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LittleBigPlanet Vita - Antevisão

O especial toque no mundo do imaginário.

Tendo em conta o atual estado da PlayStation Vita, tendo em conta o percurso da Sony com a PSP, e tendo ainda em conta as preocupações iniciais dos curiosos em relação à plataforma, uma das perguntas que mais frequentemente se faz ouvir é: Será que a Vita precisa mesmo de versões de jogos que já existem nas consolas caseiras (sem contar que provavelmente tem mais impacto aí)? A resposta para muitos é não, para outros é sim, mas tendo em conta a atual situação da plataforma a pergunta mais pertinente pode ser: Que outras alternativas tem a Sony?

A forma rude com que a indústria trata as novas propriedades intelectuais, culpar a Sony de não investir em algumas específicas para esta plataforma pode ser quase hipócrita. Então o caminho parece ser mais do que óbvio, está na hora das mais recentes figuras de proa, e que ainda estão bem frescas nas memórias das mais variadas faixas etárias, darem o corpo ao manifesto e uma delas é sem dúvida Sackboy, o estranhamente adorável e fascinante boneco que dá a cara a LittleBigPlanet.

A Sony deu-nos a oportunidade de testar em antemão a versão PlayStation Vita do jogo e mal sabia que ia parar às mãos de um dos mais céticos aqui em relação a este tipo de medidas. No entanto, LBP Vita não demorou a desarmar-me desse sentimento e a deixar-me rendido à espera demais, devido a vários fatores sendo um deles, e talvez o mais importante, toda a competência demonstrada na hora de providenciar mais uma experiência LBP.

Algo que queremos desde já destacar é a presença da língua Portuguesa em todos os departamentos do jogo. A voz de Nuno Markl está de regresso como narrador, o que desde logo assegura uma necessária, e quase obrigatória, familiaridade na personalidade do jogo. Torna toda a experiência mais envolvente e dá o toque de autenticidade ao produto que nem sequer vai ser notado, mas que seria antes pela sua ausência.

Outro aspeto que queremos também abordar é o departamento técnico do jogo. Visualmente a Vita demonstra-se altamente competente para oferecer um produto de qualidade e com a marca característica da série. Os níveis apresentados pela equipa de desenvolvimento, que pela primeira vez não contou com a participação direta ou indireta da Media Molecule num jogo da linha principal, contém visuais que se sentem enquadrados com a personalidade de LBP e tudo decorre com enorme suavidade.

Os coloridos mundos repletos de autocolantes criados originalmente pela Media Molecule servem como referência e temos um jogo que com todo o mérito se sente fiel à série à qual pertence. São pequenos elementos e pequenos aspetos que são dados como adquiridos, mas tendo em conta que são aqui tratados por outros estúdios podiam não ser interpretados devidamente, o que iria afetar toda a experiência.

Deixando de lado estes aspetos, temos agora a nossa atenção virada para o produto em si e como a Vita pode apresentar-se como um sistema válido para a série em termos de frescura e qualidade. Falamos principalmente sobre com ao fórmula de jogo, de si simples mas divertida, podia ganhar novos elementos ou até ser melhorada com recurso ao ecrã táctil frontal e ao painel traseiro da plataforma, que tanto tem sido usados para moldar experiências na PlayStation Vita.

Com a implementação dos dois analógicos, a PlayStation Vita tornou-se numa plataforma capaz de oferecer praticamente qualquer experiência existente nos sistemas caseiros. Em LittleBigPlanet esse segundo analógico não é propriamente um dos grandes pontos da experiência, mas mesmo assim ajuda. Isto porque num esquema de jogo de plataformas side-scrolling o controlo da câmara não é sequer algo de destaque e assim sendo a Vita torna-se por si uma fiel representação do comando DualShock 3 em formato portátil na experiência LBP.

O controlo das emoções e das manifestações do Sackboy passou para o D-Pad, mas tudo o resto está lá tal como na PlayStation 3. Onde a Vita dá um ar da sua graça é quando temos introduzidos nos níveis elementos que forçam o jogador a recorrer ao toque. Em determinadas áreas dos níveis o jogador vai ter que alternar entre controlo normal e controlo táctil, com o hábito uma mão controla o personagem enquanto a outra movimento objetos do cenário ou interage com outros (como rodar um cilindro para Sackboy progredir). Outro elemento parece ter sido inspirado em Escape Plan e pede ao jogador que alterne entre o toque no ecrã frontal e no painel traseiro para movimentar blocos e abrir caminho.

"LittleBigPlanet para a PlayStation Vita parece ser algo novo e nem sequer promete ser algo fresco, mas é uma experiência familiar de destaque tal como a plataforma precisa."

Adicionalmente todo o controlo por toque pode ser usado em alternativa ao controlo clássico para controlar o menu popit. Escolher autocolantes, alterar a roupa e acessórios do nosso Sackboy, ou simplesmente eleger itens, o toque é um dos grandes destaques e uma das maiores novidades na chegada de LBP à Vita.

LittleBigPlanet tem ainda outros elementos de destaque como o multijogador, os mini-jogos e a criação de níveis pelo jogador, elementos que não nos foi possível aqui testar. São dois pontos essenciais que aguardamos para poder testar e ver como a Vita trata o produto e torna potencialmente todo o pacote mais completo e ao nível dos padrões de exigência. Afinal de contas é tão fácil esquecer que estamos perante uma "simples" portátil e não um sistema caseiro quando este nos dá umas coisas mas por vezes fica limitada noutras.

LittleBigPlanet para a PlayStation Vita parece ser algo novo e nem sequer promete ser algo fresco, mas é uma experiência familiar de destaque tal como a plataforma precisa. Numa altura em que o sistema continua a passar por uma crise de conteúdos, tem que ser a Sony a mostrar o seu potencial e para isso recuperar uma série aclamada e acarinha pode ser mesmo o que é preciso nesta Vita.

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