramente demarcado... Em último caso destruam tudo o que vos rodeia e a resposta para o puzzle torna-se, muito provavelmente, óbvia. Existe alguma variedade, com alguns puzzles temáticos (por exemplo atirar bananas a macacos no Cairo para que estes nos ajudem) ao filme que inspira o nível, mas é raro.
Regra geral, os puzzles são sempre a peça central dos níveis que, na prática, são seccionados por eles. A navegação dos níveis é simples, o jogo controla-se bem e as diferentes habilidades dos personagens trazem alguma variedade à movimentação. Por exemplo, enquanto que Indy pode utilizar o seu chicote para puxar objectos distantes ou cobrir grandes distâncias no ar (prendendo o chicote ao tecto), as personagens femininas correm mais depressa e saltam muito mais alto. E também estas habilidades únicas entre personagens entram em consideração para resolver alguns puzzles, especialmente nos puzzles que exigem uma colaboração entre o jogador e o segundo personagem (quer este esteja a ser controlado pela inteligência artificial, quer por um segundo jogador).
Aproveitando a deixa, convém referir que a inteligência artificial não é lá muito fiável, mas nunca tem comportamentos realmente impeditivos do nosso sucesso. Seja como for, o ideal mesmo é apostar na vertente co-op do jogo, que o torna mais apelativo. Aliás, ao menos assim fica justificada a câmara aérea e ligeiramente deslocada que é utilizada. Essencial para jogar em co-op, é verdade, mas atrapalha frequentemente os saltos entre plataformas, tornando complicado medir distâncias.
O jogo recai também demasiado no combate, algo que é incómodo pois este é, no máximo, rudimentar. Resume-se a aproximarmos-nos dos oponentes e carregar no botão para os atacar. Aliás, apesar de passarmos a maior parte do tempo desarmados e reduzidos a murros, este método chega a ser eficaz para eliminarmos grandes grupos de oponentes armados... Podemos apanhar várias armas dos oponentes (espadas, pistolas, lança-rockets) mas nem isso altera a simplicidade do combate, apenas a distância à qual estamos prontos para eliminar a oposição. Um pormenor positivo a destacar é a ocasional utilização dessas armas para resolver puzzles.
O grande destaque aqui é mesmo a exploração, com onze tesouros (opcionais) a desvendar por nível, cuja exigência varia entre simplesmente “ver atrás do arbusto”, ou resolver longos puzzles que culminam com o acesso ao tesouro. Após completar cada nível é possível voltar a jogá-lo no "modo livre" com personagens à escolha, algo importante, pois uma boa parte dos tesouros a coleccionar requerem habilidades especiais de personagens que originalmente não utilizamos nesse nível.