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LEGO Pirates of the Caribbean

LEGO Yarrrr!

O porto por sua vez funciona como um hub principal, algo familiar para quem jogou algum dos títulos Lego anteriores. Dentro do porto temos acesso à Tailors Shop, utilizada para criar o nosso próprio pirata. A Tavern, uma loja onde podemos comprar personagens, extras, ou apenas pequenas dicas para o jogo. Por último a Souvenir Shop, onde podemos ver os modelos que tivermos desbloqueado até então.

O combate nesta versão portátil padece de uma terrível falta de profundidade, e funciona de duas formas distintas. Primeiro numa espécie de duelo onde temos que carregar continuamente num botão até encher uma barra, seguido de um momento em que temos que pressionar rapidamente um dos quatro botões principais da consola, conforme o jogo indicar (conhecidos por quick-time events). Precisamos repetir isto até o inimigo cair, aborrecido, lento, e demasiado simples. Em segundo temos o combate tradicional, muito pouco a dizer aqui, apenas carregando num botão vamos desferindo golpes com a espada até ao inimigo cair. Importa referir que não interessa quantos adversários temos pela frente ao mesmo tempo, enquanto concentramos os nossos golpes num inimigo, ele será o único a ripostar, os outros ficarão apenas quietos à espera da sua vez. De um modo geral o combate é tão simples, que morrer se revela uma tarefa quase impossível.

Exemplo dos duelos na 3DS.

Graficamente esta versão é um pouco inferior à das consolas caseiras, ainda assim, visualmente é muito agradável, fiel ao estilo dos jogos Lego. O efeito 3D funciona muito bem, e permite salientar os aspectos mais importantes dos ambientes. Apesar de não acrescentar valor durante as cut-scenes, é bastante útil por exemplo durante as cenas em que temos que saltar entre plataformas. Ser capaz de ver mais detalhadamente a profundidade do ambiente, torna os saltos mais fáceis de calcular, ainda que a câmara continue fixa. Julgo que ainda não representa tudo que a Nintendo 3DS será capaz de oferecer em termos de valor acrescentado aos jogos com plataformas, mas ainda assim, o 3D é uma mais-valia neste caso particular, esta versão é mais interessante com o 3D ligado.

A música assume um bom padrão de qualidade tendo em conta que foi retirada diretamente dos filmes. Os sons limitam-se aos tradicionais grunhidos no lugar das vozes dos protagonistas. Tal como nos anteriores jogos Lego, os personagens não têm vozes e apenas emitem sons, o que por vezes representa uma divertida forma de comunicação. Afinal, os brinquedos não falam.

Davy Jones, personagem característica de Dead Man's Chest também teve direito a uma versão Lego.

A principal falha desta versão portátil de Piratas das Caraíbas é a ausência de um modo cooperativo (co-op), que tão bem funcionou nas versões das consolas caseiras noutros títulos Lego. Assim, todo o ambiente agradável e divertido desta versão acaba por se resumir a uma experiência demasiado simplista, onde nem a execução dos combates e plataformas, nem os puzzles oferecem grande desafio. Aliás, apesar de divertidos, alguns puzzles são tão simples que julgo nem merecerem a denominação de puzzle.

Para compensar a ausência de um modo co-op, LEGO Pirates of the Caribbean: The Videogame permite utilizar a o sistema StreetPass para criar o nosso próprio pirata e travar duelos com quem se atrever a atravessar o nosso caminho. Se por acaso a nossa consola detetar alguém com uma 3DS com este jogo, as duas irão para a batalha automaticamente. Esta funcionalidade é ao mesmo tempo engraçada e artificial. Se é verdade que bater nos piratas de outros é extremamente gratificante – yarrr! O facto de funcionar automaticamente, e não termos qualquer controle sobre o sistema é algo que pouco contribui para o enriquecimento do jogo.

De um modo geral, esta versão portátil de Piratas das Caraíbas é um bom jogo, cheio de momentos memoráveis para quem conhece os filmes, e ainda com algumas referências carregadas de humor. Ainda que tenha bastantes incentivos para prolongar o tempo de jogo, a aventura é demasiado curta, e fundamentalmente vazia de desafio. Se és um fã dos filmes ou dos jogos da Lego, o jogo promete vários momentos de nostalgia, ainda que em termos de gameplay não traga nenhuma novidade significativa. Para os restantes, LEGO Pirates of the Caribbean: The Videogame vale por ser um jogo com um aspecto adorável, um ritmo bastante rápido, e pouco mais.

6 / 10

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