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Mafia II

História acima de tudo o resto.

Mafia II é daquele tipo de jogos que trazem consigo expectativas elevadas, uma consequência directa quando as editoras começam a investir muito nos seus jogos e também quando os jogadores vão ficando impressionados com as informações, vídeos e imagens que saem cá para fora antes do lançamento do dito jogo. Quanto mais se sobe, maior é a queda, e Mafia II está precisamente nessa posição. Deve ser difícil (digo eu que não sou produtor) corresponder ao hype que rodeia o lançamento do jogo. Penso que tudo depende daquilo que os jogadores esperam obter quando adquirem o título.

Antes demais é preciso falar sobre as inevitáveis comparações de Mafia II com Grand Teft Auto IV. Ambos os jogos são de mundo aberto e ambos partilham semelhanças. Apesar disto Mafia II não quer entrar em confronto directo com o título da Rockstar, Mafia II não está a tentar ser igual a Grand Theft Auto. Eu próprio não me tinha apercebido disto antes começar a jogar. Qual é o melhor dos dois? Cabe a cada um decidir com base nos seus gostos pessoais.

Tal como a 2K Czech disse há uns tempos, Mafia II não privilegia a liberdade, o objectivo visado é contar a história desejada. É precisamente isso que verifiquei. Então se procuram um jogo de mundo aberto com muita liberdade e missões adicionais para fazer além da história principal não devem escolher este. A narrativa é o mais importante neste título.

A liberdade do jogador é limitada de maneira a controlar a experiência. Nunca podemos decidir o que fazer a seguir, o jogo é que nos dá essa informação. Existe sempre uma e uma só missão para realizar. Pode-se dizer que Mafia II tem um mundo aberto em que a liberdade é nula. Para além de completar as missões da história o que podem fazer é comprar roupa, armas, comer ou beber (para ganhar vida) e roubar carros para vendê-los. Ou se quiserem podem recolher posters e revistas da Playboy (devo dizer que isto é um excelente pormenor adicionado ao jogo). Não somos obrigados ir a determinada localização no mapa para iniciar uma missão, mas o que há para fazer além disso? Praticamente nada. Esta falsa liberdade existe para dar uma experiência incrível, que tem por base a história do jogo.

Por sua vez a história é realmente fantástica, digna de uma adaptação para os grandes ecrãs. A personagem principal e a qual controlamos é Vito Scarletti, filho de um casal de sicilianos que imigrou para os Estados Unidos em busca do sonho americano, mais do que isto não digo para não estragar surpresas. No decorrer dos eventos da história vamos criando uma ligação cada vez mais forte com esta personagem e até com as personagens que lhe são próximas, como é o caso do seu amigo e parceiro Joe. Quando desligamos a consola ficamos sempre curiosos sobre o que vai acontecer a seguir, e por isso Mafia II consegue ser viciante, contagiante e cria emoções em nós, esta é a principal arma do jogo. Pessoalmente, em certos momentos do jogo senti semelhanças com o grande clássico de Martin Scorsese, Goodfellas(Tudo Bons Rapazes).

Empire Bay (conhecida por todos nós como Nova Iorque) é a cidade onde tudo acontece. Mais uma vez a 2K Czech decidiu limitar para oferecer uma experiência melhor. O mapa de Mafia II não tem as dimensões de um Grand Theft Auto IV ou Just Cause 2, é pequeno quando comparado com estes dois. Analisando a situação, não faria muito sentido ter um mapa gigante quando o jogo em si não dá aos jogadores muita liberdade. Então há que entender que a dimensão do mapa é apropriada para o objectivo do jogo.