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Mad Max está pronto para elevar a loucura

O tempo de produção fez milagres.

Dos 250 funcionários da Avalanche Studios, mais de metade trabalha na Suécia e estão agora dedicados a dar vida a Mad Max em formato de videojogo. Foi com esta malta simpática e dedicada que tive a oportunidade de testar o jogo na E3 2015 em Los Angeles e confesso que fiquei surpreendido. Olhando para o currículo desta equipa, percebemos facilmente que estão habituados a criar jogos divertidos com grandes mundos abertos nos quais podemos executar mil e uma acrobacias. Mad Max é o seu próximo empreendimento e depois dos trailers recentes terem conquistado a atenção dos jogadores, decidi descobrir o porquê.

Numa pequena sessão com o jogo, a demo gameplay estava dividida em duas partes e fui capaz de jogar a primeira, mais abrangente e que melhor representa a experiência de jogo que estão a procurar oferecer. A equipa não se importou nada quando disse que o seu Mad Max pegava em mecânicas de jogo consagradas em vários outros jogos para as juntar debaixo do universo celebrizado no cinema por Mel Gibson, e recentemente no novo filme, para nos dar um título que aparente ser altamente divertido e fixe.

A demo que tive a oportunidade de jogar colocou-me numa parte deste imenso mundo aberto, este enorme deserto que constitui o mundo de jogo em Mad Max. Aqui o nosso personagem tinha uma tarefa bastante específica, reparar o seu carro de forma a conseguir progredir e ao mesmo tempo ensinava os parâmetros de gameplay ao jogador. Uma espécie de gigantesco tutorial se assim preferirem. Frente a um grupo de rufias numa imensa planície, com o carro avariado ainda por cima, poderíamos fugir mas temos que fazer o que temos que fazer.

Isto é, temos que os enfrentar. Apesar de o principal foco estar nos veículos, seja para os combates, para a navegação do mundo ou exploração, Max poderá ainda enfrenta corpo-a-corpo os seus inimigos. Neste jogo de acção e aventura pós-apocalíptico, os saqueadores correm atrás dos principais e mais desejados recursos, sempre empenhados em dificultar-nos a vida ocupando rotas de comércio ou de controlo de zonas. Foi assim que decorreu a nossa demo.

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Imaginem a sensação de estarem a jogar a série Arkham de Batman e começam a ter uma ideia do sistema de combate em Mad Max. Sem a agilidade do cavaleiro das trevas mas com o dobro da brutalidade e sede de sangue, Max ataca os seus inimigos da mesma forma. Fluído e dinâmico, Max tem a possibilidade de atacar os seus adversários com combos que se sucedem ao pressionar de um botão (para ataques mais fortes mantenham o botão pressionado). O contra-ataque será altamente frequente e tal como nos jogos do homem-morcego, basta pressionar um botão para quebrar o ataque e iniciar um combo nosso.

Mas como referi, isto é apenas uma parte de um todo que compõe Mad Max e o principal foco está nos veículos. Assim que os saqueadores são despachados, vasculhamos o local e encontramos recursos. Esta será uma mecânica altamente importante pois num mundo devastado e tão limitado no que oferece ao ser humano (acreditem que o deserto árido se perde de vista) a luta por estes preciosos recursos será brutal. Max recolhe os recursos necessários para arranjar o carro e ainda temos tempo para aprender uma outra mecânica.

"Existem várias partes do carro que podemos arranjar, alterar, melhorar ou simplesmente pintar."

Se quiserem, podem facilmente selecionar uma de várias armas que Max usa enquanto conduz. Para agora, o arpão será o nosso amigo e assim que atirado às portas de um contentor, arrancamos com o carro e elas saltam fora. Após recolher o precioso recurso, vamos ao menu para aceder à garagem e conhecer as opções de modificação/melhoria do veículo. Podem ter a certeza que existem imensas mas nesta demo não houve tempo para explorar tudo e sendo um dos principais focos do jogo, é normal que tenha recebido tamanha atenção.

Max ataca os seus inimigos da mesma forma. Fluído e dinâmico.

Existem várias partes do carro que podemos arranjar, alterar, melhorar ou simplesmente pintar. Por enquanto precisamos de incorporar a melhoria obtida para continuar viagem até ao objectivo principal (apresentado de forma minimalista e funcional no ecrã). O HUD está bem implementado e de forma alguma está exagerado ou intrusivo. Assim que entramos no carro temos logo a sensação de estar perante algo que foi trabalhado com cuidado. A condução está muito fácil de aprender e sente-se agradável de percorrer aquelas planícies do deserto.

Consoante nos aproximamos do objectivo, percebemos que existe um grupo de carros a vaguear a zona, está na altura de enfrentar os saqueadores. Imagem a sensação que tiveram em meninos quando viam tudo aquilo que se passava em torno do mundo louco de Mel Gibson? Agora amplifiquem para o infinito e tal como no novo filme sentirão uma loucura desmedida em forma de videojogo. Apesar de sentirmos que tudo está muito, digamos, suave, para propósitos da demonstração, a violência escala facilmente.

Ao se aproximar dos veículos inimigos, Max lança o seu arpão e puxa furiosamente com a força do seu carro para deixar o outro de rastos e imobilizado. Depois disto, investe furiosamente contra a lateral do outro veículo enquanto dispare um tremendo tiro de caçadeira na cara de um saqueador que entretanto havia trepado para o carro. Na verdade fui eu que fiz tudo isto mas a forma dinâmica e fluída com que tudo decorre no jogo, e o tom cinematográfico e envolvente do gameplay podem-nos fazer esquecer que estamos a jogar.

Os carros são os nossos melhores amigos e piores inimigos.

Sendo tão preciosos, recuperamos os recursos deixados no rasto do confronto e seguimos para o marcador no mapa. Aqui é-me dito que o combustível é também ele um elemento a gerir neste imenso mundo mas que podemos usar um boost para progredir pelo mapa. Assim sendo, lá vou eu mais veloz do que nunca na perseguição de uma patrulha após descobrir no mapa a sua rota normal. Perante veículos com armadura protegidos por outros, sinto que o confronto será mais intenso e assim o é.

Max recorre a uma imensa labareda azulada que sai debaixo do seu carro para queimar os veículos adversários até explodirem. Frequentemente os ocupantes saltam para o nosso carro antes da explosão e a caçadeira será novamente útil mas a munição é escassa. Em tudo o que é Mad Max sentimos que a imensa violência e facilidade de controlar este imenso mundo está braços dados com uma incrível necessidade de gerir o que fazemos e o que construímos. Continua o combate e recorro a nova arma de Max, um explosivo que danifica o que está ao seu redor.

Assim que os carros são despachados, Max recupera os recursos e conquistamos mas pontos para evoluir elementos do personagem ou carro mas também nos é dada a oportunidade de adquirir novas. Alguns itens obtidos permitem modificar esteticamente o carro mas vão além disso, modificam as estatísticas do mesmo e oferecem melhor controlo na condução, melhor defesa, maior dano ao abalroar um adversário e outros parâmetros tão importantes tanto para a progressão pelos mapas como nos combates.

Ao jogar Mad Max a principal sensação foi a de estar perante um jogo divertido que mesmo pedindo emprestado vários elementos aos melhores jogos de acção e aventura da actualidade, mostra uma grande astúcia na forma como transporta aquele universo para os videojogos. Com uma incrível facilidade de assimilação no jogo, a gestão do mundo e as diferentes tarefas que teremos que executar serão certamente uma combinação atractiva para muitos.

Graficamente esta versão estava já muito competente e fluída sendo apenas precisos alguns ajustes. Acredito que seja uma versão já avançada. Acima de tudo, o meu tempo com o jogo serviu para me mostrar um trabalho competente e interessante que muito provavelmente irá lembrar muitos jogos para se sentir na mesma como algo diferente. Mad Max terá capacidade para conquistar o seu espaço agora só temos é que esperar para descobrir se a visão será entregue.

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