Lollipop Chainsaw - Análise
Um, dois, três, Juliet decapita cinco de uma vez!
De início a jogabilidade é exageradamente limitada. Até os combos mais básicos estão bloqueados. Para os desbloquearem terão que juntar as moedas ganhas ao decapitar os zombies e comprá-los nas lojas "Chop2Shop" que aparecem convenientemente ao longo do jogo. Pelo final do jogo, a jogabilidade é variada e apresenta várias opções para eliminar as hordas de zombies. Não é só a moto-serra de Juliet que serve como arma, a cabeça de Nick pode ser usada de diversas formas para atacar os zombies, mas para a usarem, necessitam de um bilhete especial que podem encontrar escondido nos níveis ou então nas lojas Chop2Shop.
Para pedaços de carne morta ambulantes, os zombies são surpreendentemente resistentes, e quando em grandes grupos, podem facilmente subjugar Juliet. Nestes momentos as piruetas e o salto ao eixo são essenciais para escapar do meio deles. Para que os zombies possam ser decapitados, só desta forma é que morrem, é primeiramente necessário deixá-los atordoados. Se por acaso obtiverem sucesso em decapitar três ou mais zombies com um só golpe, serão recompensados com moedas de platina, que podem ser usadas para adquirir conteúdos especiais na Chop2Shop, como fatos extra-sexy para Juliet, músicas para personalizarem a banda sonora e trabalhos artísticos.
É suposto repetirem o jogo duas vezes para que possam desbloquear todos os conteúdos da "Chop2Shop". Para que possam visualizar os dois finais, um feliz e outro infeliz, também terão que repetir Lollipop Chainsaw uma segunda vez. Se há argumentos ou não para investir no jogo uma segunda vez, é uma questão completamente diferente. Dificuldades mais elevadas, mais conteúdos, um final diferente e tentar alcançar uma melhor pontuação final nos níveis são os motivos de Lollipop Chainsaw para a repetição. Com uma longevidade de apenas seis horas, é provável que aqueles queiram ver o seu dinheiro bem investido tenham interesse em repetir a dose.
"Por mais piada que tenha, jogar uma segunda vez Lollipop Chainsaw acaba por arruinar, pelo menos em parte, a experiência."
Por mais piada que tenha, jogar uma segunda vez Lollipop Chainsaw acaba por arruinar, pelo menos em parte, a experiência. É um pouco como fast-food, de longe a longe sabe bem, mas se repetirem muitas vezes começa a enjoar. O mesmo é válido para o humor. Uma anedota tem piada à primeira vez, mas se alguém vos contar a piada uma segunda vez, não é tão engraçada. Assim é Lollipop Chainsaw. O seu charme acaba por ser ao mesmo tempo o seu defeito.
Ainda se fosse mais profundo e mais elaborado, poderia receber um estatuto de maior relevo quando em comparação com outros jogos. Por mais fantástico que seja matar zombies ao som de "Hey Mickey" de Toni Basil, e ver corações cor-de-rosa a emergir dos seus corpos decapitados, é impossível ignorar a linearidade dos níveis e a pouca inspiração que apresentam. A nível de apresentação pouco jogos conseguem competir com Lollipop Chainsaw. Logo no ecrã inicial somos cumprimentados com a música "Cherry Bomb" de Joan Jett, os menus são coloridos e a seleção de níveis aparece numa espécie de jogo de tabuleiro. Mas depois, o jogo como um todo deixa bastante a desejar em qualidade visual, excluindo Juliet e os Bosses of Zombie Rock.
Recomendar Lollipop Chainsaw para qualquer público é uma tarefa difícil. Não é um jogo para o público geral, assim como outros títulos da Grasshopper e Suda51 não o são. E para além do mais, está longe de ser brilhante, mesmo para quem gosta da temática. Mas se estão dispostos a ignorar os seus problemas e a embarcar numa viagem maluca que dura apenas 6 horas, Lollipop Chainsaw vale a pena.