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Madworld

A sobrevivência do mais forte!

O esquema de comandos da Wii favorece perfeitamente a interacção. O Wii remote é utilizado para agarrar os adversários com o botão A e projectá-los no ar agitando o comando, enquanto que o botão B permite activar a motosserra e consoante se mova o controlador na horizontal ou vertical Jack ceifará os adversários de cima a baixo ou ao meio. Em combates “melee”, também necessários para afastar a multidão usando os punhos, quando estiver próxima a estocada final, por cansaço do adversário, culminam na reprodução de um golpe vistoso, geralmente uma técnica especial que obriga o jogador a movimentar um ou ambos os controladores em direcções predefinidas. Por isso e em termos básicos Jack tem essencialmente dois tipos de movimentos: as técnicas “melee” para socos ou a utilização da moto-serra.

Os movimentos especiais aproximam-se da forma de “quick time events” mas dada a estrutura de interacção da Wii funcionam como acrescento aos movimentos da personagem no palco. Em termos defensivos a vulnerabilidade é maior já que a única forma de evitar os golpes dos adversários passa por recuar agitando para trás o nunchuk. Não existe qualquer tipo de escudo ou forma de travar os golpes dos inimigos, por isso a melhor forma de progredir passa por gerir o esquema de ataques usando a moto-serra quando o aglomerado é maior, mas dentro de uma curva de aprendizagem relativamente escassa estarão prontos para causar furor ao fim de uns níveis. Não é tão simples a adaptação à câmara já que por vezes Jack precisa de se voltar para trás para não ser apanhado desprevenido e nesse caso terá de se dar uso ao botão C do nunchuk que permite ajustar a câmara para onde estiver a olhar o protagonista, sendo até permitido fazer lock on quando estiver em causa um adversário de especial complexidade.

Poderia ser uma espécie de baseball, mas neste bloodbath o objectivo é atirar os adversários mesmo ao centro do alvo. Faz pontaria Jack!

As áreas correspondem a grandes zonas de exploração, mas sem que haja um ponto de partida e chegada. Neste caso a amplitude dos níveis faz-se não só em termos horizontais, com inúmeras secções abertas, mas também na vertical, com alguns pisos acedíveis por intermédio de elevadores ou blocos. No entanto a única forma de amealhar pontos dentro das áreas não se reduz à dose de violência, pelo recurso às diferentes combinações, que permite despachar os adversários. Há ainda ganchos, paredes repletas de espinhos, trituradores, serras, fogueiras, lume saído dos jactos, catapultas que atiram os inimigos de encontro a espadas, enfim, um número impressionante de possibilidades cada vez mais evidentes quando se estuda uma área com calma. Além disso, por cada área há um conjunto de semi-bosses, criaturas de maior capacidade que tornam mais complexa a tarefa do protagonista e causam imenso dano quando atacam Jack. A partir deste ponto e sensivelmente a meio do jogo este tipo de organização causa mais dores de cabeça, até porque os inimigos mais básicos movem-se com outra facilidade, causam mais dano, têm armas perigosas e beneficiam da ajuda dessas criaturas poderosas que não são nada fáceis de despachar sem esquecer que ainda utilizam alguns poderes especiais.

Quase sempre há pequenos “itens” espalhados pelo cenário depois de algumas lutas que permitem recuperar parte da vitalidade da personagem e até obter vidas extra. No entanto o jogador começa cada nível com 3 vidas e mesmo que perca uma nunca terá de voltar ao começo da área. Segue sempre do ponto em que estava. Porém, esgotadas as 3 vidas, mesmo na luta final com o boss terá de recomeçar desde o princípio, e nalguns níveis a tarefa pode ficar mesmo árdua. Apesar da dificuldade a partir de metade do jogo e com alguns bosses mais complexos, Madworld não é um jogo tão hardcore como Viewtiful Joe por exemplo. As lutas de fim de nível são sempre épicas e de grande dimensão, tendo de se descobrir qual é o ponto frágil que permite começar a derrubar os Golias. Mesmo nestas situações os produtores não deixaram de passar notas de humor, ou recordação do clássico God Hand quando Jack envia para “o estaleiro” uma mulher vampiro após uma valente palmada no rabo. Tendo de recorrer a golpes normais e especiais como os movimentos dos comandos para posições específicas em dado momento, como forma de levar de vencida estes poderosos rivais.