LEGO Marvel Super Heroes - Análise
Festim de super-heróis em Lego
O controlo mantém-se praticamente igual aos anteriores jogos da série, num estilo simples mas sempre com grande fluidez. As únicas diferenças vêm com as especificidades de cada personagem, o Iron Man pode voar, o Capitão América manobra o seu escudo, enquanto por exemplo o Homem Aranha pode balançar de teia em teia, e até se pendurar de cabeça para baixo. A ação é repetitiva, mas o facto de termos uma miríade de personagens novas sempre a aparecer torna as coisas interessantes.
As mecânicas que estão directamente ligadas ao progresso requerem a utilização de uma personagem específica, mas não acrescentam muito ao jogo cooperativo. Frequentemente temos que recorrer à experimentação até descobrir que poder ou habilidade é necessário para avançar num quadro, mas nunca que as personagens se tornam interdependentes, ou seja, o sucesso de uma não depende da prestação da outra. Isto torna o número de jogadores irrelevante, ainda que claro, seja mais divertido jogar com companhia. Lembrem-se apenas da seguinte sugestão: Não entregar o controlo de Hulk a um jogador qualquer.
O comportamento da câmara durante o jogo cooperativo é uma tentativa de progresso do que conhecíamos dos anteriores títulos, mas sofre de alguns problemas capazes de nos retirar completamente da experiência. Quando os jogadores estão juntos, a câmara é única, quando se separam o foco abre para cobrir mais terreno, quando se afastam em demasia, transforma-se em ecrã dividido de forma horizontal, vertical ou até diagonal, dependendo da posição de cada jogador no nível.
É uma forma ambiciosa de tornar a interface cooperativa o mais natural possível, mas várias são as vezes em que ficamos na dúvida sobre qual é a nossa metade, ou pior, em que simplesmente não conseguimos ver a nossa personagem. Isto acontece mais frequentemente com os super-heróis que conseguem voar.
"É na brilhante caracterização que o jogo consegue servir de grande homenagem ao universo Marvel."
O humor é uma constante, e está muito ligado à personalidade que conhecerão de cada super-herói. Tony Stark comporta-se como o auto denominado génio, bilionário, playboy e filantropo, o capitão é o soldado "perfeito", o tocha-humana é o irreverente e o Hulk, bem, o Hulk esmaga como todos sabem. A personalidade não vem apenas dos diálogos que ajudam a marcar o tom, mas das próprias animações que tornam cada um dos membros dos Vingadores, do Quarteto Fantástico ou dos X-Men verdadeiramente únicos.
É exactamente na brilhante caracterização que o jogo consegue servir de grande homenagem ao universo Marvel, as figuras transmitem muito bem o tom de paródia que se espera de um jogo da série Lego, mas ao mesmo tempo respeitam a personagem original e fazem-nos desejar continuar a desbloquear super-heróis. Nunca achei que estes jogos fizessem o suficiente para querer repetir tudo para apanhar os colecionáveis, no entanto, neste caso, tal como no DC Super Heroes, a ligação emocional com as figuras comprometeram-me mais do que é habitual.
De um modo geral o jogo não avança na fórmula, mas consegue desviar-se de algum cansaço que tem vindo a afectar a série, ao servir de homenagem a um dos universos mais adorados do entretenimento. É muito divertido para jogar em conjunto com a namorada/o ou com os miúdos lá em casa, mais importante ainda, é um jogo para todos, capaz de divertir e arrancar umas boas gargalhadas até ao mais sisudo dos "hardcore" gamers.